Homenageado de ontem (03) à tarde pela Câmara Municipal de Ilhéus, o reitor da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Alessandro Fernandes, dedicou a Moção de Congratulação que recebeu das mãos da vereadora Enilda Mendonça (PT), autora da iniciativa ao lado da colega Ivete Maria (DEM), à ciência e àqueles que acreditam que a ciência pode conduzir a um lugar melhor. “A UESC é um patrimônio da sociedade baiana”, destacou o reitor, lembrando que a “a universidade só serve e só faz sentido se for para servir à comunidade” e, para isso, precisa extrapolar seus muros. “Que eles sejam apenas simbólicos e que possamos ir onde a sociedade estiver”.
Alessandro Fernandes lembrou que a primeira vez que apresentou um trabalho científico fora do estado e se identificou como sendo da UESC, foi questionado se era representante de uma universidade do estado de Santa Catarina. A UESC não era conhecida. No entanto, agora, 30 anos depois, a instituição apresenta-se no patamar de uma das melhores universidades brasileiras. Este ano a UESC foi posicionada novamente no Times Higher Education Latin America University Rankings (THE), instituição que lista as melhores universidades da região da América Latina e do Caribe.
O ranking é baseado nos mesmos 13 indicadores de desempenho rigorosos, mas os pesos foram redefinidos para refletir as características das universidades da América Latina. As universidades foram avaliadas em todas as suas missões principais: ensino, pesquisa, transferência de conhecimento e perspectiva internacional. A classificação de 2021 inclui 177 instituições em 13 países, contra 166 instituições no ano passado. A Universidade Estadual de Santa Cruz obteve a 87º posição, uma posição acima no mesmo ranking em relação ao ano de 2020.
Na Bahia, a UESC tem a apenas a UFBA a sua frente e na região Nordeste, a Uesc ficou atrás somente das universidades Federal da Bahia (UFBA), Federal de Pernambuco (UFPE), Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Federal de Sergipe (UFS). Mas, para o reitor, o maior e mais importante reconhecimento que a universidade pode ter, está na própria sociedade regional ao atender com eficiência um universo de 2,5 milhões e meio de pessoas e oferecer 33 cursos de graduação, duas dezenas de mestrados, oito doutorados, 23 cursos de pós-graduação, oito mil alunos, 785 professores e 600 técnicos administrativos.
Outra significativa informação apresentada por Alessandro Fernandes diz respeito ao número de doutores na instituição. A média brasileira é de 7,5 a cada 100 mil habitantes. Por esta média, Ilhéus e Itabuna teriam apenas 15 doutores, cada. A UESC, entretanto, possui 525.
“Avançamos para inovação e internacionalização com 19 países diferentes”, destacou. Ao discursar na Câmara, o reitor defendeu a necessidade de a região trabalhar em rede com a universidade. “Não podemos mais ter uma universidade com mais de 500 doutores e uma população analfabeta no seu entorno”. Hoje a UESC desenvolve 11 projetos que beneficiam diretamente a população do Salobrinho.
Para a vereadora Enilda Mendonça, uma das autoras da homenagem, é preciso estar de pé para falar da importância da UESC para o sul da Bahia e para Ilhéus. “A UESC é hoje um modelo vitorioso, resultado de muitas pessoas que já passaram por lá”, destacou.
Presidente da Câmara e vereador mais votado no bairro Salobrinho, Jerbson Moraes (PSD) defendeu a necessidade da Câmara se aproximar mais da universidade e, juntas, fomentarem mais políticas públicas para a comunidade local. “Sinto essa obrigação de ser esse elo”, disse Moraes, lembrando que a presença da UESC trouxe um aumento populacional ao Salobrinho em torno de 40 por cento e os ganhos até aqui não foram proporcionais para a comunidade.