quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Surfe, skate, caratê, escalada esportiva e beisebol são os novos esportes olímpicos


Decisão foi anunciada nesta quarta-feira em Assembleia do COI e as modalidades farão parte do programa dos Jogos em Tóquio 2020
Os Jogos Olímpicos Rio 2016 ainda nem começaram oficialmente. Mas a dois dias da cerimônia de abertura, na sexta-feira (5.8), no Maracanã, um anúncio do Comitê Olímpico Internacional (COI) feito nesta quarta-feira (3.8) já chamou a atenção para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Durante a 129ª assembleia da entidade, realizada em um hotel na Barra da Tijuca, o COI, por unanimidade, aprovou a inclusão de novas cinco modalidades no programa das Olimpíadas. No Japão, o mundo conhecerá os primeiros campeões olímpicos de surfe, skate, caratê, escalada esportiva e também os novos medalhistas do beisebol, que retorna aos Jogos.
Presidente das federações dos cinco novos esportes olímpicos comemoram a decisão do COI: dia histórico para os Jogos. Foto: Luiz Roberto Magalhães/brasil2016.gov.br
Após a decisão da entidade, foi impossível para os presidentes das federações internacionais dos novos esportes olímpicos esconderem a emoção. Com diversos colares de flores no pescoço, o argentino Fernando Aguerre era um dos mais empolgados.
Presidente da Associação Internacional de Surfe (ISA, em inglês), ele lembrou que o dia 3 de agosto de 2016 é histórico para a modalidade, pois com ele um antigo sonho se tornou realidade.
Em 1920, Duke Kahanamoku – nadador e surfista norte-americano, nascido em Oahu, no Havaí, e que conquistou cinco medalhas olímpicas nos Jogos de 1912, em Estolcomo; 1920, na Antuérpia; e 1924, em Paris, sendo três de ouro e duas de prata –, considerado o precursor do surfe, imaginou que o esporte que estava nascendo poderia um dia fazer parte das Olimpíadas.
Agora, 100 anos depois, o sonho de Kahanamoku se tornará realidade no Japão. “Ele é o pai do surfe moderno e era, naquela época, um dos 20 surfistas do mundo. Era uma pessoa muito especial”, conta Aguerre. “Ele acreditava que o surfe um dia poderia ser esporte olímpico”, lembrou.
“Esse dia marca um momento muito especial da minha vida porque foi uma remada muito longa. Foram 22 anos tentando. Eu fui eleito no Rio o presidente da ISA, em 1994, e o que eu posso dizer é que a alegria que sinto é proporcional ao tempo remando para que isso acontecesse”, comemorou Aguerre.
Ele adiantou que o surfe nas Olimpíadas de Tóquio 2020 serão disputados no mar e não em uma piscina especial como alguns chegaram a cogitar. “Será no mar, na Península de Chiba, distante uma hora de Tóquio”. Segundo o dirigente, o sistema de classificação para as Olimpíadas no surfe ainda não está definido e isso será discutido nos próximos meses.
“Ainda não está decidido o sistema de qualificação para entrar nos Jogos e a gente vai conversar nos próximos meses com o COI sobre esse tema, que é importante. Mas o mais importante é que os principais profissionais do mundo estão comprometidos em disputar as Olimpíadas. Hoje eu estive com o Gabriel Medina mais cedo e outro ponto que temos que falar é que vamos incrementar a universalidade para que haja surfistas africanos, asiáticos, latino-americanos, ou seja, vai ser um show no espírito olímpico mesmo”, adiantou o dirigente.
A vez das rodinhas
O italiano Sabatino Aracu, presidente da Federação Internacional de Roller Sports (FIRS, na sigla em inglês), também comemorou muito a decisão do COI. Ele ressaltou que o skatismo é um grande movimento mundial urbano e declarou que a modalidade, agora olímpica, passará por um rígido controle de dopagem dentro e fora de competição.
“Temos muito atletas que querem competir e que vão trabalhar para dar o melhor show possível em Tóquio 2020. A indústria do skate é uma das mais importantes para o esporte urbano e queremos que o mundo veja um espetáculo extraordinário em 2020”, afirmou Aracu.
O também italiano Marco Maria Scolaris, presidente da Federação Internacional dos Esportes de Escalada (IFSC, em inglês), agradeceu ao presidente do COI e disse que quando a IFSC foi fundada, em 2007, era impossível pensar que o esporte um dia seria olímpico.
“Quando começamos, nunca imaginamos que estaríamos aqui nesse evento olímpico”, confessou. “O que ocorreu aqui hoje foi incrível e o que posso dizer é que o presidente Bach (Thomas Bach, presidente do COI) foi muito corajoso nessa decisão”, elogiou.
Em sua página oficial, o COI afirma que a decisão desta quarta-feira representa “um passo histórico no sentido de levar os Jogos às pessoas mais jovens e reflete a tendência de urbanização dos esporte”.
Segundo a entidade, a votação desta quarta no Rio de Janeiro foi fruto de um processo que durou dois anos, iniciado em 2014, e que a recomendação para dar aos comitês organizadores a flexibilidade de propor novos esportes para suas edições teve como intenção ampliar o foco em inovação, flexibilidade e juventude no desenvolvimento do programa olímpico. Como o programa para o Rio 2016 já estava fechado, Tóquio 2020 foi o primeiro comitê organizador a se beneficiar dos novos parâmetros do COI, submetendo a propostas para a inclusão dos cinco novos esportes à entidade olímpica em setembro de 2015.
“Nós queremos levar o esporte para a juventude. Com as várias opções que os mais jovens têm nós não podemos esperar mais que eles venham automaticamente para nós. Nós temos que ir até eles. A proposta balanceada de Tóquio 2020 preenche todos os objetivos que a agenda olímpica 2020 recomendava nesse sentido”, declarou o presidente do COI.
Na terça-feira (2.8), o campeão mundial de surfe Gabriel Medina visitou a Vila dos Atletas e se encontrou com alguns brasileiros que em breve defenderão o país no Rio. Na ocasião, já na expectativa pela aprovação do surfe na assembleia do COI, ele declarou: “Seria uma honra representar o Brasil, um sonho. Espero que no Japão isso aconteça e um dia eu possa estar em um prédio como esse com toda a seleção”. Depois de hoje, só depende dele trabalhar para conquistar a vaga e viver esse sonho.
Luiz Roberto Magalhães – brasil2016.gov.br

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