por Fernando Duarte
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias
O senador Otto Alencar reforçou nesta terça-feira (13) o papel de articulador político contumaz para a base do governador Rui Costa (PT) ao sinalizar a vinda para a Bahia para coordenar a campanha de reeleição do aliado. Para quem garantiu que permaneceria no Senado defendendo os interesses do estado, a decisão de retornar à Bahia pareceu até surpreendente. Nada que a necessidade política não justifique. O PSD é o maior partido em número de prefeituras baianas e um dos jogadores mais importantes na corrida eleitoral de 2018. Com uma vaga praticamente assegurada na chapa de reeleição de Rui, a legenda é a projeção da persona de Otto no cenário político local e o senador tem sido extremamente meticuloso ao analisar quais passos seguir. Em 2014, foi aliado de primeira hora do então candidato ao governo e conseguiu a eleição para o Senado com folga – frente a um adversário ainda considerado expressivo, Geddel Vieira Lima. Dois anos depois, o PSD obteve o maior número de prefeitos eleitos e consolidou a posição de destaque que agora o catapulta a exigir espaço na chapa majoritária – e, consequentemente, garantiu uma divulgação ainda maior de seu nome no interior. No ano passado, o partido desbancou a quinta reeleição de Marcelo Nilo (PSB) na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) e colocou Angelo Coronel na presidência. O pleito tornou Otto desafeto público de Nilo, mas foi a única “baixa”. Apesar de ser apontado por Coronel como líder-mor, o senador não participou em momento algum – ao menos à luz do dia – da articulação com a bancada de oposição que levou Coronel ao cargo mais alto da Casa. Para completar o poderio político, o PSD ainda ganhou a União dos Municípios da Bahia (UPB), com o prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro. Rui, que sabe onde as corujas dormem, reconhece o papel do partido no governo e o estrago que poderia encarar caso perdesse o apoio da sigla. Tanto que concedeu duas robustas secretarias, a de Infraestrutura e a de Desenvolvimento Urbano, para os social-democratas. A chegada de Otto para o primeiro escalão do estado apenas assegura a proximidade do grupo político liderado por ele ao governador e também ao responsável por essa aproximação, o ex-governador Jaques Wagner, figura considerada certa na chapa majoritária do próximo mês de outubro. Otto, mais uma vez, mostra que é um homem forte nas articulações políticas e sabe não só quando aparecer, mas também quando ficar à sombra. Mais próximo das bases como secretário, Otto pode ser decisivo para uma eventual vitória de Rui nas urnas. E cimentar ainda mais seu futuro como uma das principais referências políticas da Bahia. Este texto integra o comentário desta quarta-feira (14) para a RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para as rádios Excelsior FM, Clube FM e Irecê Líder FM.
Fonte:https://www.bahianoticias.com.br
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