sábado, 5 de julho de 2014

ELE É O CARA! David Luiz, um brasileiro como todos nós. Talento, garra e emoção


Caso acontecesse nos tempos do futebol pelo rádio, em que não havia transmissão pela tevê, certamente os locutores e cronistas contariam em verso e prosa o gol de David Luiz. Certamente definiriam a cobrança de falta como a "folha 'seca" eternizada por Didi, em 1957, em lance revivido nesta sexta-feira na Arena Castelão diante de mais de 60 mil testemunhas.
O gol de falta não aconteceu por acaso. David treina com intensidade e repetição esse tipo de cobrança, em que procura dar à bola uma trajetória em que ela caia de repente, com efeito, para enganar o goleiro. Foi o que aconteceu.
- Procuro treinar muito esse tipo de cobrança. O prêmio veio com este gol, que me fez vibrar intensamente. Foi demais ver a massa comemorando comigo.
David Luiz é craque, zagueiro de Seleção, famoso no mundo, mas acima de tudo tem a alma e o coração de um simples torcedor. Ele extravasa toda a sua emoção a partir do momento que entra em campo e joga como se fosse mais um entre os milhões de pessoas que o estão acompanhando no estádio e por todos os cantos do país.
- Me sinto mais um entre todos os brasileiros que estão sonhando com o mesmo objetivo. E, como jogador, tenho o privilégio de poder colaborar  para que isso aconteça. Entrar em campo com a camisa amarela, ver o povo vibrando, é demais, é muita emoção. Me faz me sentir uma pessoa especial.
Zagueiro que nunca foge à luta, seja em amistoso ou jogo para valer, pode-se dizer que ele 'extrapolou' contra a Colômbia. A arrancada que deu desde o seu campo, superando os adversários que se intrometiam á sua frente, com trombadas e empurrões, foi sensacional. Merecia ter reminado em gol - aliás, com o este de falta de hoje, já fez dois na Copa. 
Jogador que igualmente não gosta de perder, jamais, David mostra também  a grandeza dos vencedores, capaz de levá-lo ao gesto carinhoso de trocar a camisa como garoto craque James Rodrigues. Não só trocou, como vestiu orgulhosamente a 10 do colombiano, e ficou longo tempo consolando o adversário que chorava convulsivamente. 
Saiu de campo vestido com a 10 de James e aplaudido pela massa do Castelão. Ele foi o cara do jogo!

Runco dará coletiva às 16 horas na Granja Comary

O médico da Seleção Brasileira, José Luís Runco, dará hoje às 16 horas entrevista coletiva sobre Neymar, que está fora da Copa do Mundo. O camisa 10 seguiu com a delegação, mas de ambulância, na madrugada deste sábado para Teresópolis.
Às 16 horas, também, os jogadores que não atuaram contra a Colômbia vão a campo treinar na Granja Comary.
Os titulares, que começaram jogando contra a Colômbia, fazem às 17 horas trabalho regenerativo na piscina do Centro de Treinamento.

Presidente Marin reverencia todo o time brasileiro

O presidente Marin vibrou como sempre na vitória do Brasil sobre os colombianos. Acompanhado do vice-presidente Marco Polo Del Nero, ele assistiu ao jogo com várias autoridades e dirigentes, entre elas o presidente da Colômbia Juan Manuel Santos,o presidente da FIFA Joseph Blatter e o governador do Ceará Cid Gomes. 
Marin vibrou muito com os gol também na companha da jogadora Marta, a quem admira, e ao final do jogo não escondeu a sua emoção por ver a Seleção Brasileira nas semifiinas da Copa do Mundo.
Desta vez, como ele fez questão de ressaltar, ele não quis destacar jogador algum pela brilhante vitória.
- Dou os meus parabéns a todos os jogadores que estiveram em campo e à comissão técnica. Eles foram verdadeiros heróis, lutaram muito e souberam honrar essa camisa vencedora. Gostei muito da atuação da Seleção Brasileira.
Ao saber da contusão de Neymar, o presidente fez questão de enviar uma mensagem ao jogador.
- Ficamos todos muito tristes com essa notícia. Vamos torcer para que não seja muito grave. O Neymar, além de um craque, é muito querido pelo grupo. 
Após o jogo, o presidente da CBF recebeu os telefonemas do ex-presidente Lula e do senador Aécio Neves pela vitória e classificação da Seleção Brasileira.  

COLETIVO A COISA TÁ FICANDO PRETA


COSTA RICA: Alexandre Guimarães: “Não dava para prever essa ascensão"


Alexandre Guimarães: “Não dava para prever essa ascensão"
© AFP
Em 20 de junho de 1990, a Costa Rica derrotava a Suécia e avançava pela primeira vez às oitavas de final de uma Copa do Mundo da FIFA. Exatos 24 anos depois, novamente em um 20 de junho, a seleção costarriquenha bateu a Itália e repetiu aquele resultado. O grupo que está no Brasil, contudo, foi mais longe ainda e, ao bater a Grécia nos pênaltis, colocou-se como um dos oito melhores do planeta.

Em comum entre as duas campanhas, o sangue brasileiro. Celso Borges, atual camisa 5 dos Ticos, é filho de Alexandre Guimarães, alagoano que defendeu a Costa Rica como jogador em 1990 e, depois, em 2002 e 2006 ocupando o posto de treinador. No Brasil para acompanhar atentamente as atuações do filho na Copa do Mundo da FIFA, Guimarães conversou com o FIFA.com às vésperas do confronto contra a Holanda, valendo uma vaga nas semifinais, e falou sobre a evolução do futebol costarriquenho nas últimas duas décadas.

FIFA.com: Você participou da Copa do Mundo da FIFA como jogador em 1990 e como treinador em 2002 e 2006. Qual foi a mais marcante?
Alexandre Guimarães:
A de 1990 me marcou muito porque foi a única que eu pude disputar como jogador. Foi a primeira que eu disputei e foi a primeira vez que a Costa Rica passou às oitavas. Essa Copa me marcou muito porque joguei com 30 anos. Foi ela que me deu pique para querer voltar a ter essa sensação (de estar em uma Copa do Mundo). Só que, para isso, tinha que ser como treinador.

Como treinador, conseguiria imaginar que, em tão pouco tempo, a Costa Rica estaria entre as oito melhores seleções do mundo, ganhando de campeões mundiais e buscando vaga nas semifinais?
Não. Acho que ninguém podia adivinhar o que está acontecendo. É realmente  muito difícil fazer o que a Costa Rica está fazendo agora. São muitos os motivos. Tem a continuidade do técnico (Jorge Luis Pinto) e tem uma geração de jogadores muito boa e com muita fome de vitória. Essa geração já vem há algum tempo atuando com sucesso na Europa, o que dá muita experiência competitiva. Esse grupo tem aquela raiva interna do atleta. Isso fez com que eles, ao não poderem ir à África do Sul, tenham decidido mostrar para todo o mundo que são bons. Tem também a continuidade do processo de seleções mais jovens. A maioria do grupo jogou Mundiais Sub-17 e Sub-20. Você vai juntando todas essas coisas e pode ver que o grupo estava preparado para o que aconteceu. Às vezes, você pode ter um bom resultado por sorte, por algo que o outro time deixou de fazer, mas neste caso, não. Nos quatro jogos, a Costa Rica mereceu.

Esta seleção da Costa Rica é muito compacta e forte na defesa, algo que nem sempre foi uma marca do time. O que mudou? 
É uma marca registrada do técnico. Todos seus clubes eram um times muitos bem armados defensivamente e balanceados. Neste caso, ele teve o tempo necessário para encontrar o equilíbrio depois de três anos e meio. E encontrou no momento justo.

O fato de a Copa estar sendo disputada no Brasil ajuda? Ajuda muito. Posso dizer isto com toda segurança porque é uma coisa que sempre conversei com meu filho. Eles tinham uma vontade incrível de jogar no Brasil, que é o país do futebol. Eles queriam estar aqui para mostrar o futebol deles. É algo a mais, não só para eles, mas para todas seleções. 

Além de torcedor da Costa Rica, você também é pai do Celso. Como fica o coração: é mais complicado acompanhar essa Copa?

Muito. Realmente está sendo uma experiência muito diferente. Sempre acompanhei a carreira dele, assistindo ao vivo ou na internet, mas Copa do Mundo é outra coisa. Você sabe o que significa uma Copa pra qualquer jogador. Como ele está vivendo seu sonho, você sempre quer que o sonho seja perfeito. Até agora tem sido (risos).

E como está analisando o desempenho dele? 
Não é porque seja meu filho, mas ele está mostrando uma liderança muito importante e cadência de jogo. É ele quem regula o ritmo de jogo da Costa Rica no meio de campo. Está tendo também uma dinâmica de jogo muito importante, cobrindo o campo inteiro. Então acho que ele está se mostrando uma opção ainda melhor para talvez se lançar em uma aventura mais ousada em outra liga da Europa (Borges joga no AIK da Suécia).

Você o cobra mais? Ou ele vem pedir conselhos especiais?
Conversamos muito, mas não cobro nada. Primeiro porque o treinador cobra muito, e ele se cobra também. Minha função com ele é apoiá-lo 100%. É o que fazemos quando vamos na concentração. Minha esposa e eu ficamos com ele, sem falar muito de futebol. Falamos da família no Brasil, o pessoal que esta mandando recado.
E seu palpite para o jogo contra a Holanda?
Espero poder continuar na Copa através dele (Celso) uma semana mais, mesmo que seja com toda aquela tensão que houve no jogo passado e ele ganhando. Meu coração já está à prova de tudo. 
E como a Costa Rica pode ganhar?
Com outro jogo perfeito, como nas três primeiras partidas, contra Uruguai, Itália e Inglaterra. Para você ganhar de uma seleção dessas, o primeiro que se tem que fazer é um jogo perfeito. O segundo é ter atenção nos pequenos detalhes. O terceiro é aquela dose de sorte que sempre conta.

Prévia do dia: dois favoritos, um azarão e uma surpresa

 

Prévia do dia: dois favoritos, um azarão e uma surpresa
© FIFA.com
Dois favoritos, um ambicioso azarão e a maior surpresa do Mundial entrarão em campo pelas quartas de final do Brasil 2014 neste sábado. Em Brasília, Argentina e Bélgica se enfrentarão pela terceira vez em Copas do Mundo em busca de um desempate. De fato, os belgas levaram a melhor no primeiro confronto, com a vitória por 1 a 0 em 1982 na Espanha, enquanto os argentinos deram o troco fazendo 2 a 0 quatro anos mais tarde. 
Seria injusto reduzir a partida às comparações entre Lionel Messi e Eden Hazard, embora os dois craques carreguem as respectivas equipes na ponta das chuteiras. Messi é o termômetro do jogo argentino, ajudando na marcação, ditando o ritmo, distribuindo bons passes e impulsionando uma seleção que às vezes parece sucumbir a um certo marasmo. Hazard, por sua vez, costuma levar muito perigo nas arrancadas em direção à área adversária e calcula muito bem todas as suas jogadas, mas ainda lhe falta uma atuação decisiva para estar entre os maiores astros do futebol atual. O duelo com a Argentina será uma ocasião de ouro para o meia do Chelsea.
Já a Costa Rica não era esperada por ninguém nas quartas de final, mas a sua presença nesse estágio da competição não deve nada ao acaso. Desde o início do torneio, a equipe caribenha sacudiu a ordem estabelecida com duas vitórias sobre dois campeões mundiais (Uruguai e Itália), além de um empate com um terceiro (Inglaterra) e a classificação nos pênaltis contra a Grécia, que foi campeã europeia em 2004. 
A Holanda, que precisou suar a camisa para eliminar o México por 2 a 1, enfrentará outro oponente da CONCACAF que se sente em casa em solo brasileiro. Mas, liderados por um Arjen Robben em grande fase e com 12 gols marcados na competição, os holandeses têm todos os recursos para fazer a diferença nesse encontro inédito, muito embora a Costa Rica só tenha sofrido dois gols no Mundial.
Os jogos
Argentina x Bélgica, Estádio Nacional, Brasília, 13h (hora local)
Holanda x Costa Rica, Arena Fonte Nova, Salvador, 17h (hora local)

Você sabia?
Alguns númerosA Costa Rica é o quarto representante da região da América do Norte, Central e Caribe a chegar às quartas de final da festa máxima do futebol, após EUA (1930 e 2002), Cuba (1938) e México (1970 e 1986). Somente os americanos se classificaram às semifinais uma vez, em 1930.

Em busca de um recorde
Os holandeses Arjen Robben e Wesley Sneijder já marcaram seis gols em Copas do Mundo. O recorde da Laranja Mecânica pertence a Johnny Rep, com sete.

Pedra no sapato
Os argentinos costumam ter dificuldades contra adversários europeus, por quem foram eliminados nas quartas de final em três ocasiões. A Alemanha foi o carrasco da Albicelesteem 2010 (4x0) e em 2006 (1x1 seguido de derrota por 4 a 2 nos pênaltis), enquanto a Holanda encerrou o sonho argentino em 1998 (2x1). Some-se a isso o revés contra a Romênia nas oitavas de final em 1994 (3x2) e a final perdida diante dos alemães em 1990 (1x0) e será preciso reconhecer que as equipes da Europa são a pedra no sapato da Argentina.

Messi x Maradona
 
Messi disputará a sua partida de número 91 com o uniforme argentino contra a Bélgica e igualará o total de Diego Maradona, que marcou 34 gols contra 42 do atacante do Barcelona. Ambos estrearam pela seleção diante do mesmo adversário, a Hungria, um em 2005 e o outro em 1977. No México 1986, Maradona foi o artilheiro da Argentina com cinco gols e recebeu o prêmio de melhor jogador do torneio. No Brasil 2014, Messi anotou quatro gols em quatro jogos até o momento e foi escolhido o melhor em campo em todos eles.

Jogadores suspensosÓscar Duarte (Costa Rica) e Marcos Rojo (Argentina)

Ameaçados
Ángel Di María e Ezequiel Garay (Argentina); Toby Alderweireld, Axel Witsel, Jan Vertonghen, Moussa Dembélé e Vincent Kompany (Bélgica); Stefan de Vrij, Daley Blind e Jonathan de Guzman (Holanda); Yeltsin Tejeda, Esteban Granados, José Cubero, Giancarlo González, Keylor Navas e Bryan Ruiz (Costa Rica)

Você vai gostar de ver
As melhores lembranças da Bélgica na Copa do Mundo estão intimamente ligadas à Argentina. O FIFA.com mostra o porquê em entrevistas exclusivas e vídeos de 1982 e 1986. 
Robben é sério candidato ao prêmio de melhor jogador do Brasil 2014. "Psicologicamente eu me sinto muito bem e fisicamente eu me sinto bem forte", diz o craque da Holanda na longa entrevista que concedeu com exlusividade ao FIFA.com antes de enfentar a Costa Rica pelas quartas de final. "Estou conseguindo jogar o meu futebol e fico muito feliz de poder ajudar a equipe." 
O torcedor mais jovem não conheceu Just Fontaine, o maior artilheiro de uma mesma edição do Mundial com 13 gols marcados em 1958 na Suécia. Aos 80 anos, o francês continua tendo excelente memória e opiniões bastante firmes quando o assunto é futebol, conforme você pode conferir nesta entrevista.
Nesse dia em...
O dia 5 de julho de 1982 entrou para a história da Copa do Mundo como a data da Tragédia do Sarriá. O técnico italiano Enzo Bearzot desdenhou da opinião pública e decidiu levar para a Espanha o atacante da Juventus Paolo Rossi, que havia acabado de cumprir suspensão de dois anos por envolvimento em um escândalo de apostas. Como previsto, Rossi passou em branco nas três primeiras partidas da Azzurra, bem como na vitória de 2 a 1 sobre a Argentina, no primeiro jogo da segunda fase. Em seguida, porém, como em um passe de mágica, Rossi anotou três gols contra o Brasil naquele famoso 5 de julho, antes de deixar mais dois contra a Polônia nas semifinais (2x0) e abrir o placar na decisão contra a Alemanha vencida por 3 a 1. Artilheiro e melhor jogador do torneio, Rossi foi recebido como herói na Itália, depois de ter sido duramente atacado por várias semanas.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Uma Seleção semifinalista e sua nova realidade sem Neymar


Uma Seleção semifinalista e sua nova realidade sem Neymar
© Getty Images
Parecia mesmo que, alguns minutos antes, havia terminado uma partida de quartas de final, com vitória e boa atuação do Brasil: os jogadores sorriam, as análises sobre aquilo que deu certo contra a Colômbia – e muita coisa deu – ocupavam toda roda de conversa e já se comentava sobre como seria o confronto com a Alemanha, na terça-feira. E, de repente, a saída do vestiário brasileiro mergulhou numa realidade paralela: um mundo novo e estranho, onde o Dr. Rodrigo Lasmar, um dos médicos da equipe, era o personagem mais procurado para entrevistas; onde todo mundo precisou aprender a pronunciar “fratura no processo transverso da terceira vértebra”, o que quer que isso quisesse dizer na vida real; e, mais do que qualquer coisa, onde Neymar estava fora da Copa.
“Eu só não saio completamente feliz hoje por não saber bem qual é a situação do Ney. Agora só nos resta orar muito para tudo estar bem e para que ele possa nos ajudar”, falava David Luiz à FIFA, terminando de forma ressabiada uma entrevista que, até então, era de otimismo e satisfação. Parecia um prenúncio. Passaram-se alguns minutos e, quando a maioria dos jogadores brasileiros já havia tomado a direção do ônibus, começou um telefone sem fio, que em segundos transformou os rumores desencontrados nas palavras peremptórias do Dr. Lasmar. Bem-vindos ao mundo da “fratura no processo transverso da terceira vértebra”.
Fratura na vértebra tira Neymar da Copa
“O Neymar, infelizmente, está fora do Mundial. Por sorte, se trata daquilo que chamamos de ‘fratura benigna’: não é uma fratura que deixe qualquer sequela e cujo tratamento é conservador, sem cirurgia. O tempo de recuperação varia demais de jogador para jogador: algo entre quatro a seis semanas. Depende muito”, explicava o médico ao FIFA.com, ele mesmo ainda um tanto aturdido. Minutos antes, afinal, Rodrigo estava no vestiário, tenso, esperando uma chamada do Dr. José Luiz Runco, chefe da equipe médica da Seleção, que acompanhava Neymar num exame de tomografia computadorizada.
E aí, quando a chamada veio, de um momento para o outro, era ele o porta-voz da pior notícia imaginável para o país todo - bem quando esse país celebrava uma boa atuação; quando suas maiores preocupações para retornar à primeira semifinal em 12 anos, até então, eram a ausência de seu capitão Thiago Silva, suspenso, e a solidez da rival Alemanha. De um momento para o outro, tudo isso ficou pequeno.
Tudo como antes (?)
Na zona mista, cercado por repórteres enquanto falava sobre a partida e sobre sua suspensão, Thiago Silva foi avisado por um deles do diagnóstico. Não a tal “fratura no processo transverso da terceira vértebra”, mas o diagnóstico que mais importava e doía. Só quatro palavras: “Neymar fora da Copa”.
Justiça seja feita: Thiago não gaguejou ou se espantou. Deu uma piscada um tanto mais pesada, respirou e seguiu falando sobre próximo passo, como se aquilo se tratasse apenas de um desfalque mais: “Nós temos improviso. Temos várias peças que podem desequilibrar”, falava o zagueiro, no momento em que não pôde deixar de olhar para o lado e notar o Dr. Rodrigo Lasmar rodeado de jornalistas, repetindo com a mesma feição sóbria sua enésima explicação sobre que diabos é o processo transverso da terceira vértebra. “É, o Rodrigo está confirmando, né?”, o capitão comentou, com ar ainda meio perdido - como se só assim, diante da imagem do médico rodeado de repórteres, começasse a acreditar e pensar naquilo que, instantes antes, eram só quatro palavras tenebrosas.
“É triste”, e pausou. “É triste, porque só a gente sabe quanto esse garoto sonhou com esta Copa do Mundo.” Outra pausa, só o bastante para o fato começar a ser, vá lá, assimilado. E, então, Thiago retomou o discurso de onde tinha parado, lá atrás, antes de saber da lesão. “Mas tenho certeza de que a gente tem jogadores de qualidades para suprir essa ausência. Acredito muito no William, que tem essas mesmas características. Nós vamos ganhar esta Copa. Não só pelo Neymar, mas por todos nós. Nós merecemos.”
Impossível cobrar do capitão qualquer discurso que não esse. Não naquela hora. De repente, a realidade que até há pouco era paralela se tornava a única existente para a Seleção semifinalista. E, nela, só cabe mesmo fazer o que Thiago Silva fez no discurso: retomar a vida que havia antes da lesão de Neymar. Como se isso fosse realmente possível.

Brazil players acknowledge the fans

Sexta-Feira, 4 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: Brazil players acknowledge the fans after defeating Colombia 2-1 in the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Gabriel Rossi/Getty Images)

James Rodriguez (C) of Colombia is applauded by David Luiz (R) and Dani Alves (L)

Sábado, 5 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: James Rodriguez (C) of Colombia is applauded by David Luiz (R) and Dani Alves (L) of Brazil after the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Estadio Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Lars Baron - FIFA/FIFA via Getty Images)

Brazil football fans sit outside Sao Carlos Hospital where superstar striker Neymar was treated

Sábado, 5 Julho 2014
Brazil football fans sit outside Sao Carlos Hospital where superstar striker Neymar was treated after being injured during the quarter-final football match between Brazil and Colombia at the Castelao Stadium in Fortaleza during the 2014 FIFA World Cup on July 4, 2014. Brazil star Neymar was ruled out of the World Cup after that with a back injury, team doctor Rodrigo Lasmar said. Lasmar told reporters Neymar suffered a fracture in the third verterbra of his back during Brazil's bruising 2-1 quarter-final victory over Colombia.

Neymar of Brazil takes a free kick

Sábado, 5 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: Neymar of Brazil takes a free kick during the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Estadio Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Alex Livesey - FIFA/FIFA via Getty Images)

David Ospina of Colombia fails to save a free kick

Sexta-Feira, 4 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: David Ospina of Colombia fails to save a free kick by David Luiz of Brazil (not pictured) for his team's second goal during the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Pool/Getty Images)

David Ospina of Colombia fails to save a free kick by David Luiz

Sexta-Feira, 4 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: David Ospina of Colombia fails to save a free kick by David Luiz of Brazil (not pictured) for his team's second goal during the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Fabrizio Bensch - Pool/Getty Images)

David Luiz of Brazil celebrates

Sexta-Feira, 4 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: David Luiz of Brazil celebrates after defeating Colombia 2-1 during the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Jamie McDonald/Getty Images)

Neymar of Brazil is challenged by Juan Camilo Zuniga of Colombia

Sexta-Feira, 4 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: Neymar of Brazil is challenged by Juan Camilo Zuniga of Colombia during the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Jamie McDonald/Getty Images)

David Luiz of Brazil celebrates scoring

Sexta-Feira, 4 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: David Luiz of Brazil celebrates scoring his team's second goal during the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Estadio Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Alex Livesey - FIFA/FIFA via Getty Images)

Thiago Silva of Brazil scores

Sexta-Feira, 4 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: Thiago Silva of Brazil scores his team's first goa during the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Estadio Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Lars Baron - FIFA/FIFA via Getty Images)

Thiago Silva of Brazil celebrates

Sexta-Feira, 4 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: Thiago Silva of Brazil celebrates after scoring his team's first goal past David Ospina of Colombia during the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Jamie McDonald/Getty Images)

Colombia pose for a team photo

Sexta-Feira, 4 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: Colombia pose for a team photo prior to the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Jamie McDonald/Getty Images)

Neymar, Hulk, Oscar David Luiz and Fernandinho of Brazil sing the National Anthem

Sexta-Feira, 4 Julho 2014
FORTALEZA, BRAZIL - JULY 04: (L-R) Neymar, Hulk, Oscar David Luiz and Fernandinho of Brazil sing the National Anthem prior to the 2014 FIFA World Cup Brazil Quarter Final match between Brazil and Colombia at Castelao on July 4, 2014 in Fortaleza, Brazil. (Photo by Jamie McDonald/Getty Images)

JORNAL DAS PRAIAS VIVA 72 ANOS DE IBICARAÍ

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