Se o sol tivesse aparecido nos céus da cidade de Salvador, ele certamente teria brilhado sobre Arjen Robben. Em campo, o jogador de 30 anos teve uma atuação fantástica e coroou a sua primeira partida na Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 com dois gols. No final, a Espanha foi mandada para o vestiário com uma goleada por 5 a 1. Foi uma estreia perfeita para a jovem equipe do técnico Louis van Gaal — e o sorriso parecia não querer deixar o rosto de Robben depois do apito final.
Na realidade, a situação não começou tão boa para o astro do Bayern de Munique. Depois de um chute errado para o gol de Iker Casillas, Robben perdeu uma chuteira e em seguida travou uma rápida luta com o cadarço, que não queria se desamarrar de modo algum. No final, a chuteira teimosa acabou trazendo sorte, e o meia-atacante conduziu a Holanda em um segundo tempo maravilhoso.
"É uma sensação incrível ter marcado os dois gols", alegrou-se Robben em entrevista aoFIFA.com. Mas ele próprio não quis se colocar em primeiro plano na incrível vitória, que provavelmente nem o mais otimista holandês esperava que fosse por um placar tão elástico. "Preciso dizer que estou orgulhoso da minha equipe. Marcar dois gols é sempre bom, mas o meu orgulho com a seleção supera isso. Estou orgulhoso do desempenho da equipe porque é assim que se joga", concluiu.
Mais do que apenas uma estatística
Esses dois gols representam mais do que apenas números nas estatísticas e no saldo. Pela segunda vez na sua carreira, Robben conseguiu uma incrível "revanche" no cenário internacional. Na final da Liga dos Campeões da UEFA 2011/12 em plena Allianz Arena, o holandês desperdiçou uma cobrança de pênalti, e o Bayern acabou ficando apenas com o vice-campeonato. Mas no ano seguinte o mesmo Robben se redimiu ao marcar o gol do título do mesmo torneio contra o Borussia Dortmund.
Com uma atuação fantástica contra a Fúria, ele se redimiu da chance desperdiçada cara a cara com Casillas na final do Mundial de 2010, ainda que obviamente o significado dos lances tenha sido totalmente diferente.
"Não podemos comparar esta partida com a de quatro anos atrás", afirmou. "Daquela vez era uma final, e hoje foi na fase de grupos. Enfrentamos o melhor adversário e a melhor seleção do mundo tecnicamente. Nós nos comportamos muito bem e aproveitamos as nossas chances."
A estreia foi perfeita e deixou todos ansiosos para ver se a Holanda consegue manter o mesmo ritmo nos próximos jogos. "Agora precisamos ficar concentrados e seguir em frente", disse Robben, despedindo-se e entrando no ônibus da equipe ainda com um enorme sorriso.