Por quem os sinos dobram? Ou por quem a direita grita? Olhem sempre
primeiro para o salário mínimo. Se ele estiver alto - e por alto leia-se
atendendo minimamente a sobrevivência dos trabalhadores - a direita vai começar
a se movimentar para tentar dar o golpe. Brasil tem sido isso, sem tirar nem
pôr. Temos classes dominantes de um egoísmo sem par, daquelas que querem o bolo
todo, sem repartir com as classes trabalhadoras. E então, quando o salário
mínimo vai crescendo - e temos hoje o maior valor dele em 50
anos - elas vão espumando de raiva, deixando escorrer o ódio pelos cantos da
boca e anunciando o Apocalipse - e para o raciocínio delas parece mesmo o
Apocalipse. E movimentam-se então contra a legalidade, não disfarçam sua
vocação golpista, tantas vezes evidenciada ao longo de nossa história. Em 1954,
Getúlio deu um aumento de 100% do salário mínimo em maio. Matou-se em agosto
diante do golpe consumado, e sustado com seu sangue. Além do mínimo, há sempre
a Petrobras como elemento essencial para estimular as aventuras golpistas de
nossas classes dominantes. Volto a lembrar discurso de Tancredo Neves, de
outubro de 1954, onde ele mostra como a empresa ocupou o centro da crise que
levou Getúlio ao suicídio. Se a isso se adicionam políticas públicas que favoreçam
aos pobres, aí então nossas classes dominantes se irritam mais, ficam à beira
de um ataque de nervos. Elas têm vocação de Casa Grande. Não se conformam com
qualquer rasgo de autonomia dos mais pobres, que na visão delas deviam
continuar a limpar o seu chão a preço de banana. Por tudo isso, estão
irritadas. Por isso, tanto ódio. Por isso, o desrespeito ao resultado das
urnas. Saúdo a todas as companheiras e companheiros que estão hoje nas ruas
defendendo os direitos dos trabalhadores, a Petrobras, a presidenta Dilma, a
legalidade democrática. Sem ódio, sem perder a ternura. E firmes, dispostos a
garantir o Estado de Direito Democrático, que tem suportado tantos embates
nesses virtuosos 30 anos de democracia. O março que celebra os 30 anos do fim
da ditadura é também a celebração da democracia. Golpes e ditaduras, nunca
mais!
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JORNAL DAS PRAIAS VIVA 72 ANOS DE IBICARAÍ
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Obrigada por compartilhar tuas impressões. Penso que integramos um grupo humano que não se permite ser arrastado pela onda odienta que se espraia aos rincões da sociedade brasileira. Apesar do meu incômodo com o Governo Dilma Roussef, não fecho meus olhos às muitas conquistas alcançadas nos últimos doze anos, produzidas por muitos coletivos em luta e abraçadas nos períodos Lula/Dilma. Mais uma vez, obrigada!
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