segunda-feira, 10 de abril de 2023

COLUNA WENSE, DOMINGO, 9 DE ABRIL DE 2023.

UMA ANÁLISE SOBRE OS PREFEITURÁVEIS

Para evitar um comentário extenso e cansativo, fiz um resumo da situação de hoje dos pré-candidatos a prefeito de Itabuna. Amanhã o cenário pode ser outro.

Isaac Nery (Republicanos) - Se alguém apostar em uma desistência de Isaac na disputa pela Prefeitura de Itabuna vai perder dinheiro. É o mais empolgado dos pré-candidatos. Tem uma invejável vontade política. Vem conversando com o também médico Antônio Mangabeira, que deve assumir o comando do PL no município. Precisa ter mais calma, controlar a ansiedade e evitar algumas declarações. Passa a ser, no emaranhado processo sucessório, uma opção para quem não quer votar em Pancadinha, na reeleição de Augusto Castro e no retorno dos ex-alcaides Geraldo Simões e capitão Azevedo.

Enderson Guinho (União Brasil) - Teve uma ascensão surpreendente na política. Mas despencou com a mesma intensidade. Não vai bem nas pesquisas de intenções de voto. A instabilidade partidária, passando por diferentes legendas em pouco espaço de tempo, contribuiu para formar a imagem de que não sabe o caminho que pretende seguir. Depois do rompimento com o prefeito Augusto Castro, se pensava que seria o principal nome da oposição ao governo municipal. Ledo engano. O então vereador Pancadinha assumiu o protagonismo nas críticas ao chefe do Executivo.

Capitão Azevedo (PDT) - O ex-prefeito mantém seu eleitorado firme. Faz política com alegria, dando seus pulinhos. Não é de polemizar com os adversários. É o vice mais desejado pelo deputado estadual e prefeiturável Fabrício Pancadinha. No staff político do parlamentar, a opinião, sem nenhuma voz discordante, portanto unânime, é de que uma majoritária com Azevedo, formando a chamada "chapa do povão", é imbatível. O lado negativo de Azevedo fica por conta de sua inconstância política, não no sentido de falta de perseverança, mas de volubilidade. Pontua bem nas enquetes. Um dos problemas de Azevedo é o mesmo de Pancadinha. O PDT tem um minúsculo tempo no horário eleitoral. Não chega a 30 segundos.

Geraldo Simões (PT) - Tem pela frente o imbróglio da federação formada pelo PT, PCdoB e PV. Vai ter que descascar esse imenso "abacaxi", que com certeza não é doce. Comemora uma queda no índice de rejeição, que ainda continua preocupante. Houve também uma melhora nas intenções de voto. Entre os correligionários mais próximos do ex-gestor de Itabuna, que governou o município em duas oportunidades, o otimismo fica por conta de que seu crescimento será mais incisivo quando a campanha começar a mostrar seu segundo governo, considerado como bom. O início dos debates é também fator de esperança. Além do pega-pega na federação, que tende a ficar mais acirrado com a proximidade do pleito, Geraldo vai ter que enfrentar a infidelidade de alguns "companheiros", mais especificamente dos "peixes graúdos" simpáticos ao segundo mandato de Augusto Castro (PSD). Engana-se quem anda dizendo que Geraldo, politicamente falando, é um "cachorro morto".

Fabrício Pancadinha (Solidariedade) - Não se tem nenhuma dúvida de que seu avanço nas consultas de intenções de voto se deve a sua contundente oposição ao governo Augusto Castro. O bom marketing nas redes sociais faz com que sua campanha sobressaia em relação a dos adversários. Sua posição nas enquetes é bastante confortável. O slogan "Pancada Neles" encaixou perfeitamente na sua pretensão de comandar o cobiçado centro administrativo Firmino Alves. Na periferia é tido como o representante e defensor dos pobres e dos descamisados no processo sucessório. Qualquer preconceito com sua candidatura, por parte de algum prefeiturável ou de um segmento da sociedade, vai se transformar no seu maior "cabo eleitoral". Se houvesse dois turnos na eleição de Itabuna, a presença de Pancadinha na segunda etapa, no confronto final, seria certa, favas contadas, 2+2=4. Pancadinha vai tomando a sopa da sucessão pela beirada do prato.

E, por último, o prefeito Augusto Castro, eleito pelo PSD do senador Otto Alencar. O chefe do Executivo vai tentar quebrar o tabu do segundo mandato consecutivo. A grande preocupação do augustianismo é a mesma do geraldismo. Ou seja, o alto índice de rejeição. O alcaide acredita que vai diminuir essa repulsa do eleitorado com a execução de importantes obras, o que pode deixá-lo eleitoralmente mais competitivo e esperançoso na sua permanência na prefeitura. Augusto trabalha para ter mais de 15 legendas do seu lado no pleito de 2024. É evidente que tem pesquisas na mão e não deve estar satisfeito com os resultados. Tem consciência de que uma majoritária com Pancadinha e Azevedo como vice é mortal para seu legítimo interesse de continuar por mais quatro anos como maior autoridade do município. Augusto está cada vez mais confiante que vai receber o apoio do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Vale lembrar, no entanto, que a fala do chefe do Palácio de Ondina se referindo à reeleição de Augusto não foi definitiva. Deixou nas entrelinhas que pode rever sua posição. Assim como Geraldo Simões, Augusto não pode ser chamado de "cachorro morto" pelos adversários. Surpresas, reviravoltas e sobressaltos são elementos inerentes ao movediço e traiçoeiro mundo da política.

PS - O movimento pela busca de um nome que não fosse atrelado a grupos políticos arrefeceu. Diria até que prematuramente morreu. O erro foi dar ao movimento um viés de direita, quando a iniciativa deveria ter uma conotação suprapartidária.

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