Mondragon faz história e quebra recorde de 24 anos
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A Colômbia garantia 100% de aproveitamento no Grupo C e as arquibancadas da Arena Pantanal pareciam as ruas de Bogotá, mas a alegria só seria completa com a quebra de um recorde de 24 anos por um colombiano mais do que especial.
Quando um goleiro é substituído sem estar lesionado, você normalmente imagina que a coisa está feia para a equipe em questão. Contudo, quando o número de David Ospina apareceu na placa de substituição e o placar apontava 3 a 1 para a Colômbia em cima do Japão, o momento foi de completa festa para a entrada de Faryd Mondragon, que se tornava então o jogador mais velho a disputar uma Copa do Mundo da FIFA™.
Além de a classificação para as oitavas de final reeditar o melhor desempenho dos colombianos, nos Estados Unidos 1994, o feito de Mondragon supera outra grande marca daquele Mundial, até então detida pelo camaronês Roger Milla. A entrada do experiente arqueiro para os últimos cinco minutos de jogo foi um momento de muita emoção, já que essa foi provavelmente a última vez em que o dono da camisa 1 representou as cores de seu país.
Hoje com 43 anos e três dias de idade, Mondragon disputou o seu primeiro Mundial ao lado de nomes como Carlos Valderrama e Freddy Rincón, um elenco que colocou a Colômbia nas oitavas de final pela primeira vez na história. Quatro anos depois, na França 1998, o goleiro saiu de campo debaixo de lágrimas devido à eliminação diante da Inglaterra ainda na fase de grupos. Foram precisos outros 16 anos para a história de 1994 se repetir, ainda com o ídolo da meta colombiana, agora ovacionado, como um dos integrantes do plantel responsável pela classificação.
Querendo agradecer a cada um, de companheiros de seleção ao trio de arbitragem, o arqueiro era só sorrisos depois de ter feito uma defesa no último minuto e garantido a manutenção do placar em 4 a 1 para a Colômbia. "Estar aqui é uma honra para mim", declarou Mondragon às câmeras da FIFA. "Ao quebrar esse recorde, passo a ser uma pessoa que carrega consigo o futebol colombiano e a história do futebol colombiano."
Já estava no ar a sensação de que a noite poderia marcar a histórica despedida do goleiro, pois a Colômbia já havia carimbado passagem para as oitavas na partida contra a Costa do Marfim. Com duas substituições realizadas no intervalo, uma virada no destino ainda era possível, mas seria um golpe com requintes de crueldade nos planos do goleiro.
Porém, quando Mondragon se aproximou da linha lateral e a placa com o número 1 foi erguida pelo quarto árbitro, a torcida foi à loucura. "Foi incrível, acho que todos esperavam por esse momento", disse o arqueiro, relembrando a emoção dos seus prováveis últimos cinco minutos sob os holofotes. "Graças ao José Pekerman, ao restante da equipe e aos meus amigos, pude realizar esse sonho."
Em uma equipe com jovens que poderiam ser seus filhos, a participação de Mondragon nos treinamentos significa motivação e orgulho. "É um prêmio por todo o trabalho duro que ele realizou durante a carreira, e estou feliz pelo recorde que bateu hoje", disse Carlos Carbonero à FIFA.
"Acho que para o futebol colombiano ter alguém como o Faryd é admirável, e não apenas para o futebol colombiano, mas para o mundo do futebol. Acho que ele é uma grande pessoa e fico feliz por ele ser colombiano. "
Após bater o recorde de Roger Milla, Mondragon acredita que esta seleção também pode superar algumas marcas históricas. "Com relação a como estamos jogando e atuando como uma equipe, também estamos fazendo história agora", declarou.
Ele não está errado: com nove gols na fase de grupos, este selecionado tem o melhor ataque da história da Colômbia na competição. "O fato de terminarmos esta fase com nove pontos nos dá um grande impulso emocional daqui para a frente."
Comparando a equipe de hoje à geração de ouro da década de 1990, o arqueiro que passou por 11 clubes de sete países acredita que a experiência no exterior torna esta safra mais recente ainda melhor. "A vantagem que temos agora é que 95% da nossa seleção joga na Europa. Assim, eles possuem a sua própria experiência pessoal nesse alto nível. Além disso, são muito maduros. Na Copa do Mundo de 94, 95% jogavam na Colômbia, e os outros 5% estavam jogando no exterior, ou seja, o contrário."
Deixada para trás a fase de grupos, os colombianos querem chegar a alturas inéditas após o jogo das oitavas de final no Maracanã. "Os nossos próximos adversários vão ser um desafio muito difícil para nós, e amanhã vamos ter de começar a pensar no Uruguai", afirmou Mondragon, que pelo menos por uma noite poderá descansar e comemorar o título de jogador mais experiente a ter disputado uma Copa do Mundo.
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