Dois favoritos, um ambicioso azarão e a maior surpresa do Mundial entrarão em campo pelas quartas de final do Brasil 2014 neste sábado. Em Brasília, Argentina e Bélgica se enfrentarão pela terceira vez em Copas do Mundo em busca de um desempate. De fato, os belgas levaram a melhor no primeiro confronto, com a vitória por 1 a 0 em 1982 na Espanha, enquanto os argentinos deram o troco fazendo 2 a 0 quatro anos mais tarde. 
Seria injusto reduzir a partida às comparações entre Lionel Messi e Eden Hazard, embora os dois craques carreguem as respectivas equipes na ponta das chuteiras. Messi é o termômetro do jogo argentino, ajudando na marcação, ditando o ritmo, distribuindo bons passes e impulsionando uma seleção que às vezes parece sucumbir a um certo marasmo. Hazard, por sua vez, costuma levar muito perigo nas arrancadas em direção à área adversária e calcula muito bem todas as suas jogadas, mas ainda lhe falta uma atuação decisiva para estar entre os maiores astros do futebol atual. O duelo com a Argentina será uma ocasião de ouro para o meia do Chelsea.
Já a Costa Rica não era esperada por ninguém nas quartas de final, mas a sua presença nesse estágio da competição não deve nada ao acaso. Desde o início do torneio, a equipe caribenha sacudiu a ordem estabelecida com duas vitórias sobre dois campeões mundiais (Uruguai e Itália), além de um empate com um terceiro (Inglaterra) e a classificação nos pênaltis contra a Grécia, que foi campeã europeia em 2004. 
A Holanda, que precisou suar a camisa para eliminar o México por 2 a 1, enfrentará outro oponente da CONCACAF que se sente em casa em solo brasileiro. Mas, liderados por um Arjen Robben em grande fase e com 12 gols marcados na competição, os holandeses têm todos os recursos para fazer a diferença nesse encontro inédito, muito embora a Costa Rica só tenha sofrido dois gols no Mundial.
Os jogos
Argentina x Bélgica, Estádio Nacional, Brasília, 13h (hora local)
Holanda x Costa Rica, Arena Fonte Nova, Salvador, 17h (hora local)

Você sabia?
Alguns númerosA Costa Rica é o quarto representante da região da América do Norte, Central e Caribe a chegar às quartas de final da festa máxima do futebol, após EUA (1930 e 2002), Cuba (1938) e México (1970 e 1986). Somente os americanos se classificaram às semifinais uma vez, em 1930.

Em busca de um recorde
Os holandeses Arjen Robben e Wesley Sneijder já marcaram seis gols em Copas do Mundo. O recorde da Laranja Mecânica pertence a Johnny Rep, com sete.

Pedra no sapato
Os argentinos costumam ter dificuldades contra adversários europeus, por quem foram eliminados nas quartas de final em três ocasiões. A Alemanha foi o carrasco da Albicelesteem 2010 (4x0) e em 2006 (1x1 seguido de derrota por 4 a 2 nos pênaltis), enquanto a Holanda encerrou o sonho argentino em 1998 (2x1). Some-se a isso o revés contra a Romênia nas oitavas de final em 1994 (3x2) e a final perdida diante dos alemães em 1990 (1x0) e será preciso reconhecer que as equipes da Europa são a pedra no sapato da Argentina.

Messi x Maradona
 
Messi disputará a sua partida de número 91 com o uniforme argentino contra a Bélgica e igualará o total de Diego Maradona, que marcou 34 gols contra 42 do atacante do Barcelona. Ambos estrearam pela seleção diante do mesmo adversário, a Hungria, um em 2005 e o outro em 1977. No México 1986, Maradona foi o artilheiro da Argentina com cinco gols e recebeu o prêmio de melhor jogador do torneio. No Brasil 2014, Messi anotou quatro gols em quatro jogos até o momento e foi escolhido o melhor em campo em todos eles.

Jogadores suspensosÓscar Duarte (Costa Rica) e Marcos Rojo (Argentina)

Ameaçados
Ángel Di María e Ezequiel Garay (Argentina); Toby Alderweireld, Axel Witsel, Jan Vertonghen, Moussa Dembélé e Vincent Kompany (Bélgica); Stefan de Vrij, Daley Blind e Jonathan de Guzman (Holanda); Yeltsin Tejeda, Esteban Granados, José Cubero, Giancarlo González, Keylor Navas e Bryan Ruiz (Costa Rica)

Você vai gostar de ver
As melhores lembranças da Bélgica na Copa do Mundo estão intimamente ligadas à Argentina. O FIFA.com mostra o porquê em entrevistas exclusivas e vídeos de 1982 e 1986. 
Robben é sério candidato ao prêmio de melhor jogador do Brasil 2014. "Psicologicamente eu me sinto muito bem e fisicamente eu me sinto bem forte", diz o craque da Holanda na longa entrevista que concedeu com exlusividade ao FIFA.com antes de enfentar a Costa Rica pelas quartas de final. "Estou conseguindo jogar o meu futebol e fico muito feliz de poder ajudar a equipe." 
O torcedor mais jovem não conheceu Just Fontaine, o maior artilheiro de uma mesma edição do Mundial com 13 gols marcados em 1958 na Suécia. Aos 80 anos, o francês continua tendo excelente memória e opiniões bastante firmes quando o assunto é futebol, conforme você pode conferir nesta entrevista.
Nesse dia em...
O dia 5 de julho de 1982 entrou para a história da Copa do Mundo como a data da Tragédia do Sarriá. O técnico italiano Enzo Bearzot desdenhou da opinião pública e decidiu levar para a Espanha o atacante da Juventus Paolo Rossi, que havia acabado de cumprir suspensão de dois anos por envolvimento em um escândalo de apostas. Como previsto, Rossi passou em branco nas três primeiras partidas da Azzurra, bem como na vitória de 2 a 1 sobre a Argentina, no primeiro jogo da segunda fase. Em seguida, porém, como em um passe de mágica, Rossi anotou três gols contra o Brasil naquele famoso 5 de julho, antes de deixar mais dois contra a Polônia nas semifinais (2x0) e abrir o placar na decisão contra a Alemanha vencida por 3 a 1. Artilheiro e melhor jogador do torneio, Rossi foi recebido como herói na Itália, depois de ter sido duramente atacado por várias semanas.