sábado, 11 de abril de 2009

A fauna



A fauna terrestre do arquipélago é um tanto pobre, refletindo a limitação ambiental, pouco espaço disponível e reduzidas fontes alimentares, além do solo raso o qual suporta uma vegetação exclusivamente rasteira.

Ratos, aranhas e principalmente lagartos são os exemplares mais comuns existentes nas ilhas depois das aves.

Essas constituem o grupo de maior expressão. Se fazem presente em grande número de indivíduos, habitando todas as ilhas do arquipélago.

Quatro espécies consideradas endêmicas de Abrolhos são facilmente encontradas.

O atobá-branco (Sula dactylatra); o atobá-marrom (Sula leucogaster); as fragatas (Fregata magnificens); e a grazina (Phaethon aethereus).

Duas espécies migratórias podem ser encontradas entre os meses de março a novembro; a primeira, conhecida como benedito (Anous stolidus), é encontrada em grande número e o trinta réis (Sterna fuscata), representado apenas por alguns casais, que junto com os beneditos se reproduzem na ilha Guarita.

Em compensação, a fauna marinha é uma das mais ricas da costa brasileira, o que justificou a decretação da área como Unidade de Conservação Ambiental.

A baixa profundidade e a presença de grande quantidade de recifes de corais criaram condições excepcionais para o desenvolvimento de inúmeras espécies sendo que, como já foi dito, pode-se encontrar em Abrolhos todos os peixes que existem no Atlântico sul.

Mais sobre as Aves


O atobá-branco (Sula dactylatra), ave endêmica de Abrolhos, mede aproximadamente 86cm, é de cor branca, e possui as penas das asas e cauda negras, bem como a garganta e a face.

A fêmea é um pouco maior que o macho, porém o que torna fácil a identificação é o fato de possuírem diferentes vocalizações.

De temperamento dócil, alimentam-se de peixes e lulas capturados em mergulhos.

Se reproduzem em colônia durante todo o ano sendo que, tanto o macho quanto a fêmea se revezam na tarefa de chocar o ovo (o que leva em torno de 45 dias), alimentar e proteger o filhote.

Põem geralmente dois ovos em ninhos localizados no solo, porém apenas um filhote sobrevive, pois é ele quem deve retirar o alimento de dentro do bico dos pais para poder se alimentar. Por esse motivo, acaba sobrevivendo apenas o mais forte.

Habitam as áreas mais elevadas, principalmente das ilhas Sta. Bárbara e Siriba.

O atobá-marrom (Sula leucogaster), também uma ave endêmica de Abrolhos, mede aproximadamente 74cm, é marrom escuro com o abdomem branco.

A diferenciação dos sexos é observada pela cor ao redor dos olhos (azul-escuro no macho e amarelo claro com mancha negra na fêmea).

Alimenta-se de peixes, vive em colônias, principalmente na ilha Sueste, onde confecciona seus ninhos com pedras e material vegetal nos paredões e junto a blocos de pedra.

Apesar de sua similaridade com o atobá-branco, possui um comportamento bem mais arisco mostrando-se inquieto à aproximação humana.

Põem geralmente dois ovos (levando em torno de 45 dias para chocar), porém, como o atobá-branco, apenas um filhote sobrevive, pois é ele quem deve retirar o alimento de dentro do bico dos pais para poder se alimentar. Por esse motivo, acaba sobrevivendo apenas o mais forte.

A grazina (Phaethon aethereus), outra ave endêmica de Abrolhos, mede aproximadamente 1m, sendo que 40cm correspondem às penas centrais da cauda.

Possui o corpo branco, o dorso listrado de negro, a ponta da asa negra e o bico vermelho.

Faz os ninhos sempre em locais abrigados, geralmente pequenas tocas entre as pedras onde coloca apenas um ovo.

Só se reproduz em dois locais: Abrolhos, onde se localiza a maior colônia reprodutiva, e Fernando de Noronha.

As baleias


Da metade do outono em diante, quando as águas começam a congelar na Antártica, as baleias Jubarte (Megaptera novaeangliae), iniciam sua migração em grupos à procura de águas mais quentes, fugindo assim do inverno antártico e buscando locais ideais para acasalar e reproduzir.

O único local do atlântico sul onde elas se reproduzem é justamente em Abrolhos, sendo que lá elas permanecem de julho até meados de dezembro.

Isso ocorre basicamente por três fatores:

1- Temperatura da água elevada.

As baleias Jubarte possuem uma espessa camada de gordura ao redor do corpo que, além de ser uma reserva energética, proporciona um isolamento térmico, protegendo-a do frio.

O filhote nasce com uma camada de gordura um tanto fina ao redor do corpo, se ele nascesse em locais com águas de baixa temperatura provavelmente não suportaria o frio e acabaria morrendo.

Abrolhos possui uma temperatura média da água durante o ano em torno de 25,5° C o que é considerado uma temperatura bastante amena.

2- Região de baixa profundidade e águas calmas.

Após o nascimento, a mãe auxilia o filhote no início do processo respiratório, levantando-o até a superfície para que ele possa respirar.

A profundidade ao redor do arquipélago fica em torno de 20m e as águas são relativamente calmas, fatores que facilitam esse processo.

3- Ausência de Orcas.

Pois são predadoras naturais da baleia Jubarte.

O ciclo reprodutivo dessas baleias inicia-se após o acasalamento, que ocorre na região do arquipélago. A partir daí elas migram para a Antártica onde ficam se alimentando até o final da gestação, então voltam novamente à Abrolhos para terem seus filhotes.

O período completo desse ciclo é de 11 meses, coincidindo assim com o tempo de gestação do animal.

Ao nascer, o filhote mede de 4 a 5m pesando de 1,0 a 1,5 toneladas, e quando adulto pode chegar a 16m e pesar até 40 toneladas.

Enquanto estão na Antártica, as baleias Jubarte se alimentam principalmente do krill (Euphausia), um pequeno camarão encontrado em abundância, além de outros pequenos crustáceos.

Com isso, constituem aquela camada de gordura que serve de reserva energética para o tempo em que estão longe do continente gelado, ou seja, as baleias só se alimentam no período em que estão na Antártica, com exceção dos filhotes, que recebem o alimento por parte da mãe desde o momento que nascem em águas tropicais, até voltarem às águas frias, época em que já terão também uma camada de gordura espessa o suficiente para garantir sua sobrevivência.

As fêmeas alimentam seus filhotes da seguinte forma:

Como não possuem mamas exteriorizadas (o que as auxiliam em relação a hidrodinâmica), as fêmeas, a partir de contrações abdominais, jorram o leite na água através de duas pequenas fendas na região ventral, estimuladas por pequenos toques promovidos pelo filhote.

Como esse leite possui uma alta taxa de gordura (em torno de 40%), ele não se dissolve na água, formando placas, como um plasma, que são abocanhadas pelo filhote.

Dessa forma o filhote mama, em média, 100 litros de leite por dia.

Em toda a temporada reprodutiva chegam à Abrolhos cerca de 1.500 à 1.800 baleias, sendo que o pico são nos meses de agosto e setembro.

Esses dados são obtidos através de estatísticas, e a identificação é possível graças as variações das manchas preta e branca existentes na região ventral da nadadeira caudal, servindo como uma impressão digital, através da qual se consegue individualizar o animal.

Conhecidas por seu temperamento dócil, desenvolvido sistema de vocalização e freqüentes acrobacias, são um espetáculo à parte para quem visita o arquipélago.


As Tartarugas Marinhas


Já foram observadas em Abrolhos três das cindo espécies de tartarugas marinhas existentes no Brasil.

A tartaruga de pente (Eretmochelys imbricata); a tartaruga gigante ou tartaruga de couro (Dermochelys coureacea); a tartaruga verde (Chelonia mydas), que pode ser encontrada facilmente em diversos locais ao redor do arquipélago, principalmente entre as ilhas Redonda e Siriba; e a tartaruga cabeçuda (Caretta caretta), a única que se tem relatos de algumas poucas desovas na porção de areia da ilha Redonda.

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