Às vezes, as oportunidades aparecem para algumas pessoas justamente quando a sorte abandona outra. No jogo entre Austrália e Chile em Cuiabá, este foi o caso de Ivan Franjic e Ryan McGowan. O primeiro saiu lesionado de campo depois de dar um cruzamento preciso para a cabeçada de Tim Cahill, que diminuiu a vantagem chilena. O segundo entrou justamente no lugar do camisa 2 australiano e, apesar da derrota de sua seleção, teve uma boa atuação.
Entre as contribuições de McGowan no segundo tempo do encontro de estreia da Austrália estiveram um difícil corte em Eduardo Vargas e uma corajosa interceptação, pontos altos de um desempenho de primeira do lateral-direito de 24 anos. Agora, após os exames confirmarem que Franjic rompeu os músculos posteriores da coxa e está fora do restante do torneio, McGowan se encontra na situação de ser o novo titular no esquema de Ange Postecoglou.
Em entrevista ao FIFA.com, o jogador do Shandong Luneng chinês conta como se sente em relação a Franjic e à oportunidade que ganhou, e louva a atuação australiana diante do Chile, que, segundo ele, dará confiança ao conjunto para se preparar para o compromisso com a Holanda.
FIFA.com: Evidentemente ninguém gosta de substituir um companheiro lesionado, mas você com certeza agarrou esta oportunidade com as duas mãos...
Ryan McGowan: É claro que para mim é uma situação infeliz entrar quando o Franjic se lesiona. Todo mundo ficou arrasado por causa da lesão dele, mas o professor disse antes do jogo que queria todos os 23 do elenco, preparados. Foi por isso que fiz um bom aquecimento no intervalo e me preparei para a possibilidade de entrar, para que pudesse aproveitar a oportunidade.
Como você fez para entrar no ritmo do jogo?Tudo ia muito veloz e eu tive que entrar no jogo o mais rápido possível, porque todo mundo já estava no ritmo. Mas acho que ajudou fazer alguns bons cortes, dar alguns passes. Acabei entrando no ritmo. Também fomos para cima a maior parte do segundo tempo, o que facilitou um pouco as coisas porque não tivemos que nos defender muito. Mas no geral adorei ter entrado em campo.
A Austrália deixou uma boa impressão, mas esteve em dificuldades nos primeiros 20 minutos. Foi o Chile que jogou muito bem ou a Austrália que jogou mal?Acho que foi um pouco das duas coisas. O Chile começou bem, trocando passes com facilidade. O toque de bola deles era muito bom e também entrou um pouco de nervosismo em nós, o que era esperado. Foi o primeiro jogo da primeira Copa do Mundo para muitos desses caras. Mas acho que, depois daquilo, o jeito como nos seguramos... Poderíamos ter afundado, poderíamos ter nos dobrado com facilidade. Acho que todo mundo esperava isso, mas continuamos fazendo o que professor queria de nós e acho que mostramos para todo mundo que também sabemos jogar um pouco.
Vocês enfrentaram uma seleção muito boa de igual para igual. Isso vai dar confiança para o jogo com a Holanda?Acho que isso prova aquilo em que acreditávamos como equipe, e que o professor vem colocando na nossa cabeça: acreditar de verdade. Acho que ter entrado lá e feito isso no maior torneio do mundo realmente deu muito mais autoconfiança para nós. Ninguém gosta de jogar sob pressão, não importa contra quem. Estamos todos em uma Copa do Mundo e ninguém quer cometer erros. Queríamos ter certeza de que éramos nós quem estava pressionando o adversário, de que estávamos seguindo nossa filosofia de jogo e esperando sair com um bom resultado. Ninguém dava quase nenhuma chance para a Austrália neste grupo.
Os jogadores australianos pareciam arrasados enquanto saíam do gramado...Sim, é claro que estávamos muito decepcionados. Acho que estávamos dominando quando o placar era de 2 a 1. Tivemos um gol anulado por impedimento, e teve o chute doBresciano. Estávamos colocando muita pressão neles, não era que só estávamos nos segurando. Acho que o professor disse ontem que, se tivéssemos marcado o segundo, acho que provavelmente conseguiríamos o terceiro. Eles realmente estavam encurralados. Acho que o jeito como eles comemoraram o terceiro gol mostrou como estavam entrando em pânico e ficando estressados com a possibilidade de sofrer o empate. Se alguém dissesse antes do jogo ou depois dos primeiros 20 minutos que estaríamos arrasados por sair de campo derrotados, provavelmente surpreenderia todo mundo. Mas, como eu disse antes, o professor realmente nos fez entrar no ritmo e jogar um futebol do qual gostamos. Tomara que venha muito mais pela frente.
Para terminar, o que o técnico disse no vestiário depois do jogo?Para falar a verdade, ele não disse muita coisa. Ele não fala muito depois dos jogos. Só disse que estava orgulhoso do jeito como jogamos e de termos mantido nossa filosofia, de não termos começamos a dar chutões para frente e de não jogarmos a toalha. Foi muita coragem da nossa parte continuar jogando do jeito que queríamos e ainda ter feito os chilenos recuarem por uma boa parte do segundo tempo.
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