domingo, 4 de junho de 2023

COLUNA WENSE, DOMINGO, 4 DE JUNHO DE 2023. por Marcos Wense

SUCESSÃO DE ITABUNA E OS PREFEITURÁVEIS




























Por enquanto, são 10 pré-candidatos ao cobiçado comando do centro administrativo Firmino Alves : Fabrício Pancadinha (Solidariedade), Capitão Azevedo (PDT), Augusto Castro (PSD), Isaac Nery (Republicanos), Geraldo Simões (PT), Chico França (PL), Zem Costa (PSOL), Enderson Guinho (União Brasil), Dinailton Oliveira (Republicanos) e Ivan Gusmão (Solidariedade/PSOL).

O caro e atento leitor observa logo duas coisas : 1) não tem uma mulher na lista acima. Se existe uma prefeiturável, cabe ao partido se manifestar ou, então, a própria pessoa. A falta de uma presença feminina na disputa pela Prefeitura de Itabuna é triste e profundamente lamentável. 2) Por que duas legendas para Gusmão ? Ele continua filiado ao Solidariedade, mas declara que é pré-candidato pelo PSOL. "Confusão, confusão, confusão", diria o saudoso radialista Roberto de Souza. 

Como são 10 postulantes ao cargo de maior autoridade política do município, o comentário, sob pena de ficar longo e cansativo para o leitor, será dividido em duas partes. Hoje com 5 pré-candidatos. Amanhã com a outra metade. Adianto que não houve nenhuma mudança significativa em relação a última Coluna Wense sobre o assunto.

O deputado estadual Fabrício Pancadinha desponta em todas as pesquisas de intenções de voto na primeira colocação. O "Rei da Periferia", como vem sendo chamado por seus eleitores, sabe que precisa procurar outro abrigo partidário para disputar o pleito sucessório. O Solidariedade não tem estrutura para uma campanha envolvendo a principal cidade do sul da Bahia. A melhor opção é o União Brasil. Enderson Guinho abriria mão de sua legítima postulação. A contrapartida seria o apoio de Pancadinha ao vice-prefeito na candidatura à Assembleia Legislativa do Estado em 2026, obviamente se o parlamentar sair vitorioso na eleição de 2024. Se o Solidariedade criasse algum problema para a saída de Pancadinha do partido, alegando que o mandato pertence a sigla, o argumento do prefeiturável seria assentado na guinada ideológica do Solidariedade, que apoiou ACM Neto, então candidato a governador pelo União Brasil, e agora está indo para os braços do lulopetismo, se juntando a base aliada do jeronismo. Ou seja, da direita para esquerda, o que poderia ser configurado como uma espécie de estelionato eleitoral.

O prefeito Augusto Castro tem pela frente a difícil missão de quebrar o tabu do segundo mandato consecutivo pelo instituto da reeleição. Já conseguiu, depois que saiu da sonolência, enfraquecer o discurso do "já perdeu" entoado pela oposição. Ledo engano quem pensa que o chefe do Executivo não é um adversário para se preocupar. Augusto vai crescer nas enquetes. Tem ao seu lado o invejável e poderoso "cabo eleitoral" : a máquina municipal. O augustianismo diz que o "tapete preto", que é a pavimentação asfáltica, pode diminuir sua rejeição, que continua alta. Nos bastidores, longe dos holofotes e do povão de Deus, Augusto tem se mostrado otimista com o apoio do governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Geraldo Simões vai conviver com o imbróglio da federação PT/PCdoB/PV até depois das águas de março fechando o verão do ano eleitoral de 2024. Como não bastasse esse pega-pega, tem um PT rachado em duas bandas : a que quer apoiar à reeleição de Augusto e o que defende candidatura própria. A confusão é tão grande que a executiva estadual da legenda, sob a batuta de Éden Valadares, está "empurrando" o encontro regional no sul da Bahia, que tem como finalidade discutir a sucessão municipal, para o fim da fila. O ex-prefeito sabe que precisa melhorar nas pesquisas para ter o apoio das três principais lideranças do PT da Boa Terra : governador Jerônimo Rodrigues, senador Jaques Wagner e Rui Costa, ministro-chefe da Casa Civil. Para o geraldismo, o prefeiturável vai crescer com os debates e mostrando as ações das suas duas gestões, principalmente no tocante ao segundo governo, considerado como bom.

O médico Isaac Nery é, sem nenhuma dúvida, o prefeiturável mais entusiasmado. Vem fazendo um trabalho de formiguinha nos bairros. Em relação ao seu partido, o Republicanos, comandado no Estado pelo deputado-bispo Márcio Marinho, e em Itabuna por José Trindade, a impressão que fica é que não tem o apoio explícito da legenda, que trata sua pré-candidatura de maneira morna. Na sabatina do Café Pomar, que vem tendo uma gigantesca repercussão, já sendo comentada nos corredores do Congresso Nacional, garantiu que a cúpula estadual do Republicanos trata sua candidatura como irreversível. "Márcio Marinho deu sua palavra", disse aos "senadores" quando questionado sobre um provável apoio do Republicanos ao segundo mandato do prefeito Augusto Castro (PSD).

Encerrando a primeira etapa, o engenheiro Chico França, do Partido Liberal (PL). É a novidade da sucessão. Seu nome será incluído nas próximas pesquisas. Passa a ser a opção para o eleitorado que se identifica com o campo ideológico da direita. Mas de uma direita não radical, sem a idiotice do extremismo. Chico é uma pessoa do diálogo, bom de conversa. O grande problema da sua campanha, que tende a crescer, é como penetrar na periferia, no reduto eleitoral hoje dominado por Pancadinha, mas que tem também o capitão Azevedo, Geraldo Simões e Augusto Castro com a máquina municipal atuando a todo vapor. No centro, principalmente entre os formadores de opinião, Chico França, que já teve um encontro com o presidente nacional do Novo, Eduardo Ribeiro, vai se consolidando.


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