terça-feira, 26 de junho de 2018
Pernambués defende a democracia e as pré-candidaturas de Lula, Wagner, Coronel, Valmir e Suíca
domingo, 24 de junho de 2018
A UFSB E O COMBATE ÀS FRAUDES NA ENCRUZILHADA DO COMBATE AO RACISMO NO SUL DA BAHIA
Gabriel Nascimento || gabriel.santos@csc.ufsb.edu.br
Quando, em 2013, surgiu a notícia da chegada da UFSB, houve um poço de esperança e desconfiança com sua chegada, sobretudo para quem era do sul da Bahia, como eu. No entanto, aos poucos ela foi sendo entendida como uma grande via de desenvolvimento dessa região imensa, com várias costas e tão diversos territórios de identidade.
E a UFSB foi ousada sim. É verdade que não avançou mais porque, sendo uma das últimas universidades federais construídas na era Lula/Dilma, bateu de frente com um golpe, um governo usurpador e golpista que tem sucateado tudo que é público no país, e uma assassina PEC 55, agora Emenda Constitucional 93. Mas é verdade, também, que o plano de expansão dos colégios universitários fincou na universidade o grande objeto de combate ao racismo na nossa região através de um projeto de universidade regionalizada.
Depois das universidades com projetos distintos do Reuni (o programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais dos governos de Lula e DiLma) com inserção multicampie interiorização, em que universidades como a UNILAB ou UNILA cumpriam papéis de integração internacionalista Sul-Sul, ou como a UFABC que cumpria um papel ligado à integração com o setor produtivo, ou ainda a UFFS e a UFVJM que repensavam os territórios e identidades mais pobres de cada região e pensavam a inserção regional da universidade como forma de combater a pobreza, êxodo rural e promover a agricultura familiar, ou ainda a interiorização dos campi de universidades federais tradicionais, a UFSB era a menina dos olhos de ouro de quem pensava currículo universitário e ações afirmativas desde a base no país.
A UFSB foi ousada em termos de currículo e inserção regional. O seu projeto do currículo se alarga e se conecta ao da inserção à medida que sua proposta afirmativa mais ousada era a Rede Anísio Teixeira de Colégios Universitários, em que as próprias graduações de primeiro ciclo já começassem a funcionar na rede pública estadual com 85% de reserva de vagas para esse público. Para quem vem discutindo o projeto das cotas desde Durban, isso era quase mágico. Se não fosse o golpe, Temer e a Emenda 93.
Por outro lado, a UFSB também foi ousada no diálogo com o projeto de ações afirmativas para a graduação já existente em lei e nas demais federais. A comunidade acadêmica teve a coragem de reservar 55% de vagas nos campi e 85% nos colégios universitários para o ingresso nas chamadas graduações de primeiro ciclo. Aquilo era uma boa primeira resposta ao golpe e a Temer (mesmo tendo acontecido antes do golpe) de que essa universidade ia continuar resistindo. Mais tarde, mesmo com forte resistência interna, a aprovação de 75% das vagas para ingresso nas graduações de segundo ciclo colocaram a UFSB na grande encruzilhada do combate ao racismo regional nesta quadra de nossa história.
A autodeclaração foi uma das maiores tecnologias do nosso tempo. Fizemos até melhor que os Estados Unidos. O Estatuto da Igualdade Racial estabelece em suas premissas que agora este país devia admitir que há negros vivendo nele, forçando inclusive os candidatos nas eleições a se autodeclararem. Passados mais de 10 anos das cotas, os cursos de Medicina, Direito, Engenharias pouco se escureceram. Isso é visível. Basta passear dez minutos em qualquer faculdade de saúde do país. Parece a mesma coisa de andar pela Alemanha. Das duas uma: ou a lei de cotas excetua alguns cursos ou tudo isso não passa de um grande processo (que inclui cúmplices entre os agentes de Estado) de fraude. Bastaram as primeiras denúncias aparecerem em algumas grandes universidades, como UFRGS, UFMG ou UFF, para que a discussão da autodeclaração fosse reaberta por conta do racismo e da afroconveniência.
O racismo no Brasil, que é de marca e não de origem (no caso dos negros), soube utilizar a autodeclaração como sua tecnologia de burlar as cotas. Não em Letras e Filosofia. Mas em Medicina e Direito. Isso levou o Ministério Público Federal a sugerir comissões de verificação das fraudes. O argumento jurídico é simples. Na decisão da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186, impetrada pelo DEM para proibir verificação de cotas na UnB, e na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 41, o Supremo Tribunal Federal já tinha decidido pela constitucionalidade das chamadas bancas de verificação.
O racismo é tão cruel que até gente que era contra as cotas hoje frauda as cotas nas universidades e concursos públicos. Quando permitiu as comissões ou bancas, o Supremo prezou pela isonomia constitucional ao entender que, para promover diversidade, era necessário conceber a existência de grupos específicos. No Estado da Bahia a questão é ainda mais grave por termos a maior população negra depois da África. Enquanto em estados como o Rio Grande do Sul as denúncias pipocam, aqui caímos na bobagem de não entender que, neste momento, combater o racismo estrutural é combater a fraude. O candidato da fraude em geral sequer passa pela suspeição do que chamamos de branco baiano, que é aquele branco logicamente diferente (porque os brancos são diferentes e não há nenhum problema nisso) do branco do Sudeste.
Em geral, o candidato é um branco do Sudeste que rememorou na história dos ancestrais algum negro, em alguma posição. Ele que, muitas vezes, lembrava só dos antepassados italianos, a quem avocava pelo próprio sobrenome, agora lembra de uma personagem que ele mesmo não lhe sabe e nem lhe atribui história. Essa é a forma de chamar a atenção das pessoas brancas sobre o racismo como crime perfeito (retomando a insistência do antropólogo Kabengele Munanga): nem pessoas brancas e muito menos as negras têm direito a conhecer seus ancestrais negros. Mas uma coisa temos que admitir: os pretos e pardos é que sofrem diretamente o racismo cordial e o estrutural, que são perseguidos e assassinados pelas forças paramilitares do tráfico e das polícias dos estados. Basta passear no Maria Pinheiro, em Ferradas (onde fica a sede em Itabuna), no Parque Ecológico ou no Paraguai (em Porto Seguro). Há um genocídio da juventude negra acontecendo a fraude das cotas é a grande cúmplice.
A encruzilhada do combate ao racismo hoje tem muitos caminhos. Inclusive o silêncio e o silenciamento. Por exemplo, não é possível ignorar que nas famosas reuniões da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais (ANDIFES) agora teremos um rosto negro (o único), com vasta produção em sua área, que é a recém-empossada reitora da UFSB, a professora Joana Angélica. Não é um fato menor. Imaginem João de Deus do Nascimento, herói da Revolta dos Malês, e Maria Felipa (heroína da independência do Brasil) vendo essa cena. É da ancestralidade de um povo milenar que surge o desejo da melhor justiça. Dos bancos de faculdade às reitorias, da participação na política à presidência da república. Queremos estar onde haja poder.
Neste momento, nessa encruzilhada, é preciso lutar pela justiça. E a justiça é aquela que adota a seriedade frente ao seu povo. Ao citar sempre a encruzilhada, aprendi com os meus que nela não é possível ser neutro. Ou se é ou não se é. Isso porque a encruzilhada nos joga para algum dos caminhos e é nele que devemos estar respondendo ao nosso povo. Neste momento a UFSB está no lugar desconfortável da encruzilhada e deverá, com uma gigante qualidade de sua comunidade, dar a melhor resposta. Sem titubear. O tempo da história não espera ninguém.
Gabriel Nascimento é professor da UFSB.
Fonte:http://www.pimenta.blog.br
A encruzilhada do combate ao racismo hoje tem muitos caminhos. Inclusive o silêncio e o silenciamento. Por exemplo, não é possível ignorar que nas famosas reuniões da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais (ANDIFES) agora teremos um rosto negro (o único), com vasta produção em sua área, que é a recém-empossada reitora da UFSB, a professora Joana Angélica. Não é um fato menor
Quando, em 2013, surgiu a notícia da chegada da UFSB, houve um poço de esperança e desconfiança com sua chegada, sobretudo para quem era do sul da Bahia, como eu. No entanto, aos poucos ela foi sendo entendida como uma grande via de desenvolvimento dessa região imensa, com várias costas e tão diversos territórios de identidade.
E a UFSB foi ousada sim. É verdade que não avançou mais porque, sendo uma das últimas universidades federais construídas na era Lula/Dilma, bateu de frente com um golpe, um governo usurpador e golpista que tem sucateado tudo que é público no país, e uma assassina PEC 55, agora Emenda Constitucional 93. Mas é verdade, também, que o plano de expansão dos colégios universitários fincou na universidade o grande objeto de combate ao racismo na nossa região através de um projeto de universidade regionalizada.
Depois das universidades com projetos distintos do Reuni (o programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais dos governos de Lula e DiLma) com inserção multicampie interiorização, em que universidades como a UNILAB ou UNILA cumpriam papéis de integração internacionalista Sul-Sul, ou como a UFABC que cumpria um papel ligado à integração com o setor produtivo, ou ainda a UFFS e a UFVJM que repensavam os territórios e identidades mais pobres de cada região e pensavam a inserção regional da universidade como forma de combater a pobreza, êxodo rural e promover a agricultura familiar, ou ainda a interiorização dos campi de universidades federais tradicionais, a UFSB era a menina dos olhos de ouro de quem pensava currículo universitário e ações afirmativas desde a base no país.
A UFSB foi ousada em termos de currículo e inserção regional. O seu projeto do currículo se alarga e se conecta ao da inserção à medida que sua proposta afirmativa mais ousada era a Rede Anísio Teixeira de Colégios Universitários, em que as próprias graduações de primeiro ciclo já começassem a funcionar na rede pública estadual com 85% de reserva de vagas para esse público. Para quem vem discutindo o projeto das cotas desde Durban, isso era quase mágico. Se não fosse o golpe, Temer e a Emenda 93.
Por outro lado, a UFSB também foi ousada no diálogo com o projeto de ações afirmativas para a graduação já existente em lei e nas demais federais. A comunidade acadêmica teve a coragem de reservar 55% de vagas nos campi e 85% nos colégios universitários para o ingresso nas chamadas graduações de primeiro ciclo. Aquilo era uma boa primeira resposta ao golpe e a Temer (mesmo tendo acontecido antes do golpe) de que essa universidade ia continuar resistindo. Mais tarde, mesmo com forte resistência interna, a aprovação de 75% das vagas para ingresso nas graduações de segundo ciclo colocaram a UFSB na grande encruzilhada do combate ao racismo regional nesta quadra de nossa história.
A autodeclaração foi uma das maiores tecnologias do nosso tempo. Fizemos até melhor que os Estados Unidos. O Estatuto da Igualdade Racial estabelece em suas premissas que agora este país devia admitir que há negros vivendo nele, forçando inclusive os candidatos nas eleições a se autodeclararem. Passados mais de 10 anos das cotas, os cursos de Medicina, Direito, Engenharias pouco se escureceram. Isso é visível. Basta passear dez minutos em qualquer faculdade de saúde do país. Parece a mesma coisa de andar pela Alemanha. Das duas uma: ou a lei de cotas excetua alguns cursos ou tudo isso não passa de um grande processo (que inclui cúmplices entre os agentes de Estado) de fraude. Bastaram as primeiras denúncias aparecerem em algumas grandes universidades, como UFRGS, UFMG ou UFF, para que a discussão da autodeclaração fosse reaberta por conta do racismo e da afroconveniência.
O racismo no Brasil, que é de marca e não de origem (no caso dos negros), soube utilizar a autodeclaração como sua tecnologia de burlar as cotas. Não em Letras e Filosofia. Mas em Medicina e Direito. Isso levou o Ministério Público Federal a sugerir comissões de verificação das fraudes. O argumento jurídico é simples. Na decisão da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 186, impetrada pelo DEM para proibir verificação de cotas na UnB, e na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 41, o Supremo Tribunal Federal já tinha decidido pela constitucionalidade das chamadas bancas de verificação.
O racismo é tão cruel que até gente que era contra as cotas hoje frauda as cotas nas universidades e concursos públicos. Quando permitiu as comissões ou bancas, o Supremo prezou pela isonomia constitucional ao entender que, para promover diversidade, era necessário conceber a existência de grupos específicos. No Estado da Bahia a questão é ainda mais grave por termos a maior população negra depois da África. Enquanto em estados como o Rio Grande do Sul as denúncias pipocam, aqui caímos na bobagem de não entender que, neste momento, combater o racismo estrutural é combater a fraude. O candidato da fraude em geral sequer passa pela suspeição do que chamamos de branco baiano, que é aquele branco logicamente diferente (porque os brancos são diferentes e não há nenhum problema nisso) do branco do Sudeste.
Em geral, o candidato é um branco do Sudeste que rememorou na história dos ancestrais algum negro, em alguma posição. Ele que, muitas vezes, lembrava só dos antepassados italianos, a quem avocava pelo próprio sobrenome, agora lembra de uma personagem que ele mesmo não lhe sabe e nem lhe atribui história. Essa é a forma de chamar a atenção das pessoas brancas sobre o racismo como crime perfeito (retomando a insistência do antropólogo Kabengele Munanga): nem pessoas brancas e muito menos as negras têm direito a conhecer seus ancestrais negros. Mas uma coisa temos que admitir: os pretos e pardos é que sofrem diretamente o racismo cordial e o estrutural, que são perseguidos e assassinados pelas forças paramilitares do tráfico e das polícias dos estados. Basta passear no Maria Pinheiro, em Ferradas (onde fica a sede em Itabuna), no Parque Ecológico ou no Paraguai (em Porto Seguro). Há um genocídio da juventude negra acontecendo a fraude das cotas é a grande cúmplice.
A encruzilhada do combate ao racismo hoje tem muitos caminhos. Inclusive o silêncio e o silenciamento. Por exemplo, não é possível ignorar que nas famosas reuniões da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais (ANDIFES) agora teremos um rosto negro (o único), com vasta produção em sua área, que é a recém-empossada reitora da UFSB, a professora Joana Angélica. Não é um fato menor. Imaginem João de Deus do Nascimento, herói da Revolta dos Malês, e Maria Felipa (heroína da independência do Brasil) vendo essa cena. É da ancestralidade de um povo milenar que surge o desejo da melhor justiça. Dos bancos de faculdade às reitorias, da participação na política à presidência da república. Queremos estar onde haja poder.
Neste momento, nessa encruzilhada, é preciso lutar pela justiça. E a justiça é aquela que adota a seriedade frente ao seu povo. Ao citar sempre a encruzilhada, aprendi com os meus que nela não é possível ser neutro. Ou se é ou não se é. Isso porque a encruzilhada nos joga para algum dos caminhos e é nele que devemos estar respondendo ao nosso povo. Neste momento a UFSB está no lugar desconfortável da encruzilhada e deverá, com uma gigante qualidade de sua comunidade, dar a melhor resposta. Sem titubear. O tempo da história não espera ninguém.
Gabriel Nascimento é professor da UFSB.
Fonte:http://www.pimenta.blog.br
sexta-feira, 22 de junho de 2018
De Feira para a Rússia: conheça baiano que é tradutor da Seleção
Estudante de Medicina chegou ao país da Copa há seis anos, sem falar russo
Baiano de Feira de Santana, o estudante de Medicina Geisiel Cruz, 28 anos, chegou à Rússia em setembro de 2012 sem saber falar nenhuma palavra do idioma. O que ele não imaginava era que, quase seis anos depois, o jovem da Princesinha do Sertão estaria do outro lado do mundo, facilitando a vida da Seleção Brasileira na Copa de 2018.
Desde o início do mês, Geisiel é assistente de tradução e logística da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) na Rússia. E isso significa dizer que ele passa o dia acompanhando não apenas os 23 jogadores da campanha para o hexa, mas também médicos, roupeiros, massagistas...
Geisiel chegou a São Petersburgo com a Seleção na quarta-feira (20) (Foto: Acervo pessoal) |
“Não sou tradutor de (entrevista) coletiva. É para o dia a dia aqui mesmo, porque a Seleção está vivendo em um país estranho e que o inglês não prevalece de forma alguma. Tem transporte, todo um protocolo para aeroporto, saída para treinamento... Todas as coisas que são necessárias para o bom funcionamento, a gente entra como canal de comunicação”, explica.
Geisiel é o único tradutor exclusivo da CBF, mas um russo que fala português também trabalha como tradutor para o Brasil. Enquanto o russo atua para a Fifa – que disponibilizou um profissional para cada seleção – e o comitê organizador, o baiano fica somente com a entidade brasileira.
Feirense, Geisiel acompanha toda a delegação da CBF - inclusive a Seleção Brasileira (Foto: Acervo pessoal) |
Facilidade com o idioma
Ele já tinha tido algumas experiências como tradutor antes. Trabalhava com traduções escritas, acompanhou um diretor de teatro russo em festival no Brasil e foi até intérprete de diplomatas brasileiros que foram para a Rússia.
Ele já tinha tido algumas experiências como tradutor antes. Trabalhava com traduções escritas, acompanhou um diretor de teatro russo em festival no Brasil e foi até intérprete de diplomatas brasileiros que foram para a Rússia.
Por isso, foi natural quando, em janeiro deste ano, uma amiga lembrou dele quando viu um anúncio em uma rede social russa, buscando russos que falassem português. Geisiel entrou em contato com o comitê organizador da Copa e, durante uma ligação telefônica, avaliaram se ele falava bem.
“Passei por entrevista e eles enviaram alguns currículos, o meu inclusive, para a CBF. Isso porque a CBF queria um tradutor exclusivo, que não fosse da Fifa. E eles me escolheram”, lembra Geisiel.
Mesmo tendo chegado a Moscou sem saber falar a língua, há seis anos, Geisiel se deu bem com ela. Na época, ele participava de um grupo de teatro de uma companhia filantrópica, a Cia Níssi. Ele e outros jovens tinham sido enviados à Rússia com o objetivo de estudar Artes, aprender o idioma e, depois, entrar em uma faculdade local.
“O projeto mudou bastante, teve algumas desistências e eu enveredei por outro lado. Conheci brasileiros que faziam Medicina e me falaram da facilidade de acesso de estrangeiros (ao curso). Ainda que fosse pago, não era caro” conta.
O curso de russo tinha duração de nove meses, mas, com apenas quatro, ele já dominava o idioma. O tempo foi passando, ele foi gostando e, cada vez mais, a proposta de ficar soava interessante. Dito e certo: depois que o projeto acabou, muitos dos colegas foram embora e Geisiel continuou. Hoje, está prestes a terminar o curso de Medicina que, como no Brasil, dura seis anos.
Acompanhamento exclusivo
A rotina é intensa. Ele levanta por volta de 8h da manhã – às vezes, mais cedo, a depender da programação. Cada dia tem suas próprias demandas. “Geralmente tem uma programação fixa, mas logo cedo vemos se tem alguma pendência, se tem alguma demanda extra para o treino, se precisa resolver coisa de banco, ligação, encomendar algum produto para a equipe médica... Fico à disposição o dia inteiro”.
A rotina é intensa. Ele levanta por volta de 8h da manhã – às vezes, mais cedo, a depender da programação. Cada dia tem suas próprias demandas. “Geralmente tem uma programação fixa, mas logo cedo vemos se tem alguma pendência, se tem alguma demanda extra para o treino, se precisa resolver coisa de banco, ligação, encomendar algum produto para a equipe médica... Fico à disposição o dia inteiro”.
No cargo de assistente de logística e tradução, o jovem está à disposição dos brasileiros (Foto: Acervo pessoal) |
Isso inclui ficar hospedado no mesmo hotel que os jogadores, almoçar nos mesmos locais e viajar no mesmo avião. No entanto, ele não pode entrar em detalhes sobre a vida dos rapazes. "Eu acompanho a rotina, vivemos no mesmo hotel, almoçamos no mesmo local, estamos no treino juntos e auxilio de algum modo se precisam de alguma coisa. A gente está sempre junto, mas essas coisas sobre quem acompanhei ou o que eu fiz não é bom comentar", diz o baiano.
Na parte de logística, ele precisa organizar o que será levado para treinos, como será feito o transporte e qualquer outra coisa que tenha comunicação com os russos. A vantagem, segundo Geisiel, é que o treinamento da Seleção Brasileira fica junto do hotel onde estão hospedados em Sochi – cidade eleita como a ‘casa’ da delegação.
“Agora mesmo, estou organizando a carga que vai para o aeroporto para o jogo de São Petersburgo. Faço contato com o carro que vem buscar e o motorista. Eles chegaram, eu oriento, tenho que verificar os documentos e tem uma contagem de material, para saber quanto vai, enfim... Toda essa logística enquanto o pessoal está treinando. É um trabalho de bastidores, realmente”, contou, referindo-se à partida desta sexta-feira (22), na qual o Brasil enfrenta a Costa Rica, a partir das 9h.
Quando o Brasil entrar em campo, provavelmente, o coração de Geisiel vai estar como o de todos os outros brasileiros. A diferença é que ele pode conferir a partida de um ângulo privilegiado – junto ao restante da equipe que acompanha o jogo. Não é junto de Tite e do banco de reservas, mas na primeira fila reservada a profissionais como médicos e fisioterapeutas.
Foi assim na estreia do Brasil, no domingo (17), contra a Suíça.
“No primeiro tempo, estava lá, gritando tanto que perdi a voz. Foi uma emoção muito grande. Depois do intervalo, fui resolver algumas coisas. Quando voltei, já foi quando teve o gol da Suíça e não quis mais assistir. Fiquei muito nervoso, parecia que eu ia jogar”, brinca.
Para ele, tanta exclusividade compensa financeiramente muito mais por se tratar de uma Copa do Mundo. “É uma oportunidade incrível. Talvez, se não fosse Copa e fosse acompanhamento exclusivo de um grupo ou uma pessoa, o valor fosse maior. Mas o valor é compensatório, é bom para o currículo e a experiência pessoal conta junto”.
Geisiel fica com a CBF até o fim da participação brasileira na Copa (Foto: Acervo pessoal) |
Geisiel fica com a Seleção durante toda a participação brasileira na Copa (o que ele - e muita gente - espera que seja até a final). O destino na Rússia depois que terminar o curso de Medicina, por outro lado, ainda não está definido. Uma coisa ele garante: gosta muito de lá e, quando pensa em ir embora, a sensação não é boa.
Trabalho exige concentração
Tradutores de russo não são algo fácil de encontrar. Aqui na Bahia, não existe nenhum tradutor juramentado de russo na Junta Comercial do Estado (Juceb). Em todo o país, há seis filiados na Associação Brasileira de Tradutores (Abrates) e apenas três no Sindicato Nacional dos Tradutores (Sintra), de acordo com a busca no próprio catálogo de cada uma das entidades.
Tradutores de russo não são algo fácil de encontrar. Aqui na Bahia, não existe nenhum tradutor juramentado de russo na Junta Comercial do Estado (Juceb). Em todo o país, há seis filiados na Associação Brasileira de Tradutores (Abrates) e apenas três no Sindicato Nacional dos Tradutores (Sintra), de acordo com a busca no próprio catálogo de cada uma das entidades.
“São poucos tradutores de russo, mas nem todo mundo é sindicalizado. Habitualmente também não temos tantos eventos no dia a dia que exijam o russo. Só às vezes, quando tem uma conferência internacional, alguma coisa da ONU (Organização das Nações Unidas) ou alguma coisa em que venha um participante russo”, explica a presidente do Sintra, Luisa Lamas.
No entanto, como a profissão não é regulamentada, é difícil até mesmo estimar quantos profissionais atuam como tradutores no país hoje. Mesmo assim, é possível imaginar que é um grande universo: a própria Luisa destaca que há desde as atividades mais óbvias, como traduzir livros e filmes até aplicativos, bulas de remédio e manuais de carro.
Para ser considerado tradutor, não basta apenas falar uma língua estrangeira. Segundo Luisa, é preciso ter praticamente o mesmo domínio do idioma que um nativo teria – inclusive, o domínio da norma culta da língua em questão. Sem contar que um trabalho de intérprete, por exemplo, pode ser muito estressante.
“É um trabalho que exige extrema concentração. É algo comparado ao estresse que os controladores de voo têm porque é algo que você tem que ficar concentrado ouvindo e falando ao mesmo tempo”, diz.
Ela explica que é comum que, no trabalho de acompanhamento, o tradutor participe de tudo: desde ir a um restaurante para ajudar até ir ao aeroporto, passando por reuniões, idas ao médico e entrevistas coletivas.
Não existe piso salarial no Brasil justamente porque a profissão não é regulamentada. No entanto, entidades como o Sintra oferecem tabelas de valores de referência que, de acordo com Luisa, seriam um pagamento “justo para um profissional sênior realmente qualificado”. Nos estados do Sudeste, onde o trabalho é mais comum, as referências são as mais altas – a diária sugerida para acompanhamento é de R$ 1.870. Não há valores na tabela para o Nordeste.
“Além disso, existem práticas que incluem o pagamento de passagem aérea, hospedagem, alimentação e dia cessante. Tudo isso é negociado e as boas práticas indicam que você tem que levar isso em consideração”.
Russo não é tão difícil
Apesar de assustar, à primeira vista, aprender russo não é tão difícil assim. Como explica a professora de russo Volha Yermalayeva Franco, 29, o primeiro desafio é justamente o alfabeto, que é diferente do latino – no qual se baseiam o português e outras línguas. A língua russa, por outro lado, utiliza o alfabeto cirílico, que também é a base de outros idiomas eslavos.
Apesar de assustar, à primeira vista, aprender russo não é tão difícil assim. Como explica a professora de russo Volha Yermalayeva Franco, 29, o primeiro desafio é justamente o alfabeto, que é diferente do latino – no qual se baseiam o português e outras línguas. A língua russa, por outro lado, utiliza o alfabeto cirílico, que também é a base de outros idiomas eslavos.
O alfabeto é a primeira lição que um estudante de russo aprende – com duas, três horas de aula, o aluno já terá boa noção das letras. “Depois, eu diria que a pronúncia de russo não é tão difícil quanto possa parecer”, diz ela, que nasceu em Belarus (antiga Bielorrússia) e mora em Salvador desde 2011. Em sua terra natal, são dois idiomas oficiais: o belorusso e o russo.
Para dar uma ideia, no idioma russo, não existe um dos principais problemas dos falantes não-nativos de línguas como o inglês, o espanhol e o francês: os verbos ‘ser’ e ‘estar’.
“Se você quer falar ‘eu sou brasileira’, você fala ‘eu brasileira’ (em russo). Tem umas coisas muito simples nesse sentido e é interessante porque sempre abre a mente para outras construções”.
É quase como se fosse uma língua impessoal – ela explica que é como se quem fala não fosse realmente o sujeito da frase. “Não é você que tem uma idade, por exemplo. É a idade que vem para você. E nós não escolhemos a idade, ela vem sem perceber”.
Assim, ela acredita que realmente seja tranquilo para estrangeiros aprenderem a falar russo. E mesmo quando a pessoa sabe pouca coisa, os russos já ficam impressionados: eles reconhecem que não é lá um idioma muito popular.
Volha ensinou russo a cerca de dez pessoas que viajaram para a Copa do Mundo. Em uma das escolas, o Clube Eslavo, houve até turmas de um curso específico para esses viajantes. Ela, no entanto, só vai à Rússia em agosto, depois de visitar Belarus.
“Na Copa do Brasil, trabalhei como intérprete para turistas russos (em Salvador), mas não procurei, foi a oportunidade que me achou”, explica ela, que faz mestrado em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Fonte Correio da Bahia https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/de-feira-para-a-russia-conheca-baiano-que-e-tradutor-da-selecao/
No sufoco, Brasil supera a Costa Rica e consegue primeira vitória na Copa do Mundo
Com gols de Philippe Coutinho e Neymar, que se emocionou no fim do jogo, seleção sofre para vencer os costarriquenhos
O Brasil venceu a Costa Rica por 2 a 0 nesta sexta-feira, no estádio de São Petersburgo, pela segunda rodada do Grupo E da Copa do Mundo Rússia 2018. Philippe Coutinho e Neymar marcaram os gols da seleção. Vetado por uma lesão muscular no quadril, o lateral-direito Danilo será substituído por Fágner, do Corinthians. Além disso, Thiago Silva foi o escolhido da vez como capitão; Marcelo levou a braçadeira na primeira partida. Na etapa inicial, a seleção novamente insistiu com jogadas pela esquerda, como Marcelo e Neymar, que sentiu dificuldade para ganhar jogadas individuais. Somente aos 40 minutos, com o lateral-esquerdo batendo de fora da área, o Brasil conseguiu testar o goleiro Keylor Navas. Gabriel Jesus teve um gol anulado por impedimento. Porém, a melhor oportunidade do primeiro tempo foi da Costa Rica, com Celso Borges batendo para fora. No intervalo, o técnico Tite mexeu na equipe. Colocou Douglas Costa no lugar de Willian, mais uma vez pouco efetivo pelo lado direito.
O Tite confirmou na véspera do jogo que o time titular será quase o mesmo que empatou com a Suíça, por 1 a 1, na estreia do Brasil no Mundial, com exceção da lateral direita: Alisson, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro, Paulinho, Philippe Coutinho, Willian e Neymar; Gabriel Jesus. O camisa 10, que ficou fora de dois dias de treinamento na semana por causa de dores no tornozelo, em consequência das 10 faltas sofridas no empate, não preocupa a comissão técnica. Fred, que foi desfalque contra os suíços, treinou normalmente nos últimos dias e deve ser opção no banco.
Fonte:https://brasil.elpais.com/brasil/2018/06/22/deportes/1529659693_664052.html
A Costa Rica está em último lugar no Grupo E. Perdeu por 1 a 0 para a Sérvia na estreia, gol de Kolarov. O Brasil, por sua vez, decepcionou em seu primeiro jogo, marcando primeiro com Coutinho, mas sofrendo o empate em polêmico gol de Zuber. Os suíços enfrentam os sérvios também nesta sexta, às 15h (horário de Brasília).
quinta-feira, 21 de junho de 2018
Recurso de Lula é a chance de o STF enfrentar um juiz intocável
Requião: Lava Jato não pode aprisionar o Supremo!
Senhoras e senhores Senadores, brasileiros, espectadores da TV Senado e das rádios que transmitem as nossas sessões plenárias.
A minha angústia, que às vezes beira ao desespero com os descaminhos da política econômica imposta ao País, e a minha amargura com o galope entreguista que, a cada passo, esfarrapa a nossa soberania frequentemente fazem par com a apreensão com que vejo a atuação do Judiciário e do Ministério Público brasileiros.
A coisa chegou a um ponto em que parece que não há mais tribunais, não há cortes inferiores ou superiores, de maior ou menor instância; não há mais juízes. Há um deus ex machina, como existia no teatro grego, a ditar o comportamento da Justiça e do Ministério Público brasileiro, conforme os interesses da globalização e do capital financeiro internacional. Há apenas um juiz, um juiz supremo, intocável. O juiz ex machina, como deus teatral, incontestável, poderoso, temido, aterrorizador, que tem como principais instrumentos de aplicação da justiça não a lei, não a Constituição, não os códigos, não o devido processo legal, e sim a sua opinião, o seu arbítrio e o controle da opinião pública. Assim se faz justiça no País.
No entanto, o recente julgamento da presidente do PT me dá alguma esperança. Ilumina-se um pouco a possibilidade de a verdadeira justiça ser aplicada no Brasil. A deterioração, a corrupção dos procedimentos judiciais chegou a tal ponto, que a tortura, a coação, a chantagem, os sequestros listam-se como recursos corriqueiros, usuais, de que lançam mão alguns promotores, juízes, policiais federais, devidamente acostados pelo Ministério Público Federal e pela organização da Polícia Federal. Estou me referindo ao sequestro do caseiro do sítio de Atibaia, sem a presença de advogado, sem comunicação a ninguém, efetuado e denunciado pelo Deputado Federal Pimenta, ontem, no plenário da Câmara Federal.
Com essas injunções que eu vejo, eu me preocupo com o julgamento da 2º Turma do Supremo na próxima terça-feira, dia 26. A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal irá julgar, na próxima terça-feira, 26 de junho, pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso extraordinário apresentado pelo Presidente Lula. Como o nome indica, deseja-se que o STF suspenda os efeitos do julgamento realizado pelo TRF4 até o julgamento final do recurso extraordinário, que será realizado em momento futuro pela corte.
A defesa do Presidente Lula anteriormente apresentou o recurso endereçado ao Supremo afirmando que o julgamento realizado pelo TRF4 violou a Constituição Federal sob diversos aspectos. Contudo, a defesa entende que o Presidente Lula não pode aguardar preso o julgamento definitivo desse recurso, recurso extraordinário, que pode demorar bastante tempo. Assim, ela pediu ao Supremo Tribunal que faça uma avaliação preliminar dos argumentos do recurso extraordinário, para que, caso entenda que a condenação do TRF4 foi manifestamente inconstitucional, determine que o Presidente Lula seja imediatamente solto, suspendendo os efeitos do julgamento do TRF4. Assim, esse julgamento do pedido de efeito suspensivo a recurso extraordinário não se confunde, Presidente Lobão, com o julgamento realizado pelo Plenário do STF no habeas corpus impetrado para contestar a execução provisória da pena, tampouco se confunde com o próprio mérito do recurso, recurso extraordinário, que será julgado futuramente. Isso é muito importante, porque setores da imprensa – o deus ex machina do interesse da globalização e da deterioração da soberania brasileira – estão tentando exercer pressão sobre a 2ª Turma do STF. Esses meios de comunicação têm dito que, na prática, a defesa pretende que os cinco ministros modifiquem decisão do Plenário, o que absolutamente não é verdadeiro. Isso é porque, no julgamento do habeas corpus, a defesa contestou a própria possibilidade de alguém ser preso antes do trânsito em julgado; aqui, não se está discutindo essa possibilidade; argumenta-se apenas que a condenação é tão carente de fundamentos consistentes que ela excepcionalmente deve ter os seus efeitos suspensos. No primeiro caso, não se discutiu o conteúdo da decisão do TRF4. Nesse pedido de efeito suspensivo, sim, se discute o conteúdo. O que está em jogo, portanto, é o julgamento por um colegiado de forma legítima, juridicamente plausível e necessariamente isenta.
Do ponto de vista político, é necessário afirmar que o maior líder político da América Latina está preso há exatos 76 dias, quando juristas e líderes políticos do mundo inteiro apontam a parcialidade e a injustiça de sua prisão. O maior líder popular da história do Brasil foi preso em razão daquilo que se convenciona chamar de lawfare. Na verdade, até os mais distantes rincões deste Planeta se manifestam e percebem a trama jurídica que condenou Lula sem crime. O combate à corrupção não passou de um artifício para mascarar o verdadeiro objetivo da Operação Lava Jato: acabar com todas as propostas de continuidade do processo civilizatório brasileiro, entregar o subsolo e submeter o Brasil à condição de produtor de matéria-prima, sem industrialização, com o aviltamento e a precarização do trabalho. Primeiro, determinou-se a prisão do ex-Presidente, para depois buscar-se um crime em que pudessem enquadrá-lo. Como, em três anos de investigação, não conseguiram encontrar malas com dinheiro, contas em bancos suíços, um fiapo de prova sobre o recebimento de ao menos de R$0,10, forjaram a história do tríplex do Guarujá, uma verdadeira anedota jurídica, cujo verdadeiro proprietário, já comprovado inclusive pela própria Justiça, é a Construtora OAS. Ainda assim, sem nenhuma prova, o juiz decidiu pela condenação do ex-Presidente.
A Operação Lava Jato não pode aprisionar o mais alto tribunal do País. Ela não pode condicionar o comportamento do Supremo Tribunal Federal, que é, afinal, o guardião do direito no Brasil. A Lava Jato não pode tirar a eficácia de normas constitucionais e desconsiderar o direito brasileiro. Nesse sentido, o Senado já aprovou uma lei que comina penas ao abuso de poder de agentes públicos, de Parlamentares, de Senadores, de fiscais de renda do Município, do Estado e da União, e também de juízes e procuradores em todas as instâncias da República. O que nós estamos defendendo, neste momento, desta tribuna, é que o Supremo Tribunal Federal, através da turma que vai examinar esse último pedido do ex- Presidente, liberte o direito, acabe com essa interpretação absurda da lei, essa possibilidade hermenêutica de liberdade na interpretação que não se atém ao texto legal e às cominações necessárias. E quem está fazendo essa peroração, neste momento, é quem saudou, desta tribuna e do plenário, em prosa e verso a Lava Jato, porque a corrupção política no Brasil era absolutamente inaceitável e tinha que ser investigada em profundidade, mas essa espécie de ditadura do Judiciário, esse deus ex machina aos interesses internacionais, interesses de países que impõem ao Brasil a entrega do petróleo e das riquezas naturais, o fim das garantias trabalhistas e a entrega do sistema previdenciário para a banca privada, não pode determinar o comportamento dos juízes.
Não se entenda, neste momento, a minha intervenção como a criminalização da Lava Jato, mas apenas como a exigência de que a operação siga os trâmites e as garantias constitucionais do direito brasileiro e não a visão ideológica entreguista, a visão do liberalismo econômico já sepultado na Europa, que pede asilo no Brasil e que recebe esse asilo por parte de autoridades e agentes públicos corrompidos ideologicamente e corrompidos economicamente, como já se comprovou ao longo das investigações sobre esses processos à exaustão.
Presidente, requeiro que esta minha intervenção seja colocada ao alcance dos 11 Ministros do Supremo Tribunal Federal.
Brasil escalado para duelo com a Costa Rica; Thiago Silva é o capitão
Técnico da Seleção Tite anuncia equipe que será titular no jogo contra a Costa Rica, válido pela segunda rodada do Grupo E da Copa do Mundo
O técnico da Seleção Brasileira, Tite, adiantou que o Brasil vai a campo contra a Costa Rica com o mesmo time que começou a partida de estreia na Copa do Mundo, contra a Suíça: Alisson, Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro, Paulinho e Philippe Coutinho; Willian, Neymar e Gabriel Jesus. A confirmação foi dada na coletiva de imprensa do comandante brasileiro antes do treino da tarde desta quinta-feira (21), na Arena Zenit, em São Petersburgo, palco da partida desta válida pela segunda rodada do Grupo E da Copa do Mundo Rússia 2018, nesta sexta-feira (22).
– É a mesma equipe que iniciou o jogo contra a Suíça. Como disse o Thiago (Silva), todos os jogos temos que ter uma boa atuação e vencer. Este jogo também. Ajustes! Ser efetivo. Transforma as oportunidades em gol, e ela te dá essa condição. Continua proporcionando muito poucas oportunidades ao adversário. Eu também estava na expectativa do primeiro jogo. Hoje já tem foco maior, abstração maior. Alguns ajustes vamos continuar fazendo de posicionamento – avaliou Tite sobre o trabalho de preparação para o próximo jogo.
Na partida contra a Costa Rica, o zagueiro Thiago Silva foi o escolhido da vez para ostentar a braçadeira de capitão. O jogador reforçou que, independente ou não de ser o capitão, vai sempre dar o seu melhor, e que o grupo possui várias lideranças.
– Fico bastante tranquilo. É dar o máximo para a seleção brasileira, independentemente de estar com a braçadeira ou não. A gente consegue dividir essa responsabilidade dentro de campo. Temos características diferentes, mas estamos muito bem servidos.
O técnico Tite elogiou a maturidade do zagueiro e a forma como buscou recuperar o seu espaço na Seleção após o último Mundial:
– Se pegássemos todo mundo que foi criticado na última Copa do Mundo, teríamos terra arrasada. E a vida, o futebol não são assim. Coloquei coerentemente que havia uma série de atletas com maturidade suficiente para continuar esse rodízio. Thiago é um deles. Quando ele buscou titularidade, não foi por nível baixo. Os três estavam jogando muito. Tem maturidade suficiente para saber da necessidade de resultado, mas antes a necessidade de desempenho.
A Seleção Brasileira encara a Costa Rica nesta sexta-feira (22) às 9h (horário de Brasília) no Estádio Krestovsky , em São Petersburgo. O jogo é válido pela segunda rodada do Grupo E da Copa do Mundo. Brasil soma um ponto com o empate em 1 a 1 na estreia contra a Rússia. Já a Costa Rica perdeu por 1 a 0 para a Sérvia.
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