sábado, 14 de março de 2015

Por quem os sinos dobram?


Por quem os sinos dobram? Ou por quem a direita grita? Olhem sempre primeiro para o salário mínimo. Se ele estiver alto - e por alto leia-se atendendo minimamente a sobrevivência dos trabalhadores - a direita vai começar a se movimentar para tentar dar o golpe. Brasil tem sido isso, sem tirar nem pôr. Temos classes dominantes de um egoísmo sem par, daquelas que querem o bolo todo, sem repartir com as classes trabalhadoras. E então, quando o salário mínimo vai crescendo - e temos hoje o maior valor dele em 50 anos - elas vão espumando de raiva, deixando escorrer o ódio pelos cantos da boca e anunciando o Apocalipse - e para o raciocínio delas parece mesmo o Apocalipse. E movimentam-se então contra a legalidade, não disfarçam sua vocação golpista, tantas vezes evidenciada ao longo de nossa história. Em 1954, Getúlio deu um aumento de 100% do salário mínimo em maio. Matou-se em agosto diante do golpe consumado, e sustado com seu sangue. Além do mínimo, há sempre a Petrobras como elemento essencial para estimular as aventuras golpistas de nossas classes dominantes. Volto a lembrar discurso de Tancredo Neves, de outubro de 1954, onde ele mostra como a empresa ocupou o centro da crise que levou Getúlio ao suicídio. Se a isso se adicionam políticas públicas que favoreçam aos pobres, aí então nossas classes dominantes se irritam mais, ficam à beira de um ataque de nervos. Elas têm vocação de Casa Grande. Não se conformam com qualquer rasgo de autonomia dos mais pobres, que na visão delas deviam continuar a limpar o seu chão a preço de banana. Por tudo isso, estão irritadas. Por isso, tanto ódio. Por isso, o desrespeito ao resultado das urnas. Saúdo a todas as companheiras e companheiros que estão hoje nas ruas defendendo os direitos dos trabalhadores, a Petrobras, a presidenta Dilma, a legalidade democrática. Sem ódio, sem perder a ternura. E firmes, dispostos a garantir o Estado de Direito Democrático, que tem suportado tantos embates nesses virtuosos 30 anos de democracia. O março que celebra os 30 anos do fim da ditadura é também a celebração da democracia. Golpes e ditaduras, nunca mais!

Um comentário:

  1. Obrigada por compartilhar tuas impressões. Penso que integramos um grupo humano que não se permite ser arrastado pela onda odienta que se espraia aos rincões da sociedade brasileira. Apesar do meu incômodo com o Governo Dilma Roussef, não fecho meus olhos às muitas conquistas alcançadas nos últimos doze anos, produzidas por muitos coletivos em luta e abraçadas nos períodos Lula/Dilma. Mais uma vez, obrigada!

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