quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Futebol feminino: Brasil estreia com vitória por 3 x 0 contra a China no Engenhão


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A estreia do Brasil nos Jogos Rio 2016 foi com vitória e “à moda da casa”: com uma bonita festa no Estádio Olímpico. Nesta quarta-feira (03.08), a seleção feminina de futebol venceu a China por 3 a 0, retribuindo o carinho dos torcedores presentes no Engenhão. Os gols foram de Mônica, no primeiro tempo, e de Andressa Alves e Cristiane, na etapa final. Marta brindou a torcida com belas jogadas no segundo tempo.
"Fiquei muito feliz em poder trazer esta emoção para a minha família, para o público e para o grupo, e poder deixar a equipe tranquila para continuar o jogo, a gente esperou muito este momento", disse Mônica, a zagueira autora do primeiro gol.
"Foi muito bacana, ajudou bastante principalmente a sair coma vitória, e importante pra mim também, para seguir bem na competição", acrescentou Cristiane, que ao marcar o terceiro gol do jogo somou 13 em Olimpíadas. Ela é a maior artilheira do torneio.
A atacante Cristiane comemora o segundo gol do Brasil. Foto: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br
O estádio não estava lotado, mas não faltaram gritos de incentivo, a famosa ola e também algumas vaias para as chinesas. Vadão escalou o Brasil com Bárbara; Fabiana, Mônica, Rafaelle e Tamires; Thaisa, Formiga, Andressa Alves e Marta; Cristiane e Beatriz. Foram elas que iniciaram a caminhada rumo ao sonhado e inédito ouro olímpico. 
"Nós tínhamos pela frente um adversário muito competitivo, com uma marcação muito rígida, muito forte. Sabíamos que teríamos o fator negativo da ansiedade na estreia dentro do nosso país, com todo mundo olhando pra gente. Em virtude de tudo isso, acho que fizemos uma partida muito boa. Marta não precisou ser sobrecarregada, o conjunto facilitou muito a vitória e é isso que queremos. Queremos a Marta inteira para brilhar na hora que precisar", analisou o técnico Vadão.
"Esse é o trabalho que a gente vem fazendo, para que todas saibam a responsabilidade que têm e, quando forem exigidas, mostrar o que sabem da melhor maneira possível. A gente vem dando essa confiança, pra que dentro de campo não fiquem procurando uma ou outra. Esse é o nosso melhor, quando todas são exigidas", disse a capitã da equipe e camisa 10.
O próximo jogo será em 6 de agosto, contra a Suécia, a partir das 22h, também no Estádio Olímpico. As europeias também estrearam com vitória. Bateram a África do Sul por 1 x 0. Na terceira e última partida da fase de grupos, as brasileiras seguem para Manaus, onde enfrentarão a África do Sul no dia 9.
Primeiro tempo
A partida começou intensa. Com menos de dois minutos, Cristiane arriscou de longe. Aos sete, Formiga levou uma pancada em dividida com Pang e caiu no gramado. O atendimento médico entrou, a partida parou e o silêncio tomou conta do estádio, mas foi só um susto: não seria qualquer coisa a tirar Formiga de sua estreia na sexta Olimpíada.
A China, com a marcação adiantada, dificultava a saída de bola brasileira. Aos 14 minutos, Formiga fez bela jogada pela esquerda, Tamires cruzou e Cristiane, de primeira, quase abriu o placar. A torcida se empolgou.
O Brasil persistia em jogadas pelo lado esquerdo, mas foi pela direita que, aos 20, Beatriz bateu na saída da goleira: a bola saiu alta demais. Foi a atacante quem teve uma das melhores chances do primeiro tempo. Ela arrancou pela esquerda, levou para o meio e bateu, mas a zaga afastou, aos 29. A defesa chinesa mantinha-se firme em escanteios recorrentes.
Aos 36 minutos, o primeiro gol. Marta bateu falta, houve confusão na área e Mônica cabeceou. A bola ainda quicou, mas parou no fundo da rede. Cristiane quase ampliou aos 39. Seria um belo gol por cobertura, mas a arbitragem indicou impedimento.  O primeiro tempo ainda reservava um susto: Fabiana tentou recuar de cabeça, sem ter visto a saída da goleira Bárbara. A bola passou rente à trave, mas pelo lado de fora.
Segundo tempo
A China trouxe perigo logo no início, mas Formiga tirou, já dentro da área. Beatriz teve boa chance de pela esquerda e não aproveitou. As chinesas criavam mais oportunidades, o Brasil tentava sair no contra-ataque. 
Vadão tirou Thaisa e colocou Andressinha. E foi ela que tocou para Marta dominar como uma jogadora cinco vezes melhor do mundo, invadir a área pela direita e cruzar para Andressa Alves ampliar: 2 x 0, aos 14 minutos. 
"Com o faro de atacante, você quer sempre partir pra cima, tentar fazer o gol, finalizar. Ali eu vi que a Andressa estava chegando e eu estava com pouco ângulo. Então é melhor é ir para o certo, e não insistir no incerto", contou Marta.
“Jogadaça” e Marta são quase sinônimos. Em uma dessas, pelo meio, a camisa 10 driblou meio time da China e quase fez o terceiro, aos 21. A goleira Zhao defendeu bem. Sobraram aplausos. O Brasil cresceu nas arquibancadas e em campo.
Correndo atrás do placar, a camisa 10 adversária, Yang, surgiu com perigo na área brasileira, mas não conseguiu dominar.
Faltavam dez minutos. O técnico Vadão colocou Debinha no lugar de Marta. Foi a oportunidade ideal para ovacionar a craque. A torcida aproveitou e fez bela homenagem a Marta.
Poliana ainda teve chance de entrar em campo no lugar de Fabiana. Aos 44, Andressa Alves sofreu falta, longe da área. Andressinha levantou na área e Cristiane deixou o dela, de cabeça. Brasil 3 a 0. A torcida agradeceu com gritos de “Olé”.
"É gostoso, é uma sensação boa saber que as pessoas saíram de casa, trouxeram os familiares e vieram acompanhar o futebol feminino", disse Cristiane.
A Suécia superou a África do Sul pelo placar mínimo, no Jogo que deu início às competições dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Foto: Getty Images
Suécia x África do Sul
A edição 2016 dos Jogos Olímpicos começou mais cedo, no Engenhão, às 13h, com outras duas equipes do grupo E: a Suécia venceu a África do Sul por 1 x 0. As europeias jogaram ofensivamente desde o início, forçando as sul-africanas a recuar. Com quatro minutos, a sueca Jakobsson chutou forte e a bola bateu na trave. Na segunda metade do primeiro tempo, a África do Sul saiu mais para o jogo, deixando espaços, mas a Suécia não soube aproveitar os contra-ataques.
Na etapa final, as suecas continuaram controlando a posse de bola e apostando em jogadas laterais e cruzamentos. Em um deles, a goleira Barker saiu mal do gol duas vezes e Fischer aproveitou para fazer o único gol da partida, aos 30 minutos.
Carol Delmazo, brasil2016.gov.br

Surfe, skate, caratê, escalada esportiva e beisebol são os novos esportes olímpicos


Decisão foi anunciada nesta quarta-feira em Assembleia do COI e as modalidades farão parte do programa dos Jogos em Tóquio 2020
Os Jogos Olímpicos Rio 2016 ainda nem começaram oficialmente. Mas a dois dias da cerimônia de abertura, na sexta-feira (5.8), no Maracanã, um anúncio do Comitê Olímpico Internacional (COI) feito nesta quarta-feira (3.8) já chamou a atenção para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Durante a 129ª assembleia da entidade, realizada em um hotel na Barra da Tijuca, o COI, por unanimidade, aprovou a inclusão de novas cinco modalidades no programa das Olimpíadas. No Japão, o mundo conhecerá os primeiros campeões olímpicos de surfe, skate, caratê, escalada esportiva e também os novos medalhistas do beisebol, que retorna aos Jogos.
Presidente das federações dos cinco novos esportes olímpicos comemoram a decisão do COI: dia histórico para os Jogos. Foto: Luiz Roberto Magalhães/brasil2016.gov.br
Após a decisão da entidade, foi impossível para os presidentes das federações internacionais dos novos esportes olímpicos esconderem a emoção. Com diversos colares de flores no pescoço, o argentino Fernando Aguerre era um dos mais empolgados.
Presidente da Associação Internacional de Surfe (ISA, em inglês), ele lembrou que o dia 3 de agosto de 2016 é histórico para a modalidade, pois com ele um antigo sonho se tornou realidade.
Em 1920, Duke Kahanamoku – nadador e surfista norte-americano, nascido em Oahu, no Havaí, e que conquistou cinco medalhas olímpicas nos Jogos de 1912, em Estolcomo; 1920, na Antuérpia; e 1924, em Paris, sendo três de ouro e duas de prata –, considerado o precursor do surfe, imaginou que o esporte que estava nascendo poderia um dia fazer parte das Olimpíadas.
Agora, 100 anos depois, o sonho de Kahanamoku se tornará realidade no Japão. “Ele é o pai do surfe moderno e era, naquela época, um dos 20 surfistas do mundo. Era uma pessoa muito especial”, conta Aguerre. “Ele acreditava que o surfe um dia poderia ser esporte olímpico”, lembrou.
“Esse dia marca um momento muito especial da minha vida porque foi uma remada muito longa. Foram 22 anos tentando. Eu fui eleito no Rio o presidente da ISA, em 1994, e o que eu posso dizer é que a alegria que sinto é proporcional ao tempo remando para que isso acontecesse”, comemorou Aguerre.
Ele adiantou que o surfe nas Olimpíadas de Tóquio 2020 serão disputados no mar e não em uma piscina especial como alguns chegaram a cogitar. “Será no mar, na Península de Chiba, distante uma hora de Tóquio”. Segundo o dirigente, o sistema de classificação para as Olimpíadas no surfe ainda não está definido e isso será discutido nos próximos meses.
“Ainda não está decidido o sistema de qualificação para entrar nos Jogos e a gente vai conversar nos próximos meses com o COI sobre esse tema, que é importante. Mas o mais importante é que os principais profissionais do mundo estão comprometidos em disputar as Olimpíadas. Hoje eu estive com o Gabriel Medina mais cedo e outro ponto que temos que falar é que vamos incrementar a universalidade para que haja surfistas africanos, asiáticos, latino-americanos, ou seja, vai ser um show no espírito olímpico mesmo”, adiantou o dirigente.
A vez das rodinhas
O italiano Sabatino Aracu, presidente da Federação Internacional de Roller Sports (FIRS, na sigla em inglês), também comemorou muito a decisão do COI. Ele ressaltou que o skatismo é um grande movimento mundial urbano e declarou que a modalidade, agora olímpica, passará por um rígido controle de dopagem dentro e fora de competição.
“Temos muito atletas que querem competir e que vão trabalhar para dar o melhor show possível em Tóquio 2020. A indústria do skate é uma das mais importantes para o esporte urbano e queremos que o mundo veja um espetáculo extraordinário em 2020”, afirmou Aracu.
O também italiano Marco Maria Scolaris, presidente da Federação Internacional dos Esportes de Escalada (IFSC, em inglês), agradeceu ao presidente do COI e disse que quando a IFSC foi fundada, em 2007, era impossível pensar que o esporte um dia seria olímpico.
“Quando começamos, nunca imaginamos que estaríamos aqui nesse evento olímpico”, confessou. “O que ocorreu aqui hoje foi incrível e o que posso dizer é que o presidente Bach (Thomas Bach, presidente do COI) foi muito corajoso nessa decisão”, elogiou.
Em sua página oficial, o COI afirma que a decisão desta quarta-feira representa “um passo histórico no sentido de levar os Jogos às pessoas mais jovens e reflete a tendência de urbanização dos esporte”.
Segundo a entidade, a votação desta quarta no Rio de Janeiro foi fruto de um processo que durou dois anos, iniciado em 2014, e que a recomendação para dar aos comitês organizadores a flexibilidade de propor novos esportes para suas edições teve como intenção ampliar o foco em inovação, flexibilidade e juventude no desenvolvimento do programa olímpico. Como o programa para o Rio 2016 já estava fechado, Tóquio 2020 foi o primeiro comitê organizador a se beneficiar dos novos parâmetros do COI, submetendo a propostas para a inclusão dos cinco novos esportes à entidade olímpica em setembro de 2015.
“Nós queremos levar o esporte para a juventude. Com as várias opções que os mais jovens têm nós não podemos esperar mais que eles venham automaticamente para nós. Nós temos que ir até eles. A proposta balanceada de Tóquio 2020 preenche todos os objetivos que a agenda olímpica 2020 recomendava nesse sentido”, declarou o presidente do COI.
Na terça-feira (2.8), o campeão mundial de surfe Gabriel Medina visitou a Vila dos Atletas e se encontrou com alguns brasileiros que em breve defenderão o país no Rio. Na ocasião, já na expectativa pela aprovação do surfe na assembleia do COI, ele declarou: “Seria uma honra representar o Brasil, um sonho. Espero que no Japão isso aconteça e um dia eu possa estar em um prédio como esse com toda a seleção”. Depois de hoje, só depende dele trabalhar para conquistar a vaga e viver esse sonho.
Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br

JORNAL DAS PRAIAS VIVA 72 ANOS DE IBICARAÍ

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