Através do apoio do Departamento de Letras e Artes (DLA) e da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), o espetáculo
Sargento Getúlio será apresentado no dia 16 de agosto, às 20 horas, e no dia 17 de agosto, às 16 e 20 horas, no auditório Paulo Souto. Serão três apresentações com entrada gratuita seguida de bate-papo com a equipe. A FUNARTE e o Ministério da Cultura também são parceiros na circulação da peça pelo país.
Sargento Getúlio é um monólogo adaptado do livro homônimo do autor baiano premiado internacionalmente, João Ubaldo Ribeiro. Encenada pelo ator nascido em Jequié e iniciado na vida artística em Itabuna, Carlos Betão, a peça tem a direção de Gil Vicente Tavares.
Produzida pelo grupo Teatro NU de Salvador em comemoração aos seus cinco anos,Sargento Getúlio já percorreu as capitais do sul, sudeste e nordeste do país com sucesso de crítica e público. O reconhecimento da peça também veio com o Prêmio Braskem de Teatro em 2011 na categoria melhor espetáculo e na categoria melhor ator. Neste ano, o espetáculo alcançou a marca de 20 mil espectadores pelo país.
Getúlio Santos Bezerra, um nome em redondilha maior, personagem de um grande poema épico em primeira pessoa. Contradições como as do personagem, que tem a missão de levar um prisioneiro político de Paulo Afonso, na Bahia, a Aracaju, em Sergipe. No entanto, a meio do caminho, a ordem de seu chefe é desfeita, o panorama político alterado e o destemido sargento, contra tudo e todos toma a grande decisão. Segue em desatino a incumbência que lhe foi dada de início.
Para Gil Vicente Tavares, diretor e dramaturgo responsável pela adaptação do espetáculo, a opção pelo monólogo veio logo na primeira leitura, pois se interessava imaginar esse homem, sozinho, contra a história, contra a plateia, defendendo sua ideia, sua honra, sua missão. Tentou captar os vários getúlios no sargento, outros Carlos no Betão, outras imagens do nordeste: com o auxílio luxuoso de uma equipe afinada e consistente.
Sargento Getúlio é um texto que procura nos aproximar das raízes culturais brasileiras. Através do texto de João Ubaldo Ribeiro, procura explorar o “absurdo” brasileiro, com seus personagens inusitados, fantásticos, de uma loucura inimaginável, tal é a riqueza de mitos, lendas e misticismo que, juntamente com a louca miscigenação cultural e desnivelamento social e cultural que percorre a longa extensão territorial dessa terra tão dispare que é o Brasil, pode-se dizer que se fez formar um novo povo: o Povo Brasileiro.
O Teatro NU pretende ser, para além de um grupo que pesquisa no palco a linguagem teatral, um ambiente de discussão sobre dramaturgia, cultura e sociedade. Concentrando-se no trabalho do ator e na sua relação com o texto, o Teatro NU privilegia a nova dramaturgia baiana e mundial, sem, no entanto deixar de dialogar com os clássicos que, como o nome diz, são eternos.
Para a equipe de Sargento Getúlio é uma alegria apresentar o espetáculo na região e contribuir com o conhecimento, senso crítico e interesse por expressões artísticas de milhares de pessoas.