JORNALISMO POLÍTICO E A POLÍTICA
O emocionante mundo do comentário político não se restringe só ao que está acontecendo. É também o que pode acontecer, seja para logo ou em um espaço de tempo maior.
Especular no jornalismo político, desde que dentro de uma certa lógica, é perfeitamente aceitável. Inadmissível é o ridículo, a proposital e irresponsável invencionice.
Em relação à sucessão de Itabuna, citando apenas um exemplo, é dizer que o ex-prefeito Geraldo Simões (PT) pode ser vice de Chico França, pré-candidato pelo PL, abrigo partidário do ex-presidente Bolsonaro.
Seria, portanto, ridículo aventar a possibilidade de Geraldo ser o companheiro de Chico na chapa majoritária ou vice-versa. O caro e atento leitor não perdoaria quem escrevesse gigantesca bobagem.
Mas não seria nenhuma irresponsabilidade especular que o médico Isaac Nery, prefeiturável do Republicanos, dificilmente irá disputar o cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves pela legenda do deputado-bispo Márcio Marinho, comandante-mor estadual da sigla.
Como a política é movida por surpresas, ingratidões e traições, com apunhaladas quase sempre pelas costas, o chamado plano B passa a ser um bom conselho. A sabedoria popular costuma proferir que "é melhor prevenir do que remediar".
O relacionamento político entre Isaac e José Trindade, presidente do Republicanos de Itabuna, é cheio de fissuras. A desconfiança é recíproca. Vale lembrar que o partido já foi convidado pelo prefeito Augusto Castro (PSD) para integrar o primeiro escalão do governo.
Com a pulga atrás das orelhas, Isaac, em conversas reservadas, com correligionários mais próximos, tem dito que a hipótese do Republicanos apoiar o segundo mandato do chefe do Executivo não pode ser literalmente descartada.
E qual seria o plano B de Isaac ? A primeira opção é o PDT. As lideranças do Republicanos teriam que convencer o capitão Azevedo, pré-candidato pela legenda brizolista, a sair do partido e ser candidato a prefeito de Itabuna pela sigla ligada a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus).
Como fortíssimos argumentos, além da promessa de uma invejável estrutura para a campanha, os republicanos fariam menção ao bom tempo no horário eleitoral e uma significativa ajuda financeira via fundo eleitoral.
A segunda opção de Isaac, que seria o PL, hoje presidido pelo também médico Antônio Mangabeira, é mais complicada. Ficaria na dependência de uma desistência de Chico França com Mangabeira afastando a possibilidade de substituí-lo como prefeiturável da legenda bolsonarista.
O especular no processo político, como já disse logo no início do comentário, é perfeitamente aceitável, desde que dentro de uma certa lógica e sem nenhuma invencionice.
Até as freiras do convento das Carmelitas sabem que tudo caminha - e a passos largos - para uma cada vez mais improvável candidatura de Isaac Nery pelo Republicanos.
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