quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

O RIO DANDO AULA DE BAHIA - Paulo Nascif



Que Beija-Flor linda!

Como não tremer com um samba tão magistral? Naquele 2 de julho o Sol do triunfar/ E os filhos desse chão a guerrear/ O sangue do orgulho retinto e servil/ Avermelhava as terras do Brasil”.

Sabe lá o que é gritar em rede mundial de televisão e computadores que quem comemora o Sete de Setembro é demagogo e que a “Ordem é o mito do descaso/ Que desconheço desde os tempos de Cabral / A lida, um canto, o direito/ Por aqui o preconceito tem conceito estrutural”. A denúncia de um Brasil organizado socialmente sob o preconceito estrutural está lá, expressando a nossa marca mais perversa e de difícil superação!

Já me contaram que no projeto inicial, J.J. Seabra propôs que a Avenida Sete, a mais tradicional de Salvador, tivesse 2 de Julho como topônimo, mas naquele início do Século XX, os financiadores exigiram que ela fosse denominada Sete de Setembro.

O Centro-Sul do Brasil parece odiar o nosso 2 de Julho. Ao editar o Decreto 9.853/2019 que criou a “Comissão Interministerial Brasil 200 anos”, Bolsonaro determinou: “Os trabalhos da Comissão Interministerial Brasil 200 Anos serão encerrados até o dia 1º de março de 2023, mediante apresentação do relatório final”. Ou seja, explicitamente impediu que o nosso 2 de julho integrasse o ciclo de comemorações oficiais do Bicentenário da Independência do Brasil. Alguém precisa sugerir a Lula que corrija e impeça essa agressão ao Povo Baiano. Ainda dá tempo!

Três Escolas de Samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro colocaram a Bahia como enredo em 2023. Além da Beija-Flor, fomos homenageados pela Unidos da Tijuca e pela Estação Primeira de MangueiraUm dia ainda vou fazer um levantamento de todas os enredos dessas escolas que já trouxeram a Bahia como tema! Esse é um material tão rico que me parece um antídoto perfeito a qualquer problema de autoestima que algum baiano desavisado tenha!

A Unidos da Tijuca cantou Um banho de axé pra purificar/ Um banho de axé nas águas de Oxalá/ Sou tijucano rompendo quebrantos/ Eu canto a Baía de Todos os Santos.”

A Estação Primeira de Mangueira entrou majestosa: Oyá, oyá, oyá eô!/ Ê matamba, dona da minha nação/ Filha do amanhecer/ carregada no dendê/ Sou eu a flecha da evolução/ Sou eu Mangueira, a flecha da evolução/ Levo a cor, meu ilú é o tambor/ Que tremeu Salvador, Bahia/ Áfricas que recriei/ Resistir é lei, arte é rebeldia”.

Enquanto na Bahia “a gente bebe pra sentar” e não vai além da “zona de perigo”, é maravilhoso ver a força do samba-enredo carioca.

O carnaval da Bahia é insuperável, mas até preocupa quando ouço que o carnaval Carioca e Paulista está se “baianizando”. Espero que isso diga respeito à deliciosa cultura de blocos e não às entediantes músicas que ultimamente tomaram conta da cena do nosso carnaval e que não expressam a nossa reconhecida e testada criatividade!

Talvez haja espaço para políticas públicas nesse campo. Como contribuir para um brilho ainda mais reluzente da incrível criatividade baiana? Quantos cariocas participam, todos os anos, dos concursos de sambas-enredo das centenas de escolas de samba das diversas divisões que compõem a estrutura do carnaval do Rio de Janeiro? Isso é um programa de formação continuada (não formal) muito potente! A maior incubadora de talentos musicais do Brasil. O resultado é visível.

A minha esperança está nos Blocos Afro e na criatividade de gente como a turma da BaianaSystem! Os Blocos Afro já emplacaram tantas músicas legais!, eles deveriam investir mais na formação dos seus compositores, como fazem as Escolas de Samba do Rio de Janeiro! Afinal:

“Apesar de tanto não, tanta dor que nos invadeSomos nós a alegria da cidadeApesar de tanto não, tanta marginalidadeSomos nós a alegria da cidade”

 

 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

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