domingo, 29 de junho de 2014

HOLANDA

O incrível 100º jogo de Kuyt e o momento de Huntelaar

O incrível 100º jogo de Kuyt e o momento de Huntelaar
© Getty Images
Poderia ter sido tudo muito diferente. Os jornalistas já começavam a encerrar os seus relatos da partida em Fortaleza com manchetes como "México avança" ou "Sonho holandês para em Ochoa". Os milhares de votos dos torcedores no FIFA.com, no Twitter e no aplicativo da FIFA deram a Guillermo Ochoa o prêmio de Craque do Jogo Budweiser, certamente creditando o goleiro mexicano pela vitória após o gol de Giovani dos Santos.
Aos 43 minutos do segundo tempo, porém, o drama asteca começou a se desenhar. As mudanças táticas de Louis van Gaal surtiriam efeito diante da equipe de Miguel Herrera. Depois de começar o jogo no 3-4-1-2, o técnico transformou a Holanda em um 4-3-3 no segundo tempo e, à medida que a derrota parecia inevitável, em um 4-2-4 sem nada a perder. Após um escanteio da direita cobrado por Arjen Robben, o atacante Klaas-Jan Huntelaar cabeceou para trás e Wesley Sneijder surgiu para chutar forte de primeira, no canto esquerdo de Ochoa. 
Os mexicanos ficaram visivelmente abalados com a perspectiva de adiar o sonho de disputar as quartas de final em Salvador. Antes da prorrogação, porém, os holandeses mostrariam que não estavam vencidos. Nos acréscimos, Robben invadiu a área e sofreu pênalti. Huntelaar, que havia saído do banco para entrar no lugar de Robin Van Persie, se apresentou para a cobrança. O atacante do Schalke não desperdiçou a oportunidade de dar outro desfecho à história.
Para Dirk Kuyt, a partida tinha um significado especial. O jogador do Fenerbahçe foi usado na lateral esquerda, na lateral direita e até como ponta-direita, mas admitiu ter acreditado que terminaria o seu centésimo jogo com a camisa da Holanda no lado eliminado. "Foi incrível, um dia especial para mim", disse ele ao FIFA.com com exclusividade. "Ser o sétimo jogador na história do futebol holandês a alcançar a marca de 100 partidas pela seleção e terminar o jogo assim é sensacional. Estou muito orgulhoso, tenho orgulho do time e do nosso espírito de equipe. Continuamos lutando até o fim e estamos muito felizes com o resultado."
"No futebol, principalmente no futebol de uma Copa do Mundo, quando você joga em um estádio como esse, às vezes não importa como você joga ou o que você faz", prosseguiu Kuyt. "Só o que importa é ganhar. Foi isso o que a equipe mostrou hoje. O México foi um adversário difícil com uma defesa valente e bons atacantes. Foi difícil criar chances, precisamos ser pacientes e continuar lutando. Continuamos lutando, com três esquemas táticos e conseguimos. No fim das contas, acho que a diferença entre os mexicanos e nós foi a qualidade individual. O espírito de luta das duas equipes foi sensacional, mas temos jogadores como Robben e Van Persie, que podem mudar o jogo a qualquer momento. Van Persie lutou muito e foi substituído por Huntelaar, e ele decidiu."
Huntelaar era só sorrisos ao ouvir os elogios do experiente Kuyt. "Você sonha com momentos como esse, em que é difícil voltar e de repente acontece", "comentou o atacante. "Sabíamos que seria difícil, eles tinham a vantagem do clima, principalmente quando estava 1 a 0 a dois minutos do fim. Mas a gente tenta o nosso melhor e dá tudo de si. Veio o escanteio e vi que eu não conseguiria colocar a bola no gol, então a pus de volta na área. Não sabia se alguém estava lá, mas o Wesley (Sneijder) estava e pegou em cheio. Daí começamos a acreditar e conseguimos o pênalti."
O que se seguiram foram momentos memoráveis. Enquanto os holandeses celebravam e cruzavam os dedos, os mexicanos imploravam em vão para que os árbitros mudassem de ideia. Huntelaar, por sua vez, aguardou a autorização para a cobrança segurando a bola indiferente ao caos à sua volta. "Eu estava tentando me concentrar porque todo mundo queria me perturbar e me fazer perder o foco", explicou ele. "Escolhi o canto e coloquei a bola lá. Ela entrou. Foi um sentimento incrível, um sonho realizado."

EVERALDO COSTURA RETORNO DE VANE AO PT

Everaldo trabalha pelo retorno de Vane ao PT.
Everaldo trabalha pelo retorno de Vane.
Silenciosamente, a direção estadual do PT trabalha pelo retorno do prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, ao partido. O gestor deixou a legenda, em 2011, para disputar o governo municipal, já que o comando do partido trabalhava a candidatura da esposa de Geraldo Simões, Juçara Feitosa. Encontrou abrigo no PRB, mas não esperava que, na última hora, o partido fosse cair nos braços adversários. A legenda de Bispo Marinho apoiará o democrata Paulo Souto.
Ontem, o presidente do PT baiano, o ilheense-itabunense Everaldo Anunciação, tomou café da manhã com Vane. O PIMENTA apurou que o retorno de Vane não é descartado e pode ocorrer no período pós-eleições de 2014. Este, aliás, é o sonho de Everaldo. E, também, do deputado federal Josias Gomes.
Não se sabe se dependerá do resultado das urnas, mas a eleição do nome petista na disputa ao Palácio de Ondina, Rui Costa, reforçaria essa possibilidade. Fonte: http://www.pimenta.blog.br

MÉXICO - Guardado: "Não temos medo de ninguém"


Guardado: "Não temos medo de ninguém"
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Andrés Guardado é o motor do meio de campo mexicano. Responsável pelo lado esquerdo do setor, ele pode ser encontrado na frente, incomodando a saída de bola do adversário, ou mais atrás, cortando aproximações perigosas. Contra a Croácia, três minutos após Rafael Márquez ter feito 1 a 0, o habilidoso canhoto invadiu a área adversária e anotou o segundo gol dos astecas, dando tranquilidade à equipe na briga pela vaga nas oitavas de final do Brasil 2014.
"Foi meu gol mais especial, porque foi em uma Copa do Mundo", confessou o sorridente jogador de 27 anos em entrevista exclusiva ao FIFA.com. Sua alegria é natural. Embora esteja disputando seu terceiro Mundial, o meia não havia conseguido deixar sua marca nas seis partidas anteriores. "Simplesmente não dá para explicar o que senti. Foi uma sensação de adrenalina enorme. Estou muito feliz, mas principalmente satisfeito pela maneira como a equipe atuou e como todos os jogadores estão comprometidos, compartilhando o mesmo objetivo, entre outras coisas", acrescentou.
De fato, foi a força coletiva que salvou o México nas complicadas eliminatórias e o levou a uma grata participação no Brasil 2014. Para ilustrar essa coesão, basta dizer que a equipe avançou para a segunda fase com apenas um gol sofrido. "Não foi uma mera classificação, nos classificamos com estilo e muito mérito, jogando de uma maneira que nos agrada e nos dá muita confiança. Mas, apesar do que fizemos, ainda não conquistamos nada. Nosso objetivo ainda não foi cumprido", ponderou o jogador do Bayer Leverkusen.
Solidariedade, experiência e autoconfiança
A adversária que agora espera os mexicanos em Fortaleza é ninguém menos que a Holanda, uma seleção que tem brilhado com luz própria até aqui na competição. "Sim, será um jogo duro", admitiu. "As três partidas da fase de grupos já foram difíceis, especialmente contra o Brasil, outro favorito. Vamos com a mesma expectativa: fazer história para o México."
Comandados pelo capitão Robin van Persie, os holandeses contam com uma equipe jovem e veloz, que tem uma capacidade letal de aproveitar os espaços. Do outro lado, porém, estará uma das melhores retaguardas da Copa. "O segredo da nossa defesa é a participação de todos. O mérito não é apenas do goleiro ou dos defensores. Até Oribe e Giovani têm nos ajudado muito. Se a bola chegar até nós, do meio de campo, estaremos prontos. Caso contrário, contamos com uma linha defensiva de cinco jogadores. E como último recurso, temos Memo Ochoa, que está jogando muito bem", analisou.
Além do comprometimento de toda a equipe, outro aspecto fundamental para a força defensiva do México é o experiente capitão Rafael Márquez. "Sua maneira de liderar sempre foi conversando individualmente e também pelo exemplo. Ele não precisa nos dizer muita coisa. Basta vê-lo em campo, um cara que ganhou tudo, tem 35 anos e, em sua quarta Copa do Mundo, está jogando desse jeito... Sentimos um grande orgulho de tê-lo na seleção."
A sorte está lançada. Apenas 90 minutos separam o México da tão sonhada quinta partida no Mundial. Com um espírito de grupo impecável, o selecionado asteca entrará em campo disposto a tudo para conseguir a vitória. "A verdade é que não temos medo de ninguém, estamos felizes de enfrentar quem quer que seja e esperamos sair vencedores. Vamos jogar de igual para igual e complicar a vida deles, porque o México não é nada fácil. E vamos em busca da classificação, que é o que realmente queremos", alertou. 

HOLANDA - Sneijder: "Por que não podemos vencer desta vez?"


Sneijder: "Por que não podemos vencer desta vez?"
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Wesley Sneijder foi o grande astro da Holanda na última edição da Copa do Mundo da FIFA e ganhou a Bola de Prata adidas no final do torneio. Mesmo assim, havia uma suspeita de que ele ficaria de fora do plantel holandês para o Brasil 2014, já que tinha uma relação conturbada com o técnico Louis van Gaal.
A primeira grande decisão de Van Gaal após assumir o controle da seleção foi tirar a braçadeira de capitão de Sneijder. Ele foi abertamente crítico em relação à forma física do jogador. "Acho que ele não entende", acrescentou o técnico.
Sneijder não só conquistou o seu lugar de volta entre os titulares, como também se tornou uma peça fundamental da seleção holandesa que surpreendeu nesta edição da Copa do Mundo. Após ter resolvido os seus problemas com Van Gaal, jogado a sua centésima partida pela seleção holandesa e ajudado a equipe a fazer uma campanha impecável naquele que talvez fosse o grupo mais difícil de todos, o jogador do Galatasaray disse àFIFA que está concentrado no troféu.
FIFA: Como está a atmosfera no plantel após terem vencido as três partidas e ficado em primeiro no grupo? 
Wesley Sneijder: 
Com uma vitória, a atmosfera é sempre fantástica. Estávamos em um grupo muito difícil e, antes do torneio, muitas pessoas diziam que não tínhamos muita chance de avançar para a próxima fase. Mas sempre acreditamos e começamos a jogar com um novo sistema. A partir daí começamos a ter mais confiança. Estar em um grupo com Espanha, Chile e Austrália e ficar na primeira posição com três vitórias e dez gols significa um trabalho fantástico. Quase ninguém achou que isso fosse possível, mas o importante para nós foi acreditar, e foi o que fizemos desde o primeiro dia. Em qualquer torneio você precisa entrar com a ambição de levar o título para casa, e foi assim que nos preparamos para este torneio. Você pode ver este desejo em todos os jogos que disputamos, e devemos parabenizar toda a equipe.
Toda a equipe, mas Louis van Gaal também?Claro que sim. O técnico observa a equipe e cria o modo de jogar. O sistema era novo para a maioria dos jogadores e tivemos de executar tarefas com as quais não estávamos acostumados, e por isso é necessário praticar. Treinamos muito com este sistema e trabalhamos duro nos amistosos. Como batemos a Espanha, o Chile e a Austrália, bem, temos de parabenizar antes de tudo o técnico, porque foi ele quem nos fez jogar assim, e também os jogadores, porque somos nós quem colocamos em prática. Todo mundo sabe o que é esperado, todo mundo sabe o que fazer. E sabemos que somos muito perigosos no contra-ataque.
Também parece haver uma capacidade de mudar o sistema durante o jogo, e os reservas também contribuíram muito bem. Sim, e isso é importante. Quem vai a uma Copa do Mundo, vai com 23 jogadores. Parece clichê, mas não há nenhuma equipe que vai jogar toda essa Copa do Mundo com apenas 11 jogadores. Não é possível, e quem está no banco precisa ter certeza de que está pronto. Felizmente, já vimos que os nossos reservas tiveram grandes atuações ao entrarem em campo. Eles treinam duro, e isso é muito importante para o grupo.
Terminar na liderança do grupo deu um dia a mais de descanso. Isso é importante? Bem, um dia a mais para se recuperar é muito importante. É o final da temporada, todo mundo já disputou vários jogos, e os três jogos na fase de grupos foram muito difíceis. A intensidade com que jogamos as partidas foi alta. Ganhar um dia a mais para descansar é positivo, e usamos isso do melhor modo possível, limpando as nossas mentes. Agora todo mundo está se concentrando e se preparando para o jogo contra o México.
Ter jogado a final de 2010 aumenta o seu desejo de vencer desta vez? Quando começo um torneio, sempre quero ganhar. E é claro, alguns são muito mais fáceis de ganhar do que outros. Há quatro anos, por exemplo, foi um desafio difícil para nós, mas tudo no grupo foi bom e todo o processo funcionou bem para nós. Mas jogamos a final e perdemos. Foi um dos momentos mais difíceis da minha carreira até agora. Mas a melhor coisa do futebol é que você sempre tem a chance de ter uma revanche, e aqui estamos quatro anos depois. E por que não podemos vencer desta vez? Acho que temos uma grande equipe e uma grande motivação, então precisamos ir em frente.
Você está a apenas quatro jogos da final, e o próximo adversário é o México. O que sabe sobre os mexicanos?Apenas quatro jogos? (risos) Ainda há um longo caminho a percorrer. Estamos muito confiantes, mas sempre temos de nos concentrar no próximo adversário, e o México tem uma boa equipe. É uma seleção difícil de bater, mas vamos nos concentrar e nos focar totalmente no jogo. Depois disso veremos o que irá acontecer.

Prévia do dia: dupla da CONCACAF desafia europeus



Prévia do dia: dupla da CONCACAF desafia europeus
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Os europeus entram em cena pelas oitavas de final da Copa do Mundo da FIFA neste domingo com um dos favoritos, a três vezes vice-campeã Holanda, e a Grécia, que faz a sua estreia nessa fase da competição. Diante deles, dois adversários da região da CONCACAF que obviamente não vão facilitar em nada a vida da turma do Velho Continente. 
Laranja Mecânica confirmou a sua força com três vitórias, dez gols marcados e apenas três sofridos no Grupo B, depois da impressionante goleada de 5 a 1 sobre a campeã Espanha na abertura da campanha. Os holandeses já disputaram e perderam três finais (1974, 1978 e 2010), uma semifinal (1998) e um confronto pelas quartas de final (1994), mas desta vez esperam ir longe com o ataque liderado por Robin van Persie e Arjen Robben, autores de três gols cada um até aqui. 
O primeiro adversário será o México, que certamente promete dar trabalho aos batavos. Afinal, a equipe do técnico Miguel Herrera também realizou uma campanha exemplar no Grupo A ao empatar com o Brasil (0x0) e vencer Camarões (1x0) e Croácia (3x1). Além disso, é a sexta vez consecutiva que os mexicanos se classificam para as oitavas.
No outro confronto, a Costa Rica chega para enfrentar a Grécia com o primeiro lugar do Grupo D, conquistado com duas vitórias e um empate diante de três campeões mundiais. Isso mostra a qualidade do futebol apresentado pela equipe caribenha, que pode chegar longe caso continue jogando como fez até o momento. Já os gregos vêm em ascensão depois da estreia catastrófica contra a Colômbia, de quem perderam por 3 a 0. Em seguida, eles empataram com o Japão e derrotaram a Costa do Marfim por  2 a 1 para se classificarem aos mata-matas pela primeira vez. Vale lembrar que a Grécia já surpreendeu em 2004, quando o país se sagrou campeão europeu contra todos os prognósticos.
Os jogosOitavas de finalHolanda x México, Estádio Castelão, Fortaleza, 13h (hora local)
Costa Rica x Grécia, Arena Pernambuco, Recife, 17h (hora local)
Você sabia?Recordes
A Grécia se classificou para a segunda fase do Mundial pela primeira vez na história, mas marcou apenas dois gols, sendo um de pênalti. Somente a Itália de 1970 "supera" esse desempenho, com um único gol marcado nas três partidas da fase de grupos. Mesmo assim, a Squadra Azzurra foi até a final daquela edição...
Duplamente em segundo
Rafael Márquez é o segundo mexicano com pelo menos um gol em três Copas do Mundo, ao lado de Cuauhtémoc Blanco. O jogador de 35 anos é também o segundo defensor a realizar esse feito, depois do espanhol Fernando Hierro.
ExtremosO encontro entre Holanda e México pelas oitavas de final será a partida dos extremos. Afinal, os holandeses possuem o melhor ataque da competição com dez gols em 39 finalizações (26%), enquanto os mexicanos cederam somente um gol em 35 chutes (3%). 
Chutes a gol
Costa Rica chutou a gol apenas 26 vezes nos três jogos da primeira fase. Entre as equipes classificadas às oitavas de final, somente o Chile fez menos nesse aspecto (24).
Na trave
A seleção grega acertou quatro bolas na trave nos seus três compromissos pelo Grupo C. Somente a França teve tanto azar.
Jogadores suspensosJosé Vázquez (MEX)
AmeaçadosJosé Cubero e Giancarlo González (Costa Rica); Vassilis Torosidis, Sokratis Papastathopoulos, Georgios Samaras e  Dimitris Salpingidis (Grécia); Stefan de Vrij, Daley Blind e Jonathan de Guzman (Holanda; Paul Aguilar, Héctor Moreno, Rafael Márquez (México) 
Você vai gostar de verO colombiano James Rodríguez assumiu a liderança do Índice Castrol ao término da fase de grupos, mais uma surpresa nessa Copa de tantos acontecimentos inesperados. Ao final de cada etapa, a disputa se acirra e o FIFA.com faz uma análise da classificação. Quem também surpreendeu foi a Grécia, que avançou aos mata-matas graças ao pênalti de Georgios Samaras no último minuto do duelo contra a Costa do Marfim. Relembre outros penais que fizeram história ao mudarem o destino de uma partida e até de uma equipe.
Nesse dia em...No dia 29 de junho de 2002, na disputa do terceiro lugar entre Turquia e Coreia do Sul, o turco Hakan Sükür abriu o placar com dez segundos de bola rolando para se tornar o autor do gol mais rápido da história da Copa do Mundo. A seleção turca fez 2 a 1 aos 13 minutos do primeiro tempo e acabou vencendo o confronto por 3 a 2. Já o gol mais tardio em Mundiais saiu dos pés do italiano Alessandro del Piero no dia 4 de julho de 2006, aos 16 minutos do segundo tempo de prorrogação na semifinal contra a Alemanha, vencida por 2 a 0. Vale lembrar que a Itália, futura campeã daquela edição, só havia inaugurado o marcador dois minutos antes, com Fabio Grosso.


SELEÇÃO BRASILEIRA


Julio Cesar, questão de crer sem ver

Julio Cesar, questão de crer sem ver
© Getty Images
Existem coisas que você não precisa sequer ver para saber que estão certas – elas simplesmente são. Por alguma razão que é maior do que os fatos e retrospectos, você sabe que pode confiar. E, pelo jeito, o mesmo vale para goleiros.
No início do ano, Luiz Felipe Scolari não precisou ver Julio Cesar jogar para saber que podia contar com ele na Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. Decidiu e deixou claro, bem antes de divulgar a lista dos 23 convocados: seu goleiro titular era ele – que, na época, dispensado pelo Queen's Park Rangers, não vinha jogando por time algum e, pouco depois, acertaria com o Toronto FC, clube bem menos badalado do que o de qualquer um de seus companheiros. Não importava. A confiança já estava lá.

Goalkeepers Julio Cesar (L) of Brazil and Claudio Bravo of Chile talk

Sábado, 28 Junho 2014
BELO HORIZONTE, BRAZIL - JUNE 28: Goalkeepers Julio Cesar (L) of Brazil and Claudio Bravo of Chile talk prior to the penalty shootout during the 2014 FIFA World Cup Brazil Round of 16 match between Brazil and Chile at Estadio Mineirao on June 28, 2014 in Belo Horizonte, Brazil. (Photo by Alex Grimm - FIFA/FIFA via Getty Images)

“Isso me deu tranquilidade. Facilitou para fazer bem meu trabalho. Mas eu entendo os questionamentos: se você fica sem jogar, eles sempre vão existir”, comentou Julio à FIFA pouco depois de defender dois pênaltis na disputa diante do Chile que assegurou o Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo da FIFA.
Longa-metragemQuando Howard Webb apitou o final da prorrogação no Mineirão e as duas seleções se reuniram no meio-campo, preparando-se para a disputa de pênaltis, o goleiro brasileiro falou pouco, ouviu muito e pensou mais ainda. E, então, lembrando sua história, chorou.

Football - Brazil v Chile - FIFA World Cup Brazil 2014 - Second Round - Estadio Mineirao, Belo Horizonte, Brazil - 28/6/14 Brazil's Julio Cesar, Budweiser Man of the Match Mandatory Credit: Action Images / Andrew Boyers

Sábado, 28 Junho 2014
Football - Brazil v Chile - FIFA World Cup Brazil 2014 - Second Round - Estadio Mineirao, Belo Horizonte, Brazil - 28/6/14 Brazil's Julio Cesar, Budweiser Man of the Match Mandatory Credit: Action Images / Andrew Boyers

Você pode escolher diferentes pontos de partida para contar essa tal história, e todos eles passaram pela cabeça de Julio Cesar nos minutos antes de decidir a continuidade da Seleção na Copa que disputa em casa: a saída errada num cruzamento e a derrota para a Holanda na Copa de 2010; o pênalti defendido contra o Uruguai, no mesmo Mineirão, na semifinal da Copa das Confederações da FIFA 2013; a confiança depositada por Felipão mesmo quando estava sem clube; a defesa espetacular que fizera no início da segunda etapa para evitar o gol chileno e até a sala da casa de sua tia em Duque de Caxias, 20 anos atrás.

Julio Cesar of Brazil celebrates with teammates

Sábado, 28 Junho 2014
BELO HORIZONTE, BRAZIL - JUNE 28: Julio Cesar of Brazil celebrates with teammates after defeating Chile in a penalty shootout during the 2014 FIFA World Cup Brazil round of 16 match between Brazil and Chile at Estadio Mineirao on June 28, 2014 in Belo Horizonte, Brazil. (Photo by Jeff Gross/Getty Images)

“Foi lá que eu assisti à final da Copa do Mundo”, diz ele, referindo-se à decisão por pênaltis em que o Brasil derrotou a Itália, nos Estados Unidos, em 1994. “Nessa hora, passa um filme na cabeça, que inclui isso, porque o Taffarel era meu ídolo. Então, meus companheiros chegaram para me dar apoio e motivação por conta de tudo que tinha acontecido na minha carreira. Eu me emocionei e não me contive”, contou o camisa 12, explicando as lágrimas.

Julio Cesar of Brazil saves a penalty kick

Sábado, 28 Junho 2014
BELO HORIZONTE, BRAZIL - JUNE 28: Julio Cesar of Brazil saves a penalty kick by Alexis Sanchez of Chile (not pictured) during the 2014 FIFA World Cup Brazil round of 16 match between Brazil and Chile at Estadio Mineirao on June 28, 2014 in Belo Horizonte, Brazil. (Photo by Ronald Martinez/Getty Images)

Não ver para crer

Julio Cesar of Brazil saves a penalty kick

Sábado, 28 Junho 2014
BELO HORIZONTE, BRAZIL - JUNE 28: Julio Cesar of Brazil saves a penalty kick by Alexis Sanchez of Chile (not pictured) during the 2014 FIFA World Cup Brazil round of 16 match between Brazil and Chile at Estadio Mineirao on June 28, 2014 in Belo Horizonte, Brazil. (Photo by Ian Walton/Getty Images)

Mas o quê, exatamente, pode-se dizer a um goleiro experientes desses, diante daquela tensão que se podia agarrar com as mãos? Não interessa. Assim como não é preciso ver certas coisas para saber que estão certas, o mesmo vale para o ouvir. Júlio não precisava escutar de fato nada daquilo; não as palavras, em todo caso. O conteúdo estava todo subentendido.
“Não precisava nem falar nada, porque ele sabe que a gente confia plenamente nele”, conta Dani Alves ao FIFA.com. “Todos nós sabíamos que o momento de o Júlio brilhar ia chegar. O importante, então,  não era o que cada um de nós dizia. Para falar a verdade, nem sei o que disse – e aposto que boa parte do grupo também não. Não tinha a ver com as palavras, mas com fazer ele saber que nós tínhamos essa confiança nele.”

A ideia ecoa aquilo que Victor, um dos reservas de Julio Cesar, relatou ao FIFA.com. “Um momento desses não é de se falar muita coisa. Você tem mais é que tentar deixar o cara à vontade”, conta ele, com o conhecimento de causa de quem brilhou em três disputas de pênalti consecutivas na campanha do Atlético Mineiro rumo ao título da Copa Libertadores da América de 2013; a última delas no mesmo gol em que Júlio agarrou as cobranças de Mauricio Pinilla e Alexis Sánchez.
Tudo o que havia para ser dito, então, já estava. No caminho do meio-campo até o gol, Julio Cesar, com as lágrimas ainda úmidas, se acalmou. Racionalizou. “Ali eu me concentrei. Foquei de novo”, conta à FIFA. Isso significa deixar de lado aquilo que simplesmente sentiu e, enfim, voltar a dar importância àquilo que viu e ouviu. “Ontem mesmo havíamos estudado bastante os batedores chilenos; estudado algumas situações do (Mauricio) Pinilla, que costumava bater no meio do gol”, conta Victor. “Ali você reconhece o grande goleiro: num momento daqueles, de tanta pressão, o Júlio teve a calma de fazer exatamente aquilo que fazia sentido: ficou parado e aguardou a cobrança.”

Gonzalo Jara of Chile (not pictured) shoots and hits the post

Sábado, 28 Junho 2014
BELO HORIZONTE, BRAZIL - JUNE 28: Gonzalo Jara of Chile (not pictured) shoots and hits the post to miss the decisive penalty against Julio Cesar of Brazil during the 2014 FIFA World Cup Brazil round of 16 match between Brazil and Chile at Estadio Mineirao on June 28, 2014 in Belo Horizonte, Brazil. (Photo by Ian Walton/Getty Images)

Enquanto isso, no meio-campo, Thiago Silva não sabia como as coisas estavam acontecendo. Como é seu hábito em disputas de pênalti, o capitão preferiu nem olhar. “Não sei quem marcou e quem perdeu os pênaltis, nem como foi. Nada. Não tive coragem”, conta à FIFA.

Julio Cesar (1st R) of Brazil is congratulated by his teammates

Sábado, 28 Junho 2014
BELO HORIZONTE, BRAZIL - JUNE 28: Julio Cesar (1st R) of Brazil is congratulated by his teammates after the win by the penalty shootout in the 2014 FIFA World Cup Brazil Round of 16 match between Brazil and Chile at Estadio Mineirao on June 28, 2014 in Belo Horizonte, Brazil. (Photo by Alex Grimm - FIFA/FIFA via Getty Images)

Afinal, tudo bem: a esta altura todo mundo já entendeu muito bem quanto, para confiar no desempenho de Julio Cesar, não é sequer preciso vê-lo em ação. Aquilo que Felipão já bem sabia, lá atrás.

Brazil players look on preparing for penalty kicks

Sábado, 28 Junho 2014
BELO HORIZONTE, BRAZIL - JUNE 28: Brazil players look on preparing for penalty kicks during the 2014 FIFA World Cup Brazil round of 16 match between Brazil and Chile at Estadio Mineirao on June 28, 2014 in Belo Horizonte, Brazil. (Photo by Jeff Gross/Getty Images)

RESUMO DO DIA


Heróis de diferentes eras no arranque das oitavas

Heróis de diferentes eras no arranque das oitavas
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O futebol é um esporte universal. Homens de qualquer estirpe, raça, nacionalidade ou classe social se transformaram em lendas ao longo da história. E é claro que a idade também não impede a consagração, algo que ficou claro nas partidas deste sábado.
Dois jogadores chamaram a atenção no primeiro dia das oitavas de final da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™. O primeiro, Júlio César, já percorreu um longo caminho por estádios de todo o mundo aos 34 anos. O segundo, James Rodríguez, tem apenas 22 anos e começa uma trajetória que tem tudo para ser brilhante. Apesar das diferenças, ambos tiveram tardes que ficarão para sempre na memória dos torcedores dos seus países.
ResultadosBrasil 1 x 1 Chile (Craque do Jogo Budweiser: Júlio César, BRA)
Colômbia 2 x 0 Uruguai (Craque do Jogo Budweiser: James Rodríguez, COL)
Melhores momentos
· Ao terminar o jogo entre Brasil e Chile, o goleiro brasileiro estava emocionado. Pelas lágrimas até parecia que ele havia sido o vilão e não o herói da tarde. No entanto, havia uma forte razão para tanto choro, como ele mesmo explicou mais tarde. O goleiro havia sido considerado pela imprensa um dos culpados da eliminação brasileira contra a Holanda na África do Sul 2010, e os dois pênaltis defendidos tiraram o peso das suas costas.
· "Há quatro anos senti muitas emoções", afirmou Júlio César. "Pouca gente sabe pelo que passei e pelo que passo ainda hoje. Agora choro de novo, mas de felicidade. Eu sabia que a minha história na seleção não havia terminado. Agora faltam três partidas, e quero ver o Brasil em festa, esse é o meu grande sonho."
· É claro que também não se pode deixar de lado o esforço do Chile, que lutou de igual para igual com a seleção anfitriã até o último suspiro. Os chilenos podem até mesmo lamentar a má sorte. Em duas ocasiões o poste se colocou no caminho. A primeira no último minuto da prorrogação, em um chute de Mauricio Pinilla, e a segunda no pênalti derradeiro de Gonzalo Jara.
· No segundo jogo do dia, James Rodríguez brilhou com dois gols. O primeiro foi uma verdadeira obra de arte. Depois de matar no peito com categoria, o camisa 10 colombiano chutou sem deixar a bola cair no chão. A bola raspou no travessão antes de atravessar a linha do gol de Fernando Muslera.
· O triunfo já marca o melhor resultado colombiano da história em uma Copa do Mundo da FIFA, que é a chegada às quartas de final. Com isso, Rodríguez, Jackson Martínez e Mario Yepes conseguiram superar a lendária geração de René Higuita e Carlos Valderrama, que havia chegado às oitavas na Itália 90.
Nas redes sociais
¡¡Pasamos a cuartos!! James, un gracias enorme!! ¡Hasta hoy de lo mejor del Mundial! ¡¡¡Ospina, sencillamente espectacular!!! Shak
5. Os gols que James Rodríguez já marcou na Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. O colombiano é o artilheiro da competição e, além disso, balançou as redes em todos os jogos que disputou. Em 2010, o artilheiro Thomas Müller anotou os mesmos cinco gols. 
E agora?Holanda x México, 13h, Arena Castelão, Fortaleza
Costa Rica x Grécia, 17h, Arena Pernambuco, Recife

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