domingo, 15 de novembro de 2015
NOVEMBRO NEGRO DA VITÓRIA DIALETO KIBUNDO AMATA TRAZ
O kimbundu é a língua da região de Luanda, Catete, Malanje e as áreas de fronteira no Norte (Dembos - variante crioula kimbundu/kikongo) e no Centro (Kuanza Sul - variante crioula kimbundu/umbundu). É falada por mais de um milhão e meio de pessoas.
Faz parte da grande família de línguas africanas a que a partir do século passado os europeus convencionaram chamar Bantu (bantu significa «pessoas», e é plural de muntu. Em Kimbundu mutu designa «pessoa», com o plural em atu).
Estes apontamentos foram elaborados com o intuito de ajudar todos aqueles que manifestam preocupação em conhecer os entrelaçamentos da língua portuguesa com as línguas africanas. Neste caso, o kimbundu foi uma das línguas de África que mais conviveu com o português, pelo menos desde o século dezasseis até à actualidade.
Penso ser a primeira vez que na Internet aparecem apontamentos de uma língua africana falada num PALOP.
Para a elaboração destes elementos gramaticais rudimentares não foi usada qualquer obra de referência. Utilizei somente os meus conhecimentos pessoais.
1 - Regra geral
Ao contrário de muitas línguas europeias, o Kimbundu caracteriza-se pela prefixação na formação do género, dos tempos e pessoas verbais.
As palavras concordam entre si pelo prefixo, o que confere à língua grande musicalidade e ritmo.
O dikamba diami dia-mu-zeka (O meu amigo está a dormir)
O makamba mami a-mu-zeka (Os meus amigos estão a dormir)
Muxima uami (O meu coração. Note-se a concordância mu — u, a regra seria mu - mu, mas não a musicalidade)
Frase simples:
Eme ngabiti ku mbanji ia dibata die (Passei perto da tua casa)
- O verbo kubita está no passado (ngabiti). No presente seria ngibita.
- A partícula ku aqui não é a desinência dos verbos, mas sim «perto» ou «dentro», mas sem pormenorizar. Tem menos força que mu (dentro de, com especificação). Mas muitas vezes ku e mu usam-se consoante a concordância rítmica.
- Por corruptela, o português vulgarizou kubata para designar a casa dos angolanos. Mas ku bata ou ku dibata significa «em casa».
«Casa» também pode ser inzo (pl. jinzo). Assim: inzo iami (a minha casa), jinzo jietu (as nossas casas), jinzo jiami (as minhas casas), jinzo jia (as casas deles)
- Mbanji ia (perto de — repare-se na concordância «mb» «i». Não podia ser de outra maneira)
- Dibata die (tua casa — die aqui refere-se a «teu, tua» e por isso o som é mais aberto do que o diê referido a «seu, sua»
2 - Pronúncia e sons
Em Kimbundu os sons são abertos, com algumas excepções («uê»).
Regra geral não há acentos. As palavras são normalmente graves.
«s» é sempre «ss»
«z» é sempre «z»
«c» é quase sempre representado por «k»
«g» é sempre «g» e nunca «jê» que, em kimbundu é sempre representado por «j»
Não há som «rr», quando muito, em algumas regiões, «r» muito fraco (como em «conversar»).
3 - Classes de nomes
Há em Kimbundu várias classes de nomes, com distintas formas de plural.
A) MU — A
Só se aplica a pessoas
muxiluanda (primitivo habitante da ilha de Luanda) — axiluanda
muhatu (mulher) — ahetu (plural irregular por não poder haver dois sons «a» seguidos)
mona (filho) — ana («mona» é aglutinação de «mu+ana»)
mubika (escravo) — abika muadiakimi (velho sábio) — adiakimi
B) MU — MI
O mesmo prefixo, desde que não se aplique a pessoas, forma plural diferente
muxima (coração) — mixima
mulembu (dedo) — milembu
muxitu (mata) — mixitu
mundele (branco) — mindele
mutue (cabeça) — mitue
C) DI — MA
dikamba (amigo) — makamba
diala (homem) — mala
dikolombolo (galo) — makolombolo
dikota (o mais velho) — makota
diaku (mão) — maku
D) KI — I
kinama (perna) — inama
kilumba (rapariga) — ilumba
kima (coisa) — ima kifuba (osso) — ifuba
kimuezu (barba) - imuezu (barbas)
E) MP, ND, NG, MB, etc — JI
São nomes de origem estrangeira.
Note-se que o «m» e o «n» iniciais antes de consoante nunca se lêem. A sua função é nasalar a consoante.
No singular, a palavra seguinte deve começar por «i»: mpange ietu (o nosso companheiro); tata ie (o teu pai); mama iami (a minha mãe); nja iami (o meu pénis).
Muitas vezes utiliza-se o singular como plural, mas a palavra seguinte vai para o plural: mpange jietu (os nossos companheiros), ngulo jiami (os meus porcos)
ndungo (picante) — jindungo
mpange (companheiro) — jipange (a nasalação cai)
ngulo (porco-leitão) — jingulo
mbolo (pão) — jimbolo
henda (saudade) — jihenda
sabu (provérbio) — jisabu
nvunda (raiva) — jinvunda
tata (pai) — jitata
sanji (galinha) — jisanji
ndanji (raiz) — jindanji
ngandu (jacaré) — jingandu
mbua (cão) — jimbua (jímbua)
nja (pénis) — jinja
hombo (cabra) — jihombo («h» aspirado)
F) KA — TU
O prefixo ka designa o diminutivo
kangombe (boizinho) — tungombe (boizinhos)
kasanji (galinha pequena) — tusanji
Kahombo (cabrinha) - tuhombo (cabrinhas)
Kalumba (rapariguinhas) - tulumba (rapariguinhas)
Kandenge (rapazinhos) - tungembe (rapazinhos)
Kanzamba (elefantezinho) - tunzamba (elefantezinhos)
G) Plurais irregulares
Não há regras precisas. Já vimos muhatu/ahetu
DI — ME
disu (olho) — mesu
4) Verbos
A) Geral
Todos os verbos, no infinito, têm a desinência ku
Kuala (ser), Kuala ni (ter), Kubonga (apanhar), Kuia (ir), Kuiza (vir), Kudia (comer), Kukalakala (trabalhar), Kusanga (encontrar), Kuloa (odiar), Kuzola (amar), Kutunda (sair)
B) Pronomes pessoais
Para se conjugarem os verbos, tal como nas outras línguas, utilizam-se os pronomes pessoais que, em muitos casos, se sutentendem:
eme
eie
muene
etu
enu
ene
C) Pronomes possessivos (usam-se com prefixos concordantes com os nomes)
uami (o muxima uami - o meu coração; o dikamba diami - o meu amigo; o muhatu uami - a minha mulher; o inzo iami - a minha casa)
ue (o tata ie - o teu pai)
ue (o inzo ie - a casa dele)
tuetu (o ixi ietu - a nossa terra)
nuenu (o mbiji ienu - o vosso mês)
a (o mona-a-ngulu a - a leitoa deles -- «mona-a-ngulu» significa literalmente: «filho de porco»)
D) Presente do indicativo
Tome-se o exemplo simples do verbo kuala (ser)
(eme) ngala
(eie) uala
(muene) uala
(etu) tuala
(enu) nuala
(ene) ala
Há aqui uma concordância «lógica». Na primeira pessoa do singular o prefixo do verbo é sempre «ng». As outras seguem os prefixos do pronome (note-se: muene uala. Podia ser «muene muala», mas o «m» cai, para tornar o encadeamento «mais leve»).
-Verbo kukala ni (ter)
ngala ni, uala ni, uala ni, tuala ni, nuala ni, ala ni
NOTA: O verbo ter em kimbundu expressa-se sempre como «ter com...»:
ngala ni nzala (tenho fome), ki ngala ni makamba (não tenho amigos)
-Verbo kuiza (vir)
ngiza
uiza
uiza
tuiza
nuiza
iza
E) Presente-acção A acção forma-se com mu ou ngolo ou ngalo, conforme a região.
(eme) nga-mu-tunda (estou a sair) ou ngolo tunda ou ngalo tunda
(eie) ua-mu-tunda; uolo tunda; ualo tunda
(muene) ua-mu-tunda; uolo tunda; ualo tunda
(etu) tua-mu-tunda; tuolo tunda; tualo tunda
(enu) nua-mu-tunda; nuolo tunda; nualo tunda
(ene) a-mu-tunda; olo tunda; alo tunda
(eme) nga-mu-ia (estou a comer) ou ngoloia ou ngaloia
(eme) nga-mu-xana (estou a chamar)
(eme) ngolo kuiza (estou a vir); (eme) ngoloia (estou a ir)
F) Futuro
Forma-se com ngondo
(eme) ngondo kuiza (virei) — Neste caso o «ku» do verbo não cai. É um imperativo da musicalidade da linguagem falada
(eie) uondo kuiza
(muene) uondo kuiza
(etu) tuondo kuiza
(enu) nuondo kuiza
(ene) ondo kuiza
Mas:
ngondo zeka (dormirei); ngondo fua (morrerei)
ngondoia (comerei); ngondo kuala (serei, estarei)
G) Passado
- Do verbo kuzeka
ngazekele, uazekele, uazekele, tuazekele, nuazekele, azekele (dormi)
ngalele (fui, verbo ser)
- Do verbo kuia
eme ngai (o presente é eme ngia, uia, uia, tuia, nuia, aia), eie uai, muene uai, etu tuai, enu nuai, ene ai
- Do verbo kukala (ser)
ngexile, uexile, uexile, tuexili, nuexile, axile
- Do verbo kukala ni (ter)
ngexile ni, uexile ni, uexile ni, tuexile ni, nuexile ni, axile ni
H) Imperativo
- Na segunda pessoa do singular forma-se com o infinito do verbo sem a partícula ku
: Zuela! (fala!)
Tunda! (sai!)
Diê! (come! — Para dar mais força à ordem, o «a» final do verbo - Kudia (acento no «u») - foi substituido pelo som longo iê)
- Na segunda pessoa do plural, forma-se com o sufixo «enu»:
Dienu! (comei!)
Zekenu! (dormi!)
Ivuenu! (ouvi!) - verbo Kuivua (acento no «i»)
Este enu tem a ver com o significado «gentes», «pessoas» (enu akua zanzala — as pessoas da sanzala)
I) Negativa
- Uma das possibilidades de formação é com a partícula «ki»:
eme ki ngala ni nzo (não tenho casa)
eme ki (ngala) muhatu (não sou mulher)
- Mas também se utiliza a partícula «ku»:
Monami, kutundê! Monami zeka!
(Meu filho, não saias! Meu filho, dorme! - Esta frase pertence a uma canção muito popular em Luanda em Fevereiro de 1961. É o lamento de uma mãe que aconselha o filho a não sair de casa por causa da Pide)
- Outra forma de negativa verbal:
Xitu, nga-i-diami (A carne, não a comi . Não se diz «Ngadiami o xitu»)
Eme ngeniami (ji)ndandu (Já não tenho parentes há muito tempo; a forma verbal ngeniami significa «não tenho há muito tempo»)
J) Forma reflexa
Forma-se com a partícula di:
Ku-di-sanga kua makamba
(encontrar-se com os amigos, dar encontro com os amigos)
(mona+ietu)
(estou a encontrar-me com o nosso filho)
L) Pronomes reflexos
ngi, ku, mu, tu, nu, a
Muene ua-ngi-zola (ele ama-me)
(Ene) a-ku-vualela (nasceram-te)
Em Kimbundu não há «o», «a» como reflexos, mas sim «lhe», «lhes».
Por isso no Português de Luanda se diz «eu vi-lhe»: Nga-ku-mona (eu vi-te)
M) Muitas vezes o verbo não aparece na frase:
Eme, diala (eu sou homem)
Kitadi, mona-a-ngene (o dinheiro é filho alheio). Nota: ngene usa-se muito em kimbundu para designar as coisas dos outros, alheias (inzo ia ngene - casa alheia; kitadi-kia-ngene - dinheiro alheio)
5) Forma de cumprimento
O cumprimento matinal é extremamente importante. Não tem nada a ver com o seco «bom dia» ou «olá». É um cumprimento em que se estabelece uma relação social.
- Uazekele kiebi?, ou simplesmente, Uazekele? (dormiste bem?)
- Ngazekele kiambote! (dormi bem!)
Depois disto pergunta-se pelos filhos, pela mãe, pela avó, etc.:
-O tata, kiebi? (O mama, kiambote?)
(o teu pai, está bem? a tua mãe, está bem?)
Quando as pessoas se encontram, perguntam-se:
- Kebi? (ou uala kiebi?) (como estás?)
- Kiambote! (ou ngala kiambote!) (estou bem!)
E quando se despedem, podem dizer:
-Mungu, ue! (até amanhã)
-Mungu uenu! (até amanhã a vocês!)
6) Sim, não
Kiene (sim)
Kana (não) - ler «kanáa»
- Uandala kuia ni eme? (queres ir comigo?)
- Kana! (não!)
7) Expressões de reforço
A expressão muene, além de significar «ele», «ela», significa também «mesmo».
Eie muene! (tu mesmo!)
Muene muene! (ele mesmo!)
O tata muene! (o pai mesmo!)
Kidi muene! (é mesmo verdade!)
Nga-ku-zolo kiavulu muene! (Gosto mesmo muito de ti! - É a expressão mais poderosa usada em kimbundu para manifestar directamente um grande amor)
Kiambotebote (muito bem), kiavuluvulu (muitíssimo), kionenenene (muito grande), kiofelefele (muito pequeno):
-Eme, kiambotebote! (estou muito, muito bem!)
- Uala ni kitadi? - Kiavuluvulu! (tens dinheiro? Muitíssimo)
Repare-se também neste reforço:
Tuoloietu! (estmos juntos! - Há aqui duas partículas repetitivas designando a primeira pessoa do plural: «tu». É um reforço muito comum no kimbundu)
8) Diversos
A) A-ngi-vualela mu Luanda (verbo Kuvuala - nascer) (Nasceram-me em Luanda)
Em Kimbundu não se diz «nasci» mas «nasceram-me», «nasceram-te», etc.: a-mu-vualela (ele nasceu; literalmente: nasceram-lhe)
B) Talvez devido à necessidade do ritmo, em kimbundu diz-se:
- O kikalakalu, nga-ki-zuba kia (literalmente: o trabalho, acabei-o já. Em Português diz-se: Já acabei o trabalho).
A expressão «kia» (já) vai sempre para o fim da frase:
- Dikolombolo diakokolo kia! (o galo já cantou!)
- (Eme) ngadi kia! (Já comi!)
- (Ene) afu kia (Eles já morreram)
- O jisoba jafu kia (Os sobas já morreram)
C) Ki (quando)
Ki ngibita bu tandu ia dikalu, akuetu a-ngi-xana monangambéee!
(«Quando passo em cima do carro (camioneta) as pessoas chamam-me filho de carregador». É a forma pejorativa como os colonos tratavam os negros quando estes iam na carroçaria das camionetas, muitas vezes para o «contrato» (trabalho nos cafezais), pois não tinham acesso à cabina). Note-se o aportuguesamenteo de dikalu (carro), tal como ngeleja (igreja).
Ki uenda, uibula (quando viajares, informa-te)
D) Kioso (todo)
O izua ioso (todos os dias. Literalmente: os dias todos)
E) Boba, bana, baba
Boba (em algumas regiões baba) (aqui, cá)
Bana (banáa) (lá, ali)
Há regiões em que o «b» é duro e quase aspirado, como se tivesse um «v» à frente: «bvabva»
Ngala boba (estou aqui)
Mas note-se esta expressão característica:
Za kuku! (Vem cá!)
F) Género Não há feminino como ele se entende em Português.
Assim, usam-se as expressões auxiliares «muhatu (mulher)» e «diala» (homem) quando se quer especificar:
Mona-ua-muhatu (criança do sexo feminino)
Mona-a-diala (criança do sexo masculino)
Nzamba-ia-diala (elefante macho)
Hoji-ia-muhatu (leoa)
Mas há outra forma:
sanji — dikolombolo
G) Conversar
Em Kimbundu não se diz conversar, mas «pôr conversa»:
Kuta maka (muene ua-mu-kuta maka - eçle está a pôr conversa)
H) Artigo definido
Em Kimbundu só se usa «o» correspondente aos portugueses «o, a, os as».
O njila (o caminho - o jinjila - os caminhos)
O nhoka ia-di-nhingi (a cobra enrolou-se)
I) Tempo
Mu ukulu (antigamente, há muito tempo)
Lelu (hoje. Usa-se muito dizer Lelu, lelu! - hoje é hoje)
Mungu (amanhã)
Mungudina (á) (depois de amanhã)
Maza (ontem)
Mazadina (á) (anteontem)
9) Alguns números
1-moxi
2-iadi
3-tatu
4-uana
5-tanu
6-samanu
7-sambuadi
10-kuinhi
11 - kuinhi-ni-moxi (dez mais um)
12 - kuinhi-ni-iadi (dez mais dois)
Note-se a regra geral da língua, que atira os adjectivos para depois dos nomes e faz concordar todas as palavras pelo prefixo:
Poko imoxi (uma faca. Literalmente: faca uma)
Jipoko jiadi (duas facas)
Muxi umoxi (uma árvore)
Makamba (m)asamanu (seis amigos)
Uma vez, duas vezes:
Lumoxi, luiadi...
Ngadi ngo lumoxi (só comi uma vez)
10) Interjeições (algumas usam-se em Português de Luanda, que muitas vezes segue o Kimbundu e não o Português de Portugal)
Aiué ou Aiuê! (dor ou embevecimento)
Ala! (não me maces. Desprezo)
Auá! (desdém, enfado)
Exi! (que maçada!, é demais!)
Haca! (Livra!)
Hela! (Caramba!)
Hum! (indecisão. Mas também «sim»)
Hum-hum (lamentação)
Também! (tens cada uma!)
Tunda! (sai!)
Xê! (Olá, tu, você!)
11) Anga - ou
Kufua anga kutolola (Morrer ou vencer - slogan do MPLA nos anos 60)
12) Deus Nzambi (Deus todo-poderoso) - Ngana Nzambi (Senhor Deus)
Kalunga (Deus do mar, associado a morte) - Kalunga nguma (Deus da morte)
13) Neologismos
A grande língua de referência do kimbundu é o português, a que ele recorre sempre que o seu vocabulário (mais incompleto) apresenta lacunas. O kimbundu da cidade, por ter necessidade de mais vocabulário, interpenetrou-se com o português local, importando variadíssimas expressões.
a) Em kimbundu não existe «se», por isso se recorre ao português:
Kalakala, se uandala kukala mutu! (Estuda, se queres ser pessoa!)
b) Lumingu (domingo), Sapalo (sábado), Ngeleja (igreja), dikalu (carro, camião)
c) Em geral termos políticos e económicos
d) A expressão bessa, ngana (a sua bênção, senhor), por exemplo
e) O português usa, por exemplo, a expressão minhoca (nkoka - cobra)
f) Conceição - Sesa
g) Cadeia - caleia (por exemplo, a conhecida canção do movimento de libertação: Doutor Netoé mu caleia, ngongoé (O Doutor Neto está na cadeia, que sofrimento)
h) Mesa - mesa. (Leia-se: messa)
Faz parte da grande família de línguas africanas a que a partir do século passado os europeus convencionaram chamar Bantu (bantu significa «pessoas», e é plural de muntu. Em Kimbundu mutu designa «pessoa», com o plural em atu).
Estes apontamentos foram elaborados com o intuito de ajudar todos aqueles que manifestam preocupação em conhecer os entrelaçamentos da língua portuguesa com as línguas africanas. Neste caso, o kimbundu foi uma das línguas de África que mais conviveu com o português, pelo menos desde o século dezasseis até à actualidade.
Penso ser a primeira vez que na Internet aparecem apontamentos de uma língua africana falada num PALOP.
Para a elaboração destes elementos gramaticais rudimentares não foi usada qualquer obra de referência. Utilizei somente os meus conhecimentos pessoais.
1 - Regra geral
Ao contrário de muitas línguas europeias, o Kimbundu caracteriza-se pela prefixação na formação do género, dos tempos e pessoas verbais.
As palavras concordam entre si pelo prefixo, o que confere à língua grande musicalidade e ritmo.
O dikamba diami dia-mu-zeka (O meu amigo está a dormir)
O makamba mami a-mu-zeka (Os meus amigos estão a dormir)
Muxima uami (O meu coração. Note-se a concordância mu — u, a regra seria mu - mu, mas não a musicalidade)
Frase simples:
Eme ngabiti ku mbanji ia dibata die (Passei perto da tua casa)
- O verbo kubita está no passado (ngabiti). No presente seria ngibita.
- A partícula ku aqui não é a desinência dos verbos, mas sim «perto» ou «dentro», mas sem pormenorizar. Tem menos força que mu (dentro de, com especificação). Mas muitas vezes ku e mu usam-se consoante a concordância rítmica.
- Por corruptela, o português vulgarizou kubata para designar a casa dos angolanos. Mas ku bata ou ku dibata significa «em casa».
«Casa» também pode ser inzo (pl. jinzo). Assim: inzo iami (a minha casa), jinzo jietu (as nossas casas), jinzo jiami (as minhas casas), jinzo jia (as casas deles)
- Mbanji ia (perto de — repare-se na concordância «mb» «i». Não podia ser de outra maneira)
- Dibata die (tua casa — die aqui refere-se a «teu, tua» e por isso o som é mais aberto do que o diê referido a «seu, sua»
2 - Pronúncia e sons
Em Kimbundu os sons são abertos, com algumas excepções («uê»).
Regra geral não há acentos. As palavras são normalmente graves.
«s» é sempre «ss»
«z» é sempre «z»
«c» é quase sempre representado por «k»
«g» é sempre «g» e nunca «jê» que, em kimbundu é sempre representado por «j»
Não há som «rr», quando muito, em algumas regiões, «r» muito fraco (como em «conversar»).
3 - Classes de nomes
Há em Kimbundu várias classes de nomes, com distintas formas de plural.
A) MU — A
Só se aplica a pessoas
muxiluanda (primitivo habitante da ilha de Luanda) — axiluanda
muhatu (mulher) — ahetu (plural irregular por não poder haver dois sons «a» seguidos)
mona (filho) — ana («mona» é aglutinação de «mu+ana»)
mubika (escravo) — abika muadiakimi (velho sábio) — adiakimi
B) MU — MI
O mesmo prefixo, desde que não se aplique a pessoas, forma plural diferente
muxima (coração) — mixima
mulembu (dedo) — milembu
muxitu (mata) — mixitu
mundele (branco) — mindele
mutue (cabeça) — mitue
C) DI — MA
dikamba (amigo) — makamba
diala (homem) — mala
dikolombolo (galo) — makolombolo
dikota (o mais velho) — makota
diaku (mão) — maku
D) KI — I
kinama (perna) — inama
kilumba (rapariga) — ilumba
kima (coisa) — ima kifuba (osso) — ifuba
kimuezu (barba) - imuezu (barbas)
E) MP, ND, NG, MB, etc — JI
São nomes de origem estrangeira.
Note-se que o «m» e o «n» iniciais antes de consoante nunca se lêem. A sua função é nasalar a consoante.
No singular, a palavra seguinte deve começar por «i»: mpange ietu (o nosso companheiro); tata ie (o teu pai); mama iami (a minha mãe); nja iami (o meu pénis).
Muitas vezes utiliza-se o singular como plural, mas a palavra seguinte vai para o plural: mpange jietu (os nossos companheiros), ngulo jiami (os meus porcos)
ndungo (picante) — jindungo
mpange (companheiro) — jipange (a nasalação cai)
ngulo (porco-leitão) — jingulo
mbolo (pão) — jimbolo
henda (saudade) — jihenda
sabu (provérbio) — jisabu
nvunda (raiva) — jinvunda
tata (pai) — jitata
sanji (galinha) — jisanji
ndanji (raiz) — jindanji
ngandu (jacaré) — jingandu
mbua (cão) — jimbua (jímbua)
nja (pénis) — jinja
hombo (cabra) — jihombo («h» aspirado)
F) KA — TU
O prefixo ka designa o diminutivo
kangombe (boizinho) — tungombe (boizinhos)
kasanji (galinha pequena) — tusanji
Kahombo (cabrinha) - tuhombo (cabrinhas)
Kalumba (rapariguinhas) - tulumba (rapariguinhas)
Kandenge (rapazinhos) - tungembe (rapazinhos)
Kanzamba (elefantezinho) - tunzamba (elefantezinhos)
G) Plurais irregulares
Não há regras precisas. Já vimos muhatu/ahetu
DI — ME
disu (olho) — mesu
4) Verbos
A) Geral
Todos os verbos, no infinito, têm a desinência ku
Kuala (ser), Kuala ni (ter), Kubonga (apanhar), Kuia (ir), Kuiza (vir), Kudia (comer), Kukalakala (trabalhar), Kusanga (encontrar), Kuloa (odiar), Kuzola (amar), Kutunda (sair)
B) Pronomes pessoais
Para se conjugarem os verbos, tal como nas outras línguas, utilizam-se os pronomes pessoais que, em muitos casos, se sutentendem:
eme
eie
muene
etu
enu
ene
C) Pronomes possessivos (usam-se com prefixos concordantes com os nomes)
uami (o muxima uami - o meu coração; o dikamba diami - o meu amigo; o muhatu uami - a minha mulher; o inzo iami - a minha casa)
ue (o tata ie - o teu pai)
ue (o inzo ie - a casa dele)
tuetu (o ixi ietu - a nossa terra)
nuenu (o mbiji ienu - o vosso mês)
a (o mona-a-ngulu a - a leitoa deles -- «mona-a-ngulu» significa literalmente: «filho de porco»)
D) Presente do indicativo
Tome-se o exemplo simples do verbo kuala (ser)
(eme) ngala
(eie) uala
(muene) uala
(etu) tuala
(enu) nuala
(ene) ala
Há aqui uma concordância «lógica». Na primeira pessoa do singular o prefixo do verbo é sempre «ng». As outras seguem os prefixos do pronome (note-se: muene uala. Podia ser «muene muala», mas o «m» cai, para tornar o encadeamento «mais leve»).
-Verbo kukala ni (ter)
ngala ni, uala ni, uala ni, tuala ni, nuala ni, ala ni
NOTA: O verbo ter em kimbundu expressa-se sempre como «ter com...»:
ngala ni nzala (tenho fome), ki ngala ni makamba (não tenho amigos)
-Verbo kuiza (vir)
ngiza
uiza
uiza
tuiza
nuiza
iza
E) Presente-acção A acção forma-se com mu ou ngolo ou ngalo, conforme a região.
(eme) nga-mu-tunda (estou a sair) ou ngolo tunda ou ngalo tunda
(eie) ua-mu-tunda; uolo tunda; ualo tunda
(muene) ua-mu-tunda; uolo tunda; ualo tunda
(etu) tua-mu-tunda; tuolo tunda; tualo tunda
(enu) nua-mu-tunda; nuolo tunda; nualo tunda
(ene) a-mu-tunda; olo tunda; alo tunda
(eme) nga-mu-ia (estou a comer) ou ngoloia ou ngaloia
(eme) nga-mu-xana (estou a chamar)
(eme) ngolo kuiza (estou a vir); (eme) ngoloia (estou a ir)
F) Futuro
Forma-se com ngondo
(eme) ngondo kuiza (virei) — Neste caso o «ku» do verbo não cai. É um imperativo da musicalidade da linguagem falada
(eie) uondo kuiza
(muene) uondo kuiza
(etu) tuondo kuiza
(enu) nuondo kuiza
(ene) ondo kuiza
Mas:
ngondo zeka (dormirei); ngondo fua (morrerei)
ngondoia (comerei); ngondo kuala (serei, estarei)
G) Passado
- Do verbo kuzeka
ngazekele, uazekele, uazekele, tuazekele, nuazekele, azekele (dormi)
ngalele (fui, verbo ser)
- Do verbo kuia
eme ngai (o presente é eme ngia, uia, uia, tuia, nuia, aia), eie uai, muene uai, etu tuai, enu nuai, ene ai
- Do verbo kukala (ser)
ngexile, uexile, uexile, tuexili, nuexile, axile
- Do verbo kukala ni (ter)
ngexile ni, uexile ni, uexile ni, tuexile ni, nuexile ni, axile ni
H) Imperativo
- Na segunda pessoa do singular forma-se com o infinito do verbo sem a partícula ku
: Zuela! (fala!)
Tunda! (sai!)
Diê! (come! — Para dar mais força à ordem, o «a» final do verbo - Kudia (acento no «u») - foi substituido pelo som longo iê)
- Na segunda pessoa do plural, forma-se com o sufixo «enu»:
Dienu! (comei!)
Zekenu! (dormi!)
Ivuenu! (ouvi!) - verbo Kuivua (acento no «i»)
Este enu tem a ver com o significado «gentes», «pessoas» (enu akua zanzala — as pessoas da sanzala)
I) Negativa
- Uma das possibilidades de formação é com a partícula «ki»:
eme ki ngala ni nzo (não tenho casa)
eme ki (ngala) muhatu (não sou mulher)
- Mas também se utiliza a partícula «ku»:
Monami, kutundê! Monami zeka!
(Meu filho, não saias! Meu filho, dorme! - Esta frase pertence a uma canção muito popular em Luanda em Fevereiro de 1961. É o lamento de uma mãe que aconselha o filho a não sair de casa por causa da Pide)
- Outra forma de negativa verbal:
Xitu, nga-i-diami (A carne, não a comi . Não se diz «Ngadiami o xitu»)
Eme ngeniami (ji)ndandu (Já não tenho parentes há muito tempo; a forma verbal ngeniami significa «não tenho há muito tempo»)
J) Forma reflexa
Forma-se com a partícula di:
Ku-di-sanga kua makamba
(encontrar-se com os amigos, dar encontro com os amigos)
(mona+ietu)
(estou a encontrar-me com o nosso filho)
L) Pronomes reflexos
ngi, ku, mu, tu, nu, a
Muene ua-ngi-zola (ele ama-me)
(Ene) a-ku-vualela (nasceram-te)
Em Kimbundu não há «o», «a» como reflexos, mas sim «lhe», «lhes».
Por isso no Português de Luanda se diz «eu vi-lhe»: Nga-ku-mona (eu vi-te)
M) Muitas vezes o verbo não aparece na frase:
Eme, diala (eu sou homem)
Kitadi, mona-a-ngene (o dinheiro é filho alheio). Nota: ngene usa-se muito em kimbundu para designar as coisas dos outros, alheias (inzo ia ngene - casa alheia; kitadi-kia-ngene - dinheiro alheio)
5) Forma de cumprimento
O cumprimento matinal é extremamente importante. Não tem nada a ver com o seco «bom dia» ou «olá». É um cumprimento em que se estabelece uma relação social.
- Uazekele kiebi?, ou simplesmente, Uazekele? (dormiste bem?)
- Ngazekele kiambote! (dormi bem!)
Depois disto pergunta-se pelos filhos, pela mãe, pela avó, etc.:
-O tata, kiebi? (O mama, kiambote?)
(o teu pai, está bem? a tua mãe, está bem?)
Quando as pessoas se encontram, perguntam-se:
- Kebi? (ou uala kiebi?) (como estás?)
- Kiambote! (ou ngala kiambote!) (estou bem!)
E quando se despedem, podem dizer:
-Mungu, ue! (até amanhã)
-Mungu uenu! (até amanhã a vocês!)
6) Sim, não
Kiene (sim)
Kana (não) - ler «kanáa»
- Uandala kuia ni eme? (queres ir comigo?)
- Kana! (não!)
7) Expressões de reforço
A expressão muene, além de significar «ele», «ela», significa também «mesmo».
Eie muene! (tu mesmo!)
Muene muene! (ele mesmo!)
O tata muene! (o pai mesmo!)
Kidi muene! (é mesmo verdade!)
Nga-ku-zolo kiavulu muene! (Gosto mesmo muito de ti! - É a expressão mais poderosa usada em kimbundu para manifestar directamente um grande amor)
Kiambotebote (muito bem), kiavuluvulu (muitíssimo), kionenenene (muito grande), kiofelefele (muito pequeno):
-Eme, kiambotebote! (estou muito, muito bem!)
- Uala ni kitadi? - Kiavuluvulu! (tens dinheiro? Muitíssimo)
Repare-se também neste reforço:
Tuoloietu! (estmos juntos! - Há aqui duas partículas repetitivas designando a primeira pessoa do plural: «tu». É um reforço muito comum no kimbundu)
8) Diversos
A) A-ngi-vualela mu Luanda (verbo Kuvuala - nascer) (Nasceram-me em Luanda)
Em Kimbundu não se diz «nasci» mas «nasceram-me», «nasceram-te», etc.: a-mu-vualela (ele nasceu; literalmente: nasceram-lhe)
B) Talvez devido à necessidade do ritmo, em kimbundu diz-se:
- O kikalakalu, nga-ki-zuba kia (literalmente: o trabalho, acabei-o já. Em Português diz-se: Já acabei o trabalho).
A expressão «kia» (já) vai sempre para o fim da frase:
- Dikolombolo diakokolo kia! (o galo já cantou!)
- (Eme) ngadi kia! (Já comi!)
- (Ene) afu kia (Eles já morreram)
- O jisoba jafu kia (Os sobas já morreram)
C) Ki (quando)
Ki ngibita bu tandu ia dikalu, akuetu a-ngi-xana monangambéee!
(«Quando passo em cima do carro (camioneta) as pessoas chamam-me filho de carregador». É a forma pejorativa como os colonos tratavam os negros quando estes iam na carroçaria das camionetas, muitas vezes para o «contrato» (trabalho nos cafezais), pois não tinham acesso à cabina). Note-se o aportuguesamenteo de dikalu (carro), tal como ngeleja (igreja).
Ki uenda, uibula (quando viajares, informa-te)
D) Kioso (todo)
O izua ioso (todos os dias. Literalmente: os dias todos)
E) Boba, bana, baba
Boba (em algumas regiões baba) (aqui, cá)
Bana (banáa) (lá, ali)
Há regiões em que o «b» é duro e quase aspirado, como se tivesse um «v» à frente: «bvabva»
Ngala boba (estou aqui)
Mas note-se esta expressão característica:
Za kuku! (Vem cá!)
F) Género Não há feminino como ele se entende em Português.
Assim, usam-se as expressões auxiliares «muhatu (mulher)» e «diala» (homem) quando se quer especificar:
Mona-ua-muhatu (criança do sexo feminino)
Mona-a-diala (criança do sexo masculino)
Nzamba-ia-diala (elefante macho)
Hoji-ia-muhatu (leoa)
Mas há outra forma:
sanji — dikolombolo
G) Conversar
Em Kimbundu não se diz conversar, mas «pôr conversa»:
Kuta maka (muene ua-mu-kuta maka - eçle está a pôr conversa)
H) Artigo definido
Em Kimbundu só se usa «o» correspondente aos portugueses «o, a, os as».
O njila (o caminho - o jinjila - os caminhos)
O nhoka ia-di-nhingi (a cobra enrolou-se)
I) Tempo
Mu ukulu (antigamente, há muito tempo)
Lelu (hoje. Usa-se muito dizer Lelu, lelu! - hoje é hoje)
Mungu (amanhã)
Mungudina (á) (depois de amanhã)
Maza (ontem)
Mazadina (á) (anteontem)
9) Alguns números
1-moxi
2-iadi
3-tatu
4-uana
5-tanu
6-samanu
7-sambuadi
10-kuinhi
11 - kuinhi-ni-moxi (dez mais um)
12 - kuinhi-ni-iadi (dez mais dois)
Note-se a regra geral da língua, que atira os adjectivos para depois dos nomes e faz concordar todas as palavras pelo prefixo:
Poko imoxi (uma faca. Literalmente: faca uma)
Jipoko jiadi (duas facas)
Muxi umoxi (uma árvore)
Makamba (m)asamanu (seis amigos)
Uma vez, duas vezes:
Lumoxi, luiadi...
Ngadi ngo lumoxi (só comi uma vez)
10) Interjeições (algumas usam-se em Português de Luanda, que muitas vezes segue o Kimbundu e não o Português de Portugal)
Aiué ou Aiuê! (dor ou embevecimento)
Ala! (não me maces. Desprezo)
Auá! (desdém, enfado)
Exi! (que maçada!, é demais!)
Haca! (Livra!)
Hela! (Caramba!)
Hum! (indecisão. Mas também «sim»)
Hum-hum (lamentação)
Também! (tens cada uma!)
Tunda! (sai!)
Xê! (Olá, tu, você!)
11) Anga - ou
Kufua anga kutolola (Morrer ou vencer - slogan do MPLA nos anos 60)
12) Deus Nzambi (Deus todo-poderoso) - Ngana Nzambi (Senhor Deus)
Kalunga (Deus do mar, associado a morte) - Kalunga nguma (Deus da morte)
13) Neologismos
A grande língua de referência do kimbundu é o português, a que ele recorre sempre que o seu vocabulário (mais incompleto) apresenta lacunas. O kimbundu da cidade, por ter necessidade de mais vocabulário, interpenetrou-se com o português local, importando variadíssimas expressões.
a) Em kimbundu não existe «se», por isso se recorre ao português:
Kalakala, se uandala kukala mutu! (Estuda, se queres ser pessoa!)
b) Lumingu (domingo), Sapalo (sábado), Ngeleja (igreja), dikalu (carro, camião)
c) Em geral termos políticos e económicos
d) A expressão bessa, ngana (a sua bênção, senhor), por exemplo
e) O português usa, por exemplo, a expressão minhoca (nkoka - cobra)
f) Conceição - Sesa
g) Cadeia - caleia (por exemplo, a conhecida canção do movimento de libertação: Doutor Netoé mu caleia, ngongoé (O Doutor Neto está na cadeia, que sofrimento)
h) Mesa - mesa. (Leia-se: messa)
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domingo, 1 de novembro de 2015
Quatro livros proibidos pela ditadura
29 de outubro – Dia Nacional do Livro
No Dia Nacional do Livro, o Estante Blog aproveita para lembrar de um tempo em que escrever um livro requeria ainda mais coragem. Antes da redemocratização do Brasil, a censura proibiu, processou e recolheu das livrarias cerca de duzentos títulos nacionais. Sob o argumento “da moral e dos bons costumes”, até livros com ilustrações de Pablo Picasso foram tirados de circulação. Felizmente, vivemos uma outra época e a liberdade de expressão é um direito constitucional de todos os brasileiros. Conheça cinco livros que foram proibidos durante os anos de chumbo.
Esta reunião de contos de Rubem Fonseca foi proibida de circular em 1976, um ano depois de seu lançamento. As histórias apresentavam críticas sociais e uma ou outra expressão mais chula. Ambos os argumentos foram utilizados para justificar a apreensão dos exemplares. Segundo o parecer dos censores, além da linguagem pornográfica, o livro faz “alusões desmerecedoras aos responsáveis pelo destino do Brasil e ao trabalho censório”.
A obra foi publicada originalmente em 1974, na Itália, já que nenhuma editora brasileira quis correr o risco de cair nas garras dos censores. Ela só chegou no Brasil no ano seguinte. Em 1976, foi proibido por ser considerado um atentado à moral e aos bons costumes.
Rosa e José, os protagonistas, vivem uma relação complexa de desprezo e incontrolável desejo. A história de Ignácio de Loyola Brandão, cuja temática é justamente a repressão e o desejo de liberdade, se passa durante a ditadura militar, ou seja, o mesmo período em que o livro foi escrito.
Esta foi a primeira obra brasileira escrita por um membro da esquerda armada. O autorera filiado ao Ala Vermelha, grupo de influência maoísta que praticou ações armadas. Tapajós cumpriu pena de 1969 a 1974. O livro despertou a fúria de setores conservadores: em julho de 1977, Tapajós foi preso em São Paulo e ficou dez dias incomunicável, sob a acusação de que sua obra era um “instrumento de guerra revolucionária”.
Ninguém foi tão censurado pela ditadura quanto Cassandra Rios. Em 1976, ela teve 33 de seus 36 livros proibidos. Comunista? Guerrilheira? Não, senhores. Cassandra escrevia livros eróticos. Imagine se o governo resolvesse recolher todas as cópias deCinquenta tons de cinza pelo seu conteúdo “subversivo”. Era o que acontecia com tudo que Cassandra publicava. Os censores alegavam “temas atentatórios à moralidade pública” para vetar livros apimentados, como O prazer de pecar. Tessa, a Gata, por exemplo, chegava a se vangloriar da perseguição na capa. Abaixo do título, le-se o texto “Um novo sucesso da autora mais proibida do Brasil”. Marketing involuntário à parte, nem tudo eram flores na vida de Cassandra. Homossexual, a autora chegou a ser condenada à prisão por sua orientação sexual.
Fonte: http://blog.estantevirtual.com.br/2015/10/29/quatro-livros-proibidos-pela-ditadura/
Hoje tem Cidade Negra, Nando Reis e Legião Urbana no Mahalo Surf Eco Festival
A segunda noite de festa do Mahalo Surf Eco Festival reserva três grandes atrações de peso do cenário nacional.
Depois de das bandas Ponto de Equilíbrio e Baiana System e Seu Jorge, a segunda noite de festa do Mahalo Surf Eco Festival terá como atrações Nando Reis, Cidade Negra e dos músicos Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, que fazem a turnê especial ‘Legião Urbana – 30 anos’, em homenagem à formação da lendária banda de rock brasileira.
O Mahalo Surf Eco Festival é realizado pela Dendê Produções com patrocínio da marca Mahalo, Prefeitura Municipal de Itacaré, Pousada Ecoporan, Secretaria de Turismo do Governo do Estado da Bahia, TV Santa Cruz e Skol.
Mahalo Surf Eco Festival, em Itacaré
Dia 01 de Novembro (domingo)
Atrações: Legião Urbana, Cidade Negra e Nando Reis
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