A histórica vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições deste 30 de outubro repercutiu em todo o mundo. Na Europa, a eleição de Lula superou inclusive o noticiário sobre a guerra na Ucrânia, tamanho foi o impacto do resultado. O New York Times afirma que o Brasil “expulsou” Bolsonaro e ressalta o “renascimento político impressionante para Lula”.
O Whasington Post classifica Lula como “ícone da esquerda da América Latina”, e observa que o petista retorna à Presidência “com a promessa de defender a democracia, restaurar o social e salvar a floresta amazônica”.
O francês e conservador Le Figaro destaca a “vida extraordinária do incansável campeão da esquerda brasileira”. Ja o progressista Le Monde descreve: “Lula no Brasil, da prisão à Presidência, um retorno espetacular”. Em editorial, o diário afirma que o desempenho de Lula é um “alívio” global, de Macron a Biden.
“A democracia falou no Brasil”, destaca o diário. “No domingo, 30 de outubro, ela demitiu o atual presidente Jair Bolsonaro após um mandato de alvoroço e fúria exemplificado pelo tratamento abismal da pandemia de Covid-19, o saque da Amazônia, ataques à democracia e um fluxo constante de declarações racistas, sexistas e homofóbicas”, relata o Monde. “Resta agora a este líder de extrema-direita, calado na noite das eleições, uma última obrigação para com o seu país: reconhecer publicamente a sua derrota e preparar-se para uma alternância pacífica no topo do Estado”.
“O retorno notável do político de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva para um terceiro mandato como presidente do Brasil não é bom apenas para seu país”, opina o britânico The Guardian. “Sua vitória sobre o atual extremista de direita, Jair Bolsonaro, também é boa para o mundo”, argumenta o jornal.
“Desde que Bolsonaro assumiu o cargo em 2019, os incêndios florestais e o desmatamento aumentaram na Amazônia, com o governo federal fechando os olhos para a extração ilegal de madeira, mineração, pecuária e grilagem”, comenta o jornal. “A floresta tropical do Brasil passou de um sumidouro de carbono para uma fonte de carbono. Se permitido continuar, o dano aos pulmões do mundo teria sido irreversível – com efeitos desastrosos nos sistemas climáticos globais e na segurança alimentar”, respira aliviado o jornal.
Já o espanhol El País frisou que “a esquerda latino-americana recebe Lula de braços abertos”, citando inclusive os presidentes que já parabenizaram o o presidente reeleito. O diário também notou o silêncio de Bolsonaro, em contraste com a festa popular que tomou a Avenida Paulista em São Paulo.
Já a prestigiada BBC declarou que o Brasil promoveu uma “guinada para a esquerda”, enquanto o alemão Süddeutsche Zeitung (SZ) classificou como “retorno dramático” do “político de esquerda” Lula.
Vitória esperada
“Foi a vitória mais difícil e mais esperada”, apontou o argentino Página 12. “O mais difícil, principalmente por conta dos bots e fake news que atuaram com a cumplicidade do judiciário”, opinou. “O mais esperado, porque o país sofreu cinco anos nas mãos dos mesmos políticos que foram derrotados democraticamente quatro vezes seguidas. Sentimos injustiça e retrocessos”, lamentou o diário, para em seguida apontar para o futuro.
“O Brasil vai acordar aliviado, com um futuro determinado”, festejou o Página 12. “Com um presidente que já definiu que seu governo será de reconstrução nacional, por causa do país destruído que Lula receberá quando tomar posse em dois meses”.
“Aos 77 anos, em 1º de janeiro de 2023, Lula da Silva assumirá novamente o cargo de chefe de Estado do país sul-americano, cargo que ocupará até 2027”, aponta o La Nacion, que ainda traz um perfil da futura primeira-dama Janja.