Quando alguém pergunta quantos países participam da Copa do Mundo da FIFA™, a resposta, a princípio, é fácil: são 32. É fácil, mas não precisa. Porque o torneio não recebe esse nome, “Copa do Mundo”, por acaso. Há mesmo gente do planeta todo vivenciando de perto o momento máximo do futebol, seja pela televisão, pelas plataformas digitais da FIFA, nos FIFA Fan Fests ou dentro dos estádios – estejam suas seleções em campo ou não.

Dos quase 3 milhões de ingressos vendidos para o Brasil 2014, cerca de 40% foram destinados a estrangeiros, e uma parte considerável dessas solicitações, que chegaram de mais de 200 países e territórios, vieram de nações que não disputando a competição – só do Canadá, 11º país de onde vieram mais pedidos, são quase 30 mil. Basta andar um pouco pelos estádios e FIFA Fan Fests para constatar: são bandeiras e camisas de Venezuela, China, Nova Zelândia e o que mais vier. Até um dos grandes craques ausentes da disputa, Zlatan Ibrahimovic, aceitou o convite e veio acompanhar de perto a disputa pelo título mundial.
Todo esse alcance global se reflete também nos números avassaladores das plataformas digitais da FIFA: um em cada três visitantes que acessam o conteúdo exclusivo o faz desde países que não se classificaram para Copa, totalizando até aqui 37 milhões de visitantes. No total, habitantes desses países acessaram, até aqui, 1,5 bilhão de páginas, com Canadá, Índia e China liderando o ranking dos não-participantes.
Mundial desde antes do berçoUm caso emblemático de como a Copa pode mexer com a paixão das pessoas por todo canto é o do casal Erik Sryrstrad e Mariana Castro. Moradores de Kongsberg, uma pequena cidade no sul da Noruega de cerca de 25 mil habitantes, eles viajaram por 22 horas até chegar ao Rio de Janeiro para assistir à partida em que a Argentina derrotou a Bósnia e Herzegovina por 2 a 1, no Maracanã.
Para realizar o sonho de ver a Copa, não foi apenas a distância que o casal teve que levar em consideração: Mariana, grávida de 34 semanas, precisou de autorização médica e aprovação de seu plano de saúde para enfrentar a maratona. “Trinta e quatro semanas é considerado por muitas empresas aéreas uma época de risco, mas me certifiquei com os médicos e consegui autorização. Precisaria ir até lá ver a Copa acontecer na minha cidade, no estádio em que passei boa parte da minha história assistindo aos jogos do meu Fluminense”, disse Mariana Castro, 31, dona de um dos quase 7 mil ingressos solicitados por pessoas residentes na Noruega.
Vindos de toda parteSe Mariana voltou a seu país-natal, Idi Kato saiu do leste da África para assistir à Copa do Mundo no Brasil. Vindo de Kampala, capital da Uganda, Idi desfrutou do FIFA Fan Fest e se disse maravilhado com o Brasil. “O país respira futebol. Por onde passo, as pessoas só falam de futebol. O Brasil é maravilhoso e eu espero viver esse clima durante os 12 dias que ficarei aqui” disse o ugandês.
Enquanto Idi não viveu a experiência no estádio, os salvadorenhos Tony Pacheco e Fito Bonilla adquiriram ingressos para Bélgica x Rússia e Franca x Equador, ambas no Maracanã. “Estou torcendo pela Argentina, mas o Brasil sente uma paixão por isto tudo”, disse Tony, residente em San Salvador “Você sente no ar, e é uma combinação perfeita: Brasil, futebol e Copa do Mundo.”
A combinação é mesmo bem essa, e independe de para qual time se esteja torcendo, ou se sequer há um time para se torcer. A cada quatro anos, mais do que o amor por qualquer equipe, o que movimenta gente do planeta todo, sem exceção, em torno da Copa do Mundo da FIFA é sobretudo isso: o amor pelo futebol.